“...a maldade já vimos demais...”

Existem determinados instantes — alegres ou tristes — em que... nos faltam as palavras. Por sorte, precisamente nestes momentos, temos... a música.
Para que, através dela, possamos nos compreender. Nos expressar. Ou, para que, por meio dela, consigamos... nos consolar. É clichê, porém verdadeiro: sempre existirá uma canção que caberá como uma luva na nossa emoção — seja ela qual for.
Não há muito mais a ser dito sobre a barbárie de Realengo. Só nos resta lamentar. Profundamente. Pelas vidas ceifadas. Pelos familiares e amigos que agora choram. E também pelas crianças que sobreviveram — que muito provavelmente carregarão, até o fim de seus dias, o trauma de toda aquela violência.
E é justamente em instantes como este que a música entra em cena. Para nos... traduzir. E nos... confortar.
“...iremos passar,
mas não podemos nunca esquecer de mais alguém que vem.Simples inocentes a nos julgar perdidos:
as iluminadas crianças, herdeiras do chão —
solo plantado...
Não as ruínas de um caos...”
P. S.: A tocante “Contos da Lua Vaga”, de Beto Guedes e Márcio Borges, foi a faixa-título do álbum que o músico mineiro lançou em 1981. O título foi inspirado no homônimo filme japonês, dirigido por Kenji Mizoguchi em 1953.