O óbvio ululante: “You Can't Always Get What You Want” é um dos maiores clássicos da discografia dos Rolling Stones. Ponto. Lançada inicialmente como lado B de outro clássico — a fantástica “Honk Tonk Women” —, a faixa foi posteriormente incluída em um dos melhores álbuns da banda: Let It Bleed, de 1969 [no detalhe, a capa].
Em seus quase oito minutos (!) de duração, “You Can't Always Get What You Want” passeia por vários estilos. A introdução traz um coral de igreja (!), que é sucedido por uma arranjo folk, até prosseguir em um crescendo até a bombástica segunda parte, com direito a orquestra, percussão com molho de soul music, solo de piano e por aí vai.
Utilizando uma linguagem cifrada, a letra faz uma crítica social à Inglaterra da época — citando o exemplo do tal sr. Jimmy, um idoso que estava esperando na fila para retirar uma simples receita médica. E também fala sobre drogas e desilusão.
Contudo, apesar de uma certa esperança (“Mas, se você tentar, / às vezes, pode encontrar o que precisa”), trata, essencialmente, da resignação que qualquer pessoa precisa ter — até mesmo por uma questão de dignidade — diante de um revés. Nesse sentido, a mensagem é transmitida de modo perfeito. Do tipo: “Na vida, não se pode vencer sempre”. Ou: “Não se pode ter tudo”.
E é absolutamente natural que seja assim.
Ouça “You Can't Always Get What You Want”: