sábado, julho 30, 2011

Ricardo Teixeira na revista ‘Piauí’

“Minha nossa... Qual de vocês está com a mão amarela?”


A edição de julho da revista Piauí* apresentou extensa matéria sobre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira [foto]. E... bem, é impossível não destacar a admirável elegância e franciscana humildade do dirigente.

Confira os melhores momentos:


Meu amor, já falaram tudo de mim: que eu trouxe contrabando em avião da Seleção, a CPI da Nike e a do Futebol, que tem sacanagem na Copa de 2014. É tudo coisa da mesma patota, UOL, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo as mesmas merdas.

(detalhe: de acordo com a matéria, ele chama a todos — homens e mulheres — de “meu amor”.)


O Lula me falava: ‘Eu não vejo essa Globo News porque só dá traço. Então, esse UOL só dá traço. Quem lê o Lance? Oitenta mil pessoas? Traço! Quem vê essa ESPN? Traço! Portanto, só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional.

(referindo-se à baixa audiência/tiragem dos referidos veículos)


Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF? Que porra elas têm a ver com a contabilidade do Bradesco ou do HSBC? Isso tudo é entidade [separando as sílabas] pri-va-da. Não tem dinheiro público, não tem isenção fiscal. Por que merda todo mundo enche o saco?



Pedir porra nenhuma — o filme é nosso. As imagens são minhas.”

(sobre as filmagens das duas últimas Copas do Mundo, realizadas pela Conspiração Filmes)



São uns filhos da puta — nem colocaram que não tinha a coisa do meu bar.”

(sobre a nota de cinco linhas, publicada no jornal Folha de São Paulo, que informava que o processo conhecido como “voo da muamba” — no qual o dirigente era réu — foi arquivado)



Falaram que eu tinha trazido material contrabandeado, o caralho. Agora, sabe por que isso tudo aconteceu? Porque não deixei que a imprensa entrasse no avião e porque o secretário da Receita, o Osíris Lopes Filho, ia ser demitido. Descemos no aeroporto, o povo da Receita falou para deixarmos as bagagens, que eles iam guardar e dali a três dias devíamos voltar para pegar. A CBF pagaria todo o imposto, como pagou depois, mas o seu Osíris armou para mostrar serviço, posou de arauto da moralidade, a imprensa comprou a história e nós nos fodemos.”

(sobre o mesmo episódio)



Eu vou infernizar a vida deles. Enquanto eu estiver na CBF, na Fifa, onde for, eles não entram.

(sobre a BBC)



Dele, eu não deixo passar nada. Outro dia, recebi um dinheiro dele. Mas eu doo para a caridade. Na próxima que ganhar, vou publicar no site da CBF um agradecimento.”

(sobre o comentarista esportivo Juca Kfouri, que já foi processado por Ricardo Teixeira mais de cinquenta vezes)



Se você está na merda, vão falar: ‘Coitado do Ricardo. Vamos dar uma mão para ele.’ Mas aí, todo mundo volta para casa, não ajuda e finge que esqueceu o assunto. Agora, pense na situação inversa: ‘Porra, o Ricardo está bem pra caralho! Que sucesso!’ Pode ter certeza que vai ser aquele que você acha que é seu melhor amigo quem vai dizer primeiro: ‘Também, roubando, quem não fica bem?

(expondo a sua peculiar visão da amizade)



Não ligo. Aliás, caguei. Caguei montão.”

(explicando o quanto se importa com as acusações de corrupção)



O neguinho do Harlem olha para o carrão do branco e fala: ‘Quero um igual’. O negro não quer que o branco se foda e perca o carro. Mas no Brasil não é assim. É essa coisa de quinta categoria.

(corroborando a tese de Tom Jobim de que o brasileiro não lida bem com o sucesso alheio)



Olha como a imprensa brasileira é escrota! A imprensa brasileira é muito vagabunda!

(sobre as três sucintas reportagens de sites brasileiros sobre o documento que absolvia o dirigente da acusação de suborno. Apenas a da BBC esclarecia o caso com detalhes)



O feio é perder, minha querida. Quando ganha, acabou.”

(sobre a eleição da Fifa, na qual foi reeleito Joseph Blatter — que não tinha adversários)



Por que ele tem que sair? Não tem que sair nada. Palocci não vai sair.

(sobre o ex-ministro da Casa Civil)



Taí, vai ver que a minha vaidade é essa: ver que as maiores empresas do mundo, a maior de carne, a maior de seguros, a maior cervejaria, o maior banco do país, a maior editora, todo mundo investiu milhões no ladrão, no bandido aqui, numa CBF de merda, num time que só perde, né?” 

(referindo-se aos grandes patrocinadores da Copa do Mundo no Brasil: Seara, Liberty, Ambev, Itaú e Abril)



Não leio mais porra nenhuma. A vida ficou leve pra cacete. Tá muito bom.

(após ter cancelado o resumo diário dos jornais, ter parado de ver televisão e se afastado da internet)



Isso é o governo. E se o governo acha que a Copa não é prioridade, não posso fazer nada. Esse é o SEU país

(sobre o atraso nas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo)



Alguém está falando do Palocci hoje? Não, ? Se eu renunciasse hoje, viraria santo.

(sobre a renúncia do ex-ministro)



Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E aí, acabou.”




* Leia a reportagem, na íntegra, clicando aqui. 

Da série ‘Frases’: João Havelange

A senhora acha que um inglês dá beijo num preto? Um alemão dá? Pois todo africano que entrava no congresso, eu e minha mulher, Anna Maria, beijávamos todos.”

