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sábado, setembro 24, 2011

Flamengo: fim do ‘jejum’

Sem contar com Ronaldinho Gaúcho, convocado para a Seleçãoo Flamengo venceu, de virada— mas com dificuldade — o América-MG, “lanterna” do Campeonato Brasileiro, por 2 a 1. Deivid e Thiago Neves marcaram os gols do Rubro-Negro.

Com este resultado, o time da Gávea finalmente pôs fim à (incômoda) sequência de dez (!) jogos sem vitórias. 








segunda-feira, agosto 29, 2011

Força, Ricardo Gomes

A vida de um ser humano está, obviamente, muito acima de preferências futebolísticas. Sendo assim, o TomNeto.com se solidariza com os familiares de Ricardo Gomes [foto], que sofreu um AVC ontem, no segundo tempo da partida entre Flamengo e Vasco, no Engenhão. 

E deseja o rápido restabelecimento do técnico cruzmaltino.


***


É importante frisar que alguns idiotas — sim, idiotas —, que gritaram “vai morrer, vai morrer”, no momento em que a ambulância entrou no campo para levar Gomes ao hospital, não representam, em hipótese alguma, a Nação rubro-negra. Inclusive, houve um início de tumulto, logo controlado pela Polícia Militar, envolvendo (os verdadeiros) torcedores do Flamengo, que se revoltaram com esta minoria.

(Da mesma forma, tenho certeza absoluta de que aqueles que, em 1992, se divertiram — criando até uma paródia — quando uma grade da arquibancada do Maracanã cedeu, matando sete torcedores do Fla, também não são dignos representantes da torcida vascaína.)

Pasmem: houve quem tentasse justificar a atitude deplorável de ontem, afirmando tratar-se de “uma brincadeira”. 

A que ponto chegamos...

segunda-feira, agosto 08, 2011

Ronaldinho Gaúcho