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sexta-feira, junho 26, 2009
Morre Michael Jackson
Qual o legado deixado pelo artista que revolucionou os videoclipes e gravou o disco mais vendido da história?
Aos dez anos de idade, eu era um menino absolutamente fissurado por Thriller (1982), de Michael Jackson [no detalhe]. Um álbum estupendo. Não por acaso, tornou-se o mais vendido de toda a história: 104 milhões de cópias. Ganhei o vinil de presente de alguém – não me recordo quem -, e, através dos videoclipes, aprendi, em pouco tempo, a incrível coreografia do artista. Inclusive o famoso moonwalker.
(Alguns familiares lembram até hoje do menino branquelo que reproduzia à perfeição os passos de dança de Jackson. Sorte minha que ninguém filmou isso na ocasião. Acho que ficaria bastante constrangido hoje em dia...)
Os videoclipes de Jackson, aliás, eram um capítulo à parte. Assim como os Beatles alçaram a música pop ao status de arte, na década de 1960, MJ fez o mesmo em relação aos clipes, nos anos 80 e 90. A linguagem nunca mais foi a mesma de depois do fantasmagórico “Thriller” e do surpreendente “Black or White”.
O superproduzido vídeo de “Thriller” deixou o planeta, diga-se de passagem, simplesmente boquiaberto. Com seus quase quatorze minutos de duração, não é errado dizer que trata-se de um curta-metragem. Já “Black or White” ficou marcado pelo efeito especial de “metamorfose” de seus personagens
Entretanto, o disco que sucedeu Thriller, o bom Bad (1987), não despertou em mim, nem de longe, o interesse de antecessor. Não deixava, porém, de ser um bom disco, com faixas como “The Way You Make Me Feel”, “Man In The Mirror” e a belíssima “I Just Can't Stop Lovin' You”.
Jackson ainda obteve boa repercussão do trabalho posterior a Bad, Dangerous (1991), com hits como a supracitada “Black or White”, “Heal The World”, “Remember The Time” e “Will You Be There”. Mas seu último CD de inéditas, ironicamente batizado de Invencible (2001), passou em brancas nuvens.
Polêmicas passaram a ocupar o lugar da música
Todas essas lembranças vieram à tona no exato momento em que soube do precoce – e, por isso mesmo, inesperado – desaparecimento do cantor americano, de 50 anos de idade. Fiquei consternado, obviamente.
Com um histórico recente de polêmicas (como a acusação – não comprovada – de pedofilia) e bizarrices (com o embranquecimento de sua pele e as operações plásticas que destruíram seu rosto), as notícias sobre Michael Jackson passaram a ser majoritariamente extra-musicais. Uma pena.
Todos, de certa forma, imaginavam que essa história não acabaria bem. E, lamentavelmente, a má impressão acabou se confirmando.
Contudo, a despeito dos escândalos, seu legado artístico permanecerá. Canções como “One Day In Your Life”, “Got To Be There”, “I Wanna Be Where You Are” e “Music And Me”, entre outras, emocionaram e ainda emocionam milhões de pessoas ao redor do mundo. E continuarão emocionando, sem dúvida alguma.
Que ele possa descansar em paz.
Veja os clipes de “Thriller”...
...de “Black or White”...
...e também da apresentação de “Billie Jean” na comemoração do aniversário de 25 anos da gravadora Motown. Uma imagem tão emblemática quanto a de Gene Kelly “cantando na chuva”:
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