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segunda-feira, dezembro 26, 2016

George Michael (1963 — 2016)


George Michael iniciou sua trajetória musical em 1981, formando o duo Wham! na companhia de Andrew Ridgeley, seu colega de escola. Rapidamente, a dupla se revelou uma usina de compactos de sucesso, como “Everything She Wants”, “Last Christmas”, “I'm Your Man” e, claro, a infecciosa “Wake Me Up Before You Go-Go”. Em 1984, lançou um single solo, a balada “Careless Whispers”, cujo sax inconfundível logo se tornou uma de canções mais emblemáticas.

Dois anos depois, decidiu embarcar em carreira solo, naquela que foi definida pela dupla como “a separação mais amigável da história do pop”. E “quebrou a banca” logo em seu álbum de estreia: com hits como “Father Figure”, “I Want Your Sex”, “One More Try”, “Kissing a Fool” e a faixa-título, Faith [1987] vendeu 25 milhões de cópias em todo o planeta e o colocou no mesmo patamar de mega astros como Madonna, Prince e Michael Jackson.

Evidentemente, a imagem de sex symbol — um misto de James Dean e Elvis Presley — ajudou bastante na empreitada. Contudo, Michael, ciente de sua capacidade — além de cantar, compor e ser um ótimo performer, tocava vários instrumentos e era um produtor de mão cheia —, tinha outros planos.

Em 1991, lançou o seu segundo álbum. Já no título, a mensagem era clara: Listen Without Prejudice (“Ouça sem preconceito”). Nas poucas entrevistas que concedeu no período, frisou que era “um compositor” e que, daquele momento em diante, a música “ficaria em primeiro plano”. A capa [no detalhe] não trazia nenhuma foto ou indicação do artista — apenas uma imagem em preto-e-branco de uma multidão de banhistas. Para completar, Michael se recusou a aparecer nos vídeos de divulgação.

O álbum emplacou dois hits: “Freedom '90” (cujo clipe mostra a jaqueta de couro de Faith entrando em combustão, simbolizando a ruptura com o passado) e “Heal The Pain”, balada acústica a la Paul McCartney (em 2005, ele regravaria a canção com a participação do ex-beatle). Entretanto, apesar de boas faixas como a bossa nova “Cowboys And Angels”, “Waiting For That Day”, “Praying For Time” (que George considerava a sua melhor letra) e “Something To Save”, o trabalho não repetiu, nem de longe, o desempenho de seu antecessor. Resultado: o cantor acusou a Sony de “escravizá-lo” e “não divulgar o disco com deveria”. E acionou judicialmente a companhia para se livrar do contrato. 

No decorrer do processo, Michael ficou fora do mercado fonográfico, lançando apenas o single Don't Let The Sun Go Down On Me (magnífico dueto com Elton John) e o EP ao vivo Five Live (que continha a sua emocionante versão de “Somebody To Love”, gravada em 1992 no Tributo a Freddie Mercury), de 1993. Acabou perdendo a ação, sendo “condenado” a lançar uma coletânea — Ladies & Gentlemen, que chegou às prateleiras somente em 1998, com duas faixas inéditas e dois covers (uma versão estupenda de “As”, de Stevie Wonder, e “I Can't Make You Love Me”, de Joni Mitchell), gravados exclusivamente para o projeto. 

Em 1996, assinou com a gravadora Virgin e editou o seu primeiro álbum de inéditas em meia década. O ótimo Older emplacou hits como “Fast Love”, a irresistível “Spinning The Wheel” e a balada “Jesus To a Child”, dedicada ao seu namorado brasileiro, o estilista Anselmo Feleppa — que conheceu logo após o memorável show no Rock In Rio II —, morto em decorrência do HIV. Mas nada que se comparasse aos seus áureos tempos. Naquele mesmo ano, gravou um bom MTV Unplugged que, embora tenha sido exibido pela emissora, jamais foi lançado oficialmente — provavelmente pelo uso de sequenciadores em um espetáculo que deveria ser... acústico.

Os problemas começam para valer em 1998, quando o artista foi preso por ato obsceno em um banheiro público de Los Angeles. Ele debochou da situação no vídeo de “Outside”, no qual aparece vestido de... policial. O episódio forçou-o a assumir a sua homossexualidade. No ano seguinte, lançou o classudo Songs From The Last Century. Produzido pelo renomado Phil Spector, trazia releituras de Frank Sinatra (“My Baby Just Cares For Me”), Nina Simone (“Wild Is The Wind”), Roberta Flack (“The First Time Ever I Saw Your Face”) e The Police (uma inesperada versão jazzy de “Roxanne”), entre outros.

A partir de então, foram períodos de depressão, internações em clínicas de reabilitação (confessou que fumava cerca de 25 cigarros de maconha por dia, além de consumir álcool, cocaína e crack), acidentes de trânsito e novos escândalos sexuais. George Michael, decididamente, passou a ser citado com mais frequência nos tabloides sensacionalistas ingleses do que nas publicações musicais.  

Editou, em 2004, aquele que viria a ser o seu último disco de inéditas. Patience apresentava um pop sofisticado e gerou o seu derradeiro hit, a ensolarada “Amazing”. Para variar, mais uma polêmica: ao criticar a invasão ao Iraque no irônico vídeo de “Shoot The Dog”, passou a sofrer boicote da imprensa americana de direita. Comemorou os 25 anos de carreira com a caprichada coletânea Twenty Five [2006] e saiu em turnê pela Europa — registrada em Live In London [2009], seu primeiro DVD.

Já em 2014, lançou o seu último trabalho, Symphonica. Gravado ao vivo durante a turnê homônima de 2011/2012 — que foi interrompida durante a passagem pela Suiça, quando uma severa pneumonia quase o matou , chegou às lojas quando o supracitado produtor Phil Spector já havia falecido. No repertório, covers de Terence Trent D'Arby (“Let Her Down Easy”) e do já mencionado Elton John (“Idol”), além de composições próprias como “A Different Corner”, o primeiro single que gravou após o fim do Wham!.

Junto com a notícia de sua morte prematura, aos 53 anos, chega a informação de que, durante anos, George Michael doou, em segredo, milhões de libras a instituições de caridade, cedendo, inclusive, direitos autorais de suas canções. Embora tenha deixado um punhado de sucessos — a despeito de uma discografia bastante reduzida —, fica a triste sensação de que o artista que esbanjava talento se esmerou em “roubar o próprio show”. E que, apesar dos cem milhões (!) de discos vendidos e duas estatuetas do Grammy, poderia ter ido muito, muito mais longe.



Não deixa de ser uma infeliz coincidência que o autor de “Last Christmas” [1984] tenha falecido justamente... no dia de Natal.

sexta-feira, abril 22, 2016

Prince (1958 — 2016)


Três meses após o abrupto desaparecimento de David Bowie, 2016 levou mais uma estrela de primeira grandeza do pop. Prince, 57 anos, foi encontrado sem vida no elevador de seu estúdio-residência Paisley Park, em Minneapolis, EUA. A causa do óbito ainda é desconhecida.

Em 38 anos de carreira fonográfica, deixou 39 álbuns, nos quais transitou com insuspeitada desenvoltura entre a black music e o rock. Além de cantar, compunha, produzia, dançava como poucos e era um exímio guitarrista. Não se deve classificar qualquer um como “gênio”. Mas ele bem que merecia o adjetivo.

Teve o seu auge comercial nos anos 1980, através de uma coleção de hits como “Purple Rain”, “When Doves Cry”, “Raspberry Beret”, “I Feel For You” (sucesso retumbante na voz de Chaka Khan) e “Nothing Compares 2 U” (conhecida mundialmente na versão de Sinéad O'Connor), entre outros, rivalizando com pesos-pesados com Michael Jackson e Madonna.

Na década seguinte, entrou em rota de colisão com as gravadoras e, desde então, passou a editar seus álbuns de modo independente. E foi além: começou a assinar os seus trabalhos com um símbolo ininteligível e impronunciável, exigindo que a imprensa musical o chamasse de O Artista. Por sua vez, os repórteres o denominavam como The Artist Formerly Known As Prince (O Artista Anteriormente Conhecido como Prince) — embora alguns repórteres se referissem a ele como… O Símbolo.

Do ponto de vista empresarial, Prince não lidou muito bem com o advento da internet. É bem verdade que vários de seus últimos singles foram lançados somente em formato digital. Mas, em contrapartida, por determinação judicial, a maioria de seus vídeos oficiais está disponível no YouTube sem a pista de áudio — ou seja... mudos. Tampouco permitiu que suas canções fossem incluídas em serviços de streaming como Spotify e Deezer. Resultado: embora continuasse lançando trabalhos de qualidade e com espantosa produtividade — eventualmente, mais de um CD por ano (!) —, os mesmos não chegavam ao grande público como deveriam.

Espera-se que o espólio de Prince reconsidere a relação de sua obra com as plataformas digitais. Para que as novas gerações tenham o privilégio de conhecer o talento de uma artista único.



Veja o vídeo de “Purple Rain”, tema do filme homônimo que, em 1984, permaneceu 24 semanas (!) no primeiro lugar da Billboard:

quarta-feira, maio 16, 2012

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘My Valentine’, de Paul McCartney



Depois de Michael Jackson — com “Black Or White”, “Remember The Time” e, principalmente, “Thriller” —, o videoclip extrapolou a sua função, a princípio, meramente promocional para se tornar, de maneira inconteste, uma forma de arte.

Um exemplo recente é “My Valentine”, uma das duas inéditas do (estupendo) Kisses On The Bottom [no detalhe, a capa], novo álbum de Paul McCartney, que chegou às prateleiras em fevereiro deste ano. No vídeo, Natalie Portman e Johnny Depp “interpretam” a letra da canção, utilizando a linguagem dos sinais. 

Embora aparentemente simples, a ideia não poderia ter sido mais brilhante — não somente do ponto de vista poético, mas, sobretudo, por aproximar a faixa daqueles que, infelizmente, estão privados de ouvi-la. 


***


Em entrevista recente, Paul McCartney revelou que a inspiração para “My Valentine” surgiu durante uma viagem de férias ao Marrocos, quando uma frase pronunciada pela sua atual esposa, Nancy Shevell, acabou se transformando no primeiro verso da música: “E se choveu? / Não nos importamos”. 

Na ocasião, McCartney sentou em um antigo piano do hotel em que o casal estava hospedado e, segundo ele, “a canção saiu praticamente de uma só vez”.


***


Curiosidade: apesar de a gravação contar com a (impecável) participação de ninguém menos que Eric Clapton no violão de nylon, é realmente Johhny Depp quem executou, no vídeo, o solo de violão. Para quem não sabe, o ator também é músico, tendo, entre outras colaborações, tocado slide guitar em “Fade-In-Out”, faixa do terceiro álbum do Oasis, Be Here Now, de 1997.




segunda-feira, novembro 07, 2011

Stevie Wonder: o fã de Michael... Jackson

Enquanto George Michael já revisitou inúmeras canções de um de seus maiores ídolos, Stevie Wonder, o autor de “As” homenageia com frequência um outro Michael: o Jackson [no detalhe, os dois amigos, juntos].

Além de ter tocado — e se emocionado — no velório-show de MJ, em 2009, Wonder incluiu no setlist de seu show uma versão de “The Way You Make Me Feel”. Originalmente lançada em Bad, de 1987, a faixa tornou-se, simplesmente, mais um petardo dançante de Stevie Wonder, do calibre de uma “Part-time Lover”.



Veja o vídeo de “The Way You Make Me Feel”, com a participação, ao piano, de John Legend — que, sabiamente, entrou mudo e saiu calado. Observem que, em um dado momento, Wonder se comove a ponto de não conseguir cantar. Mas, logo depois, se recompõe. E prossegue:




Já na sua apresentação no festival de Glastonbury, no ano passado, SW tocou uma belíssima versão de “Human Nature”, que Michael lançou em seu trabalho de maior sucesso Thriller, de 1983.




Vale lembrar que Stevie e Michael chegaram a gravar dois duetos – ambos muito aquém do talento da dupla. O primeiro foi “Get It”, do álbum Characters, que Wonder editou em 1987:




E o segundo foi “Just Good Friends”, do supracitado Bad, de Jackson:

segunda-feira, outubro 04, 2010

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Rainy Days and Mondays’, dos Carpenters


Hoje, se vivo fosse, meu pai completaria 60 anos de idade. Em sua memória, postarei uma canção de uma dupla que ele adorava – e que demorei doze anos (!) para... conseguir ouvir novamente: The Carpenters [no detalhe].

A explicação para tamanho hiato é que – somadas às recordações familiares, claro – a música dos irmãos americanos me comove mais do que a de qualquer outro artista. Mais do que a de Roberto Carlos. Mais do que a dos Beatles.

A doce voz de Karen Carpenter (1950 – 1983) é, na minha modesta opinião, um dos mais belos sons já produzidos pelo ser humano.


***


Em julho de 2009, citei Karen Carpenter no post em que falei sobre o maestro Quincy Jones. A canção “She's Out Of My Life”, gravada por Michael Jackson em Off The Wall – álbum produzido por Jones – foi escrita por Tommy Bahler para a cantora, que havia sido sua namorada...


***


Por coincidência ou não, hoje – como diz o título da canção – foi um “dia chuvoso”. E também uma segunda-feira...

terça-feira, abril 13, 2010

George Michael: o (quase) Rei do Pop


DVD
Live In London (Sony Music)
2010



Em seu primeiro DVD, cantor mostra que poderia ter ido ainda mais longe – se não fossem os percalços

Em 1987, ao lançar Faith, seu primeiro álbum após o fim do duo Wham!, George Michael simplesmente quebrou tudo. Vendeu quinze milhões de cópias e gerou singles de sucesso como “I Want Your Sex”, “Kissing a Fool” e a faixa-título, entre outros. Foi, provavelmente, a mais séria ameaça ao reinado pop de Michael Jackson. George, entretanto, tinha outros planos para seu segundo disco solo.

Lançado em 1990, Listen Without Prejudice, é um trabalho introspectivo, no qual o artista tentou se desvencilhar da imagem de sex symbol. Tal “insolência” causou insatisfação na sua então gravadora, a Sony Music, e uma ação judicial que deixou o cantor “na geladeira” durante seis anos. Somem-se a isso os recentes escândalos (homos)sexuais, e pode-se ter uma ideia do quão... er, turbulenta tem sido a trajetória de GM.

De modo que o seu primeiro DVD, o duplo Live In London, também disponível em blu-ray – mas não em CD –, acaba colocando as coisas “nos seus devidos lugares”. Gravado nos dias 24 e 25 de agosto de 2008 (!), o espetáculo fez parte da turnê 25 Live – anunciada como a última de sua carreira –, que promoveu a coletênea Twenty Five.

Na arena londrina de Earls Court absolutamente lotada, George Michael, acompanhado de um impecável aparato de som, luzes e telões, resumiu a sua discografia de maneira generosa. E o show começa o pé direito, com a bela “Waiting (Reprise)”: a canção (“Há um caminho de volta para todo homem / Por isso estou aqui (...) / Será tarde demais para tentar de novo? / Aqui estou eu”) é entoada em off até o último verso, quando o cantor faz a sua entrada triunfal.

O repertório incluiu desde hits do Wham! – como “Everything She Wants”, “I'm Your Man” e até o seu maior êxito, a renegada “Careless Whispers”, que ele recusou-se a cantar ao vivo durante anos – até os seus sucessos solo – como “Freedom '90” e “Fastlove”. E não esqueceu (boas) faixas recentes como “Amazing”, “Flawless (Go To The City)” e “My Mother Had a Brother”, que fala sobre o tio de George – também gay –, que suicidou-se exatamente no dia em que ele nasceu.


Em ‘Shoot The Dog’, o momento polêmico do show

Um tanto distante da imagem de galã – não ostenta mais o topete de vinte anos atrás –, George Michael ainda é um grande artista em cima de um palco. Experiente – tinha 45 anos na ocasião da gravação –, teve astúcia para alternar números dançantes, como “Too Funky” e “Outside” – na qual, a exemplo do debochado clipe, vestiu-se de policial –, com momentos mais suaves, como as tristonhas “A Different Corner”, seu primeiro single solo, e “You Have Been Loved”, que mostra no telão imagens de pessoas próximas ao cantor que já faleceram.

Como intérprete, ainda mostra grande competência. Mas claramente passou a evitar os falsetes – outrora uma de suas marcas registradas...

Destaque para a lânguida “Father Figure”, a arrepiante versão gospel de “One More Try” – que já havia sido lançada como lado B de um single em 1996 – e uma versão demolidora de “Spinning The Wheel”, que não deixou pedra sobre pedra. Em “Shoot The Dog”, o momento polêmico do show: um cachorro inflável “vestido” com as cores da bandeira do Reino Unido parece fazer sexo oral em um enorme boneco (igualmente inflável) de George W. Bush...

No DVD 2, há o documentário I'd Know Him a Mile Off, que mostra os bastidores da turnê, além de três faixas bônus: “Precious Box”, “Jesus To A Child” e “First Time Ever”.

Em suma, Live In London é um excelente DVD de um autor pop – digam o que disserem – do calibre de um Elton John. E que faz pensar aonde George Michael poderia ter chegado, se não fossem os... tropeços. Para coroar sua “volta por cima”, falta apenas um álbum de inéditas, o primeiro desde Patience, de 2004. Mas, talvez, isso seja pedir demais...



Veja os vídeos de “A Different Corner”...



...da versão “gospel” de “One More Try”...



...de “Father Figure”...




...e de “Spinning The Wheel:

terça-feira, outubro 13, 2009

‘This Is It’: a ‘nova’ música de Michael Jackson

A necrofilia continua: à meia-noite do dia 12 de outubro, “This Is It”, a “nova” música de Michael Jackson, foi disponibilizada para audição on line no site oficial do cantor.

Com vocais dos Jacksons, esta será a faixa-título do documentário [no detalhe] sobre a última – e sequer iniciada – turnê de MJ, que estreará nos cinemas do mundo inteiro no dia 28 desse mês.

Na realidade, “This Is It” não é tão “nova” assim: data de 1983, e faria parte do repertório de Dangerous (1991), tendo sido excluída da seleção final.

Outra curiosidade: o compositor canadense Paul Anka, autor de “My Way” e “Put Your Head On My Shoulder”, tem direito a 50 % dos direitos autorais da canção – que, na verdade, vem a ser uma parceria de Jackson e Anka, batizada de “I Never Heard”, gravada pela obscura cantora portorriquenha Sa-Fire em 1991.

This Is It” – por sinal, uma bela faixa – será lançada oficialmente na coletânea homônima que chegará às prateleiras ainda em outubro, em CD duplo.



Ouça “This Is It:

sexta-feira, julho 24, 2009

Michael Jackson: mais músicas inéditas

E por falar em Michael Jackson [no detalhe]: a necrofilia continua.

Uma semana após o site TMZ ter divulgado um trecho de uma música inédita de MJ [nota do blog: saiba mais aqui], dessa vez, o produtor e instrumentista Bryan Loren, que trabalhou com o Rei do Pop no álbum Dangerous (1991), colocou três faixas inéditas de Jackson em sua página no My Space.

Work That Body” teria sido composta por Jackson e Loren e não foi aproveitada no supracitado Dangerous. Além desta, ele disponibilizou para audição uma nova versão de “Superfly Sister” – uma das cinco faixas inéditas da (fraca) coletânea de remixes Blood on the Dance Floor –, e “To Satisfy You.

E Loren já prometeu que vai divulgar mais canções compostas por ele e Jackson nos próximos meses. Para conhecer o My Space do cara, basta clicar aqui.

Caetano Veloso e Michael Jackson


Por distração, acabei deixando de falar sobre Caetano Veloso [no detalhe] na série de posts que escrevi recentemente aqui no blog sobre Michael Jackson.

Dos artistas brasileiros, Caetano foi quem se manifestou de maneira mais sincera e contundente a respeito da morte do Rei do Pop, ao escrever o artigo “O anjo e o demônio da indústria cultural” exclusivamente para o site da revista Rolling Stone Brasil:


A notícia da morte de Michael Jackson foi um grande abalo. Cheguei ao Teatro do Sesi de Porto Alegre e ao ser informado pensei imediatamente em meus filhos Zeca e Tom. Logo Daniel Jobim me veio à mente. Ele é conhecedor e devoto de Michael desde a infância. Moreno, meu filho mais velho, que é amigo de Daniel, também dedicou afeto intenso à figura desse gênio do nosso tempo. Mas são meus filhos menores que hoje se sentem mais atraídos por seu estilo.

Como todo mundo, acompanhei Michael desde que ele era pequeno. Como todo mundo, fiquei siderado pelo cantor e dançarino de ‘Off the Wall’ e ‘Thriller’. Como todo mundo, fiquei entre fascinado, enojado e apreensivo diante das transformações físicas por que ele passou. O que quer que tenha havido entre ele e aqueles meninos cujos pais o processaram, acho-o moralmente superior a esses pais.

Michael é o anjo e o demônio da indústria cultural. A serpente do seu paraíso e seu mártir purificador. Os talentos artísticos extraordinários frequentemente coincidem com vidas torturadas e enigmáticas. Michael era um desses talentos imensos. Dançando ‘Billie Jean’ na festa da Motown ele foi sim tão grande quanto Fred Astaire: comentava o Travolta de Saturday Night Fever e o Bob Fosse do Pequeno Príncipe (este, uma influência fortíssima e evidente, que nunca vi mencionada). Vou entrar agora no palco pensando em Tom, Zeca, Moreno e Daniel - e, com um nó na garganta, no sentido da nossa atividade. Ele a representava em sua totalidade, fulgurantemente, tragicamente, divinamente.”

Por sinal, o artista baiano já havia gravado MJ duas vezes. A primeira foi no medley que reunia “Billie Jean” a “Nega Maluca” e “Eleanor Rigby”, dos Beatles, no epônimo disco de violão-e-voz que Caê gravou em Nova York em 1986, inicialmente direcionado ao mercado americano – e que foi editado no Brasil quatro anos depois.

E a segunda foi a citação de “Black Or White” na introdução da sua discursiva “Americanos”, do ótimo CD Circuladô Vivo, lançado em 1992.



Veja o vídeo do medleyNega Maluca/Billie Jean/Eleanor Rigby”, gravado no extinto programa Chico & Caetano:




E ouça “Black or White/Americanos:

segunda-feira, julho 20, 2009

Gripe suína (3)

O Kibe Loco não perde a piada. E eu nem posso falar nada – afinal, também destilei humor (negro) em post do dia 02 de maio desse ano...


sexta-feira, julho 17, 2009

Michael Jackson: trecho de música inédita

Para não encher a paciência do pessoal que costuma visitar o blog, prometi que não falaria mais sobre Michael Jackson [no detalhe]. Mas não conseguirei cumprir a promessa. Pelo visto, esse assunto está longe de encerrar...

O site TMZ – o primeiro a informar a morte de MJ – divulgou ontem um trecho de uma música inédita do Rei do Pop. Intitulada “A Place With No Name”, a (boa) faixa seria uma versão da ancestral “A Horse With No Name”, do America. A semelhança entre ambas, de fato, é enorme.

Não há, contudo, informação da data dessa gravação.



Ouça “A Horse With No Name”, com America:





E “A Place With No Name”, com Michael Jackson:

terça-feira, julho 14, 2009

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Will You Be There’, de Michael Jackson


Para encerrar, por ora, o assunto Michael Jackson, eu não poderia deixar de falar sobre “Will You Be There”. A discografia de Jackson possui dezenas de canções que tiver mais sucesso do que esta. Mas isso não a torna menos especial.


Faixa de Dangerous (1991), “Will You Be There” possui uma das mais belas melodias que MJ já compôs. Some-se a isso um arranjo de inspiração... er, divina, com direito a um coral gospel.

A letra é um pedido de ajuda. Um pedido desesperado, diga-se de passagem. E cita o rio em que Jesus Cristo foi batizado por São João Batista: “Abrace-me / como o Rio Jordão / e então eu lhe direi: / você é meu amigo”.

Nas exéquias de Michael Jackson, “Will You Be There” foi cantada de maneira impecável por Jennifer Hudson e, não por acaso, emocionou não somente a plateia, mas também telespectadores no mundo inteiro.




Veja o vídeo de “Will You Be There”, com Jennifer Hudson:



E também com o autor da canção:

O ‘velório-show’ de Michael Jackson


Podemos classificar o velório de Michael Jackson – realizado na semana passada no ginásio Staples Center, Los Angeles, onde o cantor fez seu último ensaio para a turnê This Is It – como uma espécie de “missa de corpo presente sem cunho religioso”.

(Ainda que o caixão tenha entrado no local ao som de um coral gospel, e Lionel Richie, um dos artistas convidados, tenha cantado “Jesus Is Love”.)

Renato Russo provavelmente definiria o “velório-show” de MJ como uma “festa estranha com gente esquisita”: segundo a revista americana US Magazine, a maioria dos participantes não conhecia – ou pouca afinidade tinha com – o cantor.

Brooke Shields, por exemplo: a atriz de A Lagoa Azul, com todo aquele chororô no palco, não via Jackson desde 1991 (!), no casamento de Elizabeth Taylor. E o que dizer sobre o reverendo Al Sharpton, que riu durante uma discussão sobre raça com Michael Jackson em 2008?

O mesmo vale para quase todos os artistas que participaram da cerimônia: Mariah Carey (que, aliás, desafinou direto), Queen Latifah, Usher – nenhum desses era amigo pessoal do Rei do Pop.

Aliás, ironicamente, os amigos mais próximos de MJ – como o produtor Quincy Jones, a supracitada Elizabeth Taylor (que afirmou não querer se juntar a um “circo público”), o reverendo Jesse Jackson (desafeto de Joe Jackson, pai de Michael) e o ator Macaulay Culkin, entre outros – não comparecem ao funeral. Até mesmo Diana Ross, sua“madrinha artística” esteve ausente.

E, para tornar tudo ainda mais lamentável: no momento em que escrevo essas mal traçadas, Michael Jackson ainda não foi enterrado: o corpo permanece congelado em uma cripta de propriedade de Berry Gordy, fundador da Motown, à espera do resultado da autópsia – que, por sinal, foi adiado em mais duas semanas, sem que os legistas informassem o motivo.

Ou seja, nem morto ele tem sossego.


***


Para não dizer que nada se salvou, podemos destacar as atuações de John Mayer, de Jenniffer Hudson [saiba mais aqui] e, claro, de Stevie Wonder.

Mayer – apesar de nunca ter conhecido Jackson pessoalmente – tocou uma bela versão instrumental de “Human Nature”. Já Stevie Wonder, visivelmente emocionado (“Esse é um momento que nunca desejei estar vivo para presenciar”, disse ele, com a voz embargada), cantou, sozinho ao piano, um medley de “I Never Dreamed You'd Leave In Summer” e “They Won't Go When I Go”.


Veja “Human Nature”, com John Mayer:






E também o medley de “I Never Dreamed You'd Leave In Summer” e “They Won't Go When I Go”, com Stevie Wonder:



Quincy Jones: o mentor do sucesso de MJ

O renomado produtor, arranjador e compositor Quincy Jones [em foto tirada na cerimônia do Grammy de 1984, quando Thriller levou oito (!) estatuetas] – citado aqui e aqui – foi apresentado a Michael Jackson por Diana Ross.

Isso foi em 1978, durante as filmagens de The Wiz, versão de O Mágico de Oz, do qual MJ e Diana participaram. Amigo de longa data da cantora, Jones era o diretor musical do filme.

Posteriomente, Quincy Jones tornou-se o responsável pela produção dos três álbuns pelos quais o Rei do Pop será sempre lembrado: Off The Wall (1979), Thriller (1982) e Bad (1987).

Michael, entretanto, optou por não chamar Jones para produzir Dangerous (1991), o sucessor de Bad. O que talvez não tenha sido uma boa ideia: apesar de bem-sucedido, o álbum não repetiu o êxito dos anteriores.

No currículo de Quincy Jones, estão trabalhos de artistas do calibre de Frank Sinatra, Ray Charles, Aretha Franklin, e Miles Davis, entre outros.


***


Curiosidade: durante as sessões de gravação, Jones mostrou a Michael Jackson uma música então inédita, de autoria de Tommy Bahler*, que estava guardada para Frank Sinatra gravar: a belíssima “She's Out Of My Life”. Jackson concordou em incluí-la no disco.

E, mesmo sendo bastante jovem para entender a dor de um casamento destruído – tinha apenas 21 anos de idade na ocasião – MJ se “entregou” de tal forma à canção... que chorou em rigorosamente todos os takes...



* Detalhe: Tommy Bahler compôs essa faixa depois de ter sido abandonado pela sua então namorada – ninguém menos que Karen Carpenter. A cantora dos Carpenters havia descoberto que ele seria pai do filho de uma outra mulher.



Ouça “She's Out Of My Life:

Slash e Michael Jackson: colaborações


O ex Guns N'Roses Slash [no detalhe] expressou, via Twitter, o seu pesar pelo desaparecimento de Michael Jackson:

– São realmente tristes essas notícias sobre Michael. Ele foi um grande talento.

Atualmente no Audioslave, o guitarrista – a exemplo do que ocorrera com Eddie Van Halen em 1983 [nota do blog: saiba mais aqui] – foi convidado por Jackson em 1990 para participar de duas músicas do álbum que acabou sendo lançado no ano seguinte, Dangerous. Slash tocou em “Black or White” e “Give In To Me”.

Slash, inclusive, chegou a tocar “Black or White” em algumas apresentações da Dangerous World Tour, de Michael. Os dois voltaram a atuar juntos no Video Music Awards, da MTV americana, em 1992.

Em 1995, o guitarrista participou de “D. S.”, uma das faixas inéditas da coletânea dupla HIStory: Past, Present And Future. Dois anos depois, participou de “Morphine”, do álbum de remixes Blood On The Dance Floor.



Veja o vídeo de “Give In To Me:


Michael Jackson - Give In To Me (Official Music Video) - Free videos are just a click away

sábado, julho 11, 2009

‘Beat It’: o encontro de Eddie Van Halen e Michael Jackson


Logo após a notícia do falecimento de Michael Jackson, o guitarrista Eddie Van Halen [no detalhe, os dois ídolos juntos no palco] falou ao site TMZ sobre o astro do pop, com quem trabalhou no ínicio dos anos 80.

– Estou realmente chocado ao saber dessa notícia – assim como estou certo de que o mundo inteiro está. Tive o prazer de trabalhar com Michael em “Beat It”, em 1982, e essa é uma das melhores recordações de minha carreira. Michael fará falta. Que ele descanse em paz.

O líder do Van Halen contou histórias dos bastidores dessa gravação ao site Brave Words:

– Eu tinha este velho sistema de telefone no estúdio. O telefone tocou, atendi e tinha aquela voz dizendo: ‘Yo, Eddie? É o Eddie?’. Havia muito chiado, coisas desse tipo. Respondi: ‘Sim, quem é?’. Mas, obviamente, a pessoa não conseguia me ouvir. Então, desliguei, pensando que era um fã. O telefone tocou novamente, e a mesma voz disse: ‘Ei, Eddie!’. Então, dessa vez gritei ‘Imbecil!’, e desliguei. O telefone tocou pela terceira vez. ‘Ei, Eddie, aqui é Quincy Jones’. Nunca me senti tão envergonhado.

O exímio guitarrista prosseguiu:

– Naquela época, certas pessoas na banda não gostavam que eu fizesse coisas fora do grupo. Mas Roth [David Lee Roth, vocalista do Van Halen] estava na Amazônia ou em algum outro lugar; Mike [Michael Anthony, baixista] estava na Disneylândia; Al [Alex Van Halen, baterista e irmão de Eddie] estava no Canadá, ou algo do tipo; e eu estava em casa, sozinho. Então, pensei: ‘Bem, eles nunca saberão. Sério: quem vai saber que eu toquei no disco de um cara negro?’ Michael me disse: ‘Amo essa música alta e rápida que você faz’.

E concluiu:

– Toquei dois solos e disse: ‘Caras, peguem o que vocês quiserem’. Foram apenas vinte minutos do meu dia, fiz isso de graça e depois todos ficavam me dizendo: ‘Você deveria ter algum royalty naquela música’. Mas isso não importa, pois Quincy Jones escreveu para mim uma carta de agradecimento, e assinou ‘O Imbecil’. Eu a emoldurei. Clássico.

Detalhe: “Beat It” chegou às paradas no dia 12 de março de 1983, permanecendo por 15 semanas e alcançando o 1º lugar nos EUA, Países Baixos e Espanha; 2º lugar na Suíça; e 3º lugar no Reino Unido.


***


Ah, sim: somente o inconfundível solo de “Beat It” foi gravado por Eddie Van Halen. As demais guitarras foram executadas por Steve Lukather, mais conhecido por seu trabalho com o grupo Toto.


Veja o clipe de “Beat It:



Veja também o vídeo que apresenta somente os canais de aúdio das guitarras de Steve Lukather e Eddie Van Halen. Uma verdadeira aula:



E confira o vídeo que destaca o inconfundível solo de Eddie:

sexta-feira, julho 10, 2009

Paul McCartney e Michael Jackson: relações cortadas


O Rei do Pop e o ex-Beatle não se falavam há quase vinte e cinco anos. Saiba por quê

Paul McCartney não deixou de se manifestar publicamente por ocasião da morte de Michael Jackson:

– Minhas memórias são de seu grande senso de humor e como nós brincávamos e dávamos risadas juntos. Minha família manda as mais sinceras condolências e, assim como eles, sabemos que o talento de Michael nunca será esquecido.

O que nem todos sabem é que o Macca e MJ não se falavam há vinte e quatro anos.

Após algumas colaborações, os dois artistas ficaram amigos – a despeito da diferença etária entre ambos. E, em um determinado momento, McCartney aconselhou Michael a investir nos direitos autorais de canções famosas [nota do blog: falei sobre isso aqui]. Jackson saiu-se com essa:

– Vou comprar as suas músicas.

A princípio, Paul pensou que se tratava de uma brincadeira de Michael, como relatou em entrevista concedida ao jornalista e apresentador britânico David Frost em 1997.

– Não levei a sério o que ele havia dito. Tempos depois, quando soube que ele realmente havia feito isso, fiquei perplexo. Tentei falar com ele – até mesmo para fazer uma contra-proposta. Mas ele havia trocado todos os telefones...

McCartney franziu a testa. E completou:

– Posso dizer que passei a não gostar muito dele depois disso.


‘Sempre que quero tocar ‘Hey Jude’, preciso pagar’

Em 1985, Michael Jackson adquiriu a Northern Songs – editora que detém todo o catálogo dos Beatles – por US$ 47,5 milhões. Paul ficou furioso. E jamais escondeu isso:

– A coisa mais chata é ter de pagar para tocar algumas de minhas próprias músicas. Cada vez que quero tocar ‘Hey Jude’, preciso pagar.

Em janeiro desse ano, o tabloide inglês The Mirror noticiou que MJ gostaria de se reaproximar de McCartney. Para isso, pretendia deixar para Paul, em testamento, os direitos autorais sobre o catálogo dos Fab Four. De acordo com o jornal, pessoas próximas a Jackson afirmaram que ele sempre lamentou sua briga com o ex-Beatle.

Entretanto, o testamento de Jackson – redigido em 2002 – foi divulgado uma semana após a sua morte. Paul não foi citado no documento. E, em nota publicada em seu site oficial, parecia conformado com isso:

– Meses atrás, a mídia veio com a ideia de que Michael Jackson iria deixar, em testamento, a sua parte das canções dos Beatles para mim – o que foi uma invenção completa, na qual não acreditei nem por um segundo.