(João Havelange, presidente da Fifa entre 1974 e 1998, na revista Piauí)


terça-feira, julho 26, 2011

‘The Death Of You And Me’: a primeira inédita solo de Noel Gallagher



Cinco meses após o lançamento de Different Gear, Still Speeding, CD de estreia do Beady Eye, banda de Liam Gallagher, chegou a vez de Noel Gallagher [foto].

O irmão mais velho lançou ontem, 25, o primeiro clipe de sua carreira solo. A (ótima) “The Death Of You And Me” soa bem Oasis — o que é absolutamente natural, visto que, sendo o principal compositor, Noel era a “alma” da banda. E, a julgar por esta faixa, sua nova empreitada tem tudo para dar certo.

Em recente entrevista coletiva, o músico britânico assumiu que suas novas canções podem guardar alguma semelhança com o som do Oasis, sim. Mas frisou:

— Não tem nenhum solo de guitarra até a sexta música.

Com um clima western, o vídeo conta a estória de uma sonhadora garçonete de um restaurante de beira de estrada. O single, entretanto, sairá somente no dia 22 de agosto.

O primeiro álbum solo de inéditas, Noel Gallagher's High Flying Birds, está previsto para chegar às lojas em 17 de outubro, através de seu selo, Sour Mash Records. Após o lançamento da bolacha, Gallagher sairá em turnê. E prometeu tocar várias de seu antiga banda.

Detalhe: na mesma coletiva, Noel revelou que tem mais um disco pronto. Ainda sem título, o trabalho foi gravado em parceria com o grupo psicodélico Amorphous Androgynous. E será lançado no ano que vem.



Veja o vídeo de ‘The Death Of You And Me:



terça-feira, julho 19, 2011

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Still Got the Blues’, com Eric Clapton

Para homenagear o ex-guitarrista do Thin Lizzy, Gary Moore [foto], falecido em fevereiro deste ano, Eric Clapton incluiu no repertório de sua atual turnê mundial que passará pelo Brasil em outubro — o maior sucesso solo do músico irlandês, “Still Got the Blues”.

Em sua (boa) versão, Clapton, com a destreza habitual, reproduz fielmente ao violão o clássico riff da faixa, comovendo a plateia. Caso God venha a gravá-la, são grandes as chances de tocar no rádio.

Curiosidade: Moore foi o substituto de EC em uma espécie de “continuação” do Cream, intitulada BBM — abreviatura dos sobrenomes os integrantes [Jack] Bruce, [Ginger] Baker e [Gary] Moore, O projeto chegou a gerar um álbum, Around The Next Dream, editado em 1993. 

Vale lembrar que, em 1968, Clapton abandonou o lendário power trio por não mais suportar a guerra de egos que havia entre os outros dois membros, o que fez com que a banda encerrasse as suas atividades.



Veja dois vídeos da mesma canção — ambos gravados da plateia —, extraídos da apresentação do dia 18 de maio deste ano, no Royal Albert Hall, em Londres:





sexta-feira, julho 08, 2011

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Teresa da Praia’, de Billy Blanco e Antonio Carlos Jobim

Falecido hoje, aos 87 anos, de complicações decorrentes de um AVC, o paraense Billy Blanco [foto] compôs mais de 500 canções, muitas delas ainda inéditas. E foi parceiro de Antonio Carlos Jobim em dois momentos: na Sinfonia do Rio de Janeiro, de 1954, e em “Tereza da Praia”, do mesmo ano.

Lançada com grande sucesso por dois dos cantores mais populares da época, Dick Farney e Lúcio Alves, “Tereza da Praia” é um clássico absoluto da música brasileira. E foi regravada em 2008 na histórica dobradinha CD/DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim.



Veja o descontraído dueto de RC com Caetano em “Teresa da Praia:




E ouça a gravação original, com Dick Farney e Lúcio Alves:

 

quinta-feira, julho 07, 2011

Super Heavy: a nova banda de Mick Jagger



Por essa, ninguém esperava mesmo: o líder dos Rolling Stones, Mick Jagger, uniu-se à cantora Joss Stone, a Dave Stewart (ex-Eurythmics), a Damien “Jr. Gong” Marley — o caçula dos onze filhos do homem — e ao compositor e produtor indiano A.R. Rahman, para formar um supergrupo, batizado de... Super Heavy [foto].

Dos cinco integrantes, o menos conhecido é A.R. Rahman. Indiano, Rahman é autor de trilhas de cinema, entre elas a de Quem Quer Ser um Milionário?, com a qual foi agraciado com o Oscar, em 2008.

O álbum, cujo título ainda não foi revelado, promete ser um caleidoscópio de estilos e gêneros musicais dos mais diversos — embora nada “super pesado”, a despeito do nome do quinteto. E está previsto para ser lançado no dia 19 de setembro, via Universal Music. 

Para este projeto, os músicos gravaram nada menos do que 29 canções, das quais apenas dez estarão na seleção final. Jagger declarou que o trabalho começou despretensioso, com “idéias, riffs de guitarra e algumas letras”. 

O primeiro single, “Miracle Worker”, foi lançado — em formato digital — precisamente hoje. 



Veja o vídeo de “Miracle Worker”, onde Mick Jagger — usando um terno um tanto... er, excêntrico — esbanja vitalidade ao lado de seus novos companheiros

Da série ‘Fotos’: Caetano Veloso

A foto abaixo foi extraída da matéria de capa da edição nº 91 da revista Trip [julho de 2001]. Identifiquei-me, claro.