Em 1995, Jackson vendeu de 50% do catálogo para a Sony. Há cerca de dois anos, a imprensa afirmou que o cantor – que lucrava, por ano, cerca de 40 milhões de euros (cerca de R$ 129,5 milhões) com os direitos pelas músicas – provavelmente venderia a metade restante à gravadora, por conta de suas dívidas milionárias com fundos de empréstimos.

Há três anos, a parte de Jackson estava avaliada em torno de US$ 1 bilhão (R$ 6,3 bilhões). Mesmo encalacrado em dívidas, o cantor conseguiu manter o catálogo – assim como o rancho Neverland, que quase foi a leilão no início deste ano.

A parceria entre Michael Jackson e Paul McCartney

Durante uma festa em Hollywood, em meados da década de 1970, Paul McCartney revelou a Michael Jackson que havia composto uma canção pensando no estilo dele. Era “Girlfriend”. Contudo, o próprio Paul acabaria registrando a faixa em London Town, disco que o Wings lançou em 1978.

No ano seguinte, Jackson estava gravando Off The Wall, seu primeiro álbum pela gravadora Epic, sob a batuta do experiente produtor Quincy Jones. E, por uma incrível coincidência, Jones sugeriu a MJ que gravasse “Girlfriend” – sem imaginar que a música foi escrita originalmente para ele (!).

No trabalho que sucedeu Off The Wall, o arrasa-quarteirão Thriller (1982), Jackson e McCartney gravaram o dueto* “The Girl Is Mine”. No ano seguinte, os dois artistas colaboraram novamente em “Say Say Say” e “The Man” [saiba mais aqui], ambas de Pipes of Peace (1983), do ex-Beatle.



* É espantosa a semelhança da “proposta” de “The Girl Is Mine” e “Tereza da Praia”: as duas retratam sujeitos que gostam da mesma mulher se “alfinetando”. Considerando que Antônio Carlos Jobim e Billy Blanco compuseram “Tereza da Praia” em 1954 – e também a notoriedade de Jobim nos EUA –, não é absurda a hipótese de Jackson e McCartney terem se inspirado nessa canção...




Ouça “Girlfriend:




Ouça “The Girl is Mine:




E veja o divertido vídeo de “Say, Say, Say”, onde Paul McCartney e Michael Jackson interpretam os simpáticos vigaristas Mack e Jack:

quarta-feira, julho 08, 2009

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘The Man’, de Paul McCartney e Michael Jackson


The Man” é uma canção pela qual sempre tive grande apreço, desde garoto. Não por acaso, consigo ouví-la com alguma frequência até os dias de hoje nas chamadas “FMs adultas”. E jamais fico indiferente quando isso acontece.

Lançada no álbum Pipes of Peace (1983), de Paul McCartney, a canção, além da boa melodia, possui também um arranjo primoroso – que mistura flautas, cordas e violões a um eficiente riff de guitarra na introdução –, produzido por Sir George Martin. Sem contar a perfeita interação entre as vozes de McCartney e Michael Jackson.

E há os curiosos versos “I'm alive / and I'm here forever [Estou vivo /e estou aqui, para sempre]”. Impossível saber se Michael Jackson pensou na “imortalidade” do “mito” no momento em que escreveu essas palavras.

Mas que esses versos adquiriram um outro significado após o desaparecimento do artista, não resta a menor dúvida...


O melhor de Michael Jackson

Se eu decidisse montar um CD com as minhas canções prediletas de Michael Jackson para ouvir no carro – e é bem provável que eu ainda faça isso –, o repertório teria grande semelhança com o disco 1 da (boa) compilação dupla HIStory: Past, Present and Future (1995) [no detalhe], mas com algumas alterações não somente de faixas, como também na ordem das mesmas.

Ficaria assim:

* Rock With You [Off The Wall, 1979]
* Don't Stop Till Get Enough [Off The Wall, 1979]
* Somebody's Watching Me [Somebody's Watching Me, de Rockwell*, com participação de Michael Jackson]
* The Man [Pipes of Peace, de Paul McCartney, 1983
* The Girl Is Mine [Thriller, 1982]
* Human Nature [Thriller, 1982]
* Billie Jean [Thriller, 1982]
* Beat It [Thriller, 1982]
* Black Or White [Dangerous, 1991]
* Heal The World [Dangerous, 1991]
* Man In The Mirror [Bad, 1987]
* She's Out Of My Life [Off The Wall, 1979]
* I Just Can't Stop Lovin' You [Bad, 1987]
* Will You Be There [Dangerous, 1991]
* You Are Not Alone [HIStory: Past, Present and Future, 1995]


Os 700 megabytes de um CD-R ficariam totalmente preenchidos. E ainda ficariam de fora “The Way You Make Me Feel”, “Smooth Criminal”, “Bad”, “Remember The Time”, “Say Say Say”, “Dirty Diana”, e até (pasmem) “Thriller”, entre outras.

Em suma, Michael Jackson possuía uma respeitável coleção de hits. Dá até para pensar em um outro CD...



* Para quem não sabe, o nome verdadeiro de Rockwell é Kenneth Gordy - ele é filho de ninguém menos que Berry Gordy, o fundador da Motown. “Somebody's Watching Me” é um dos seus dois únicos sucessos. O outro é a infalível balada “Knife”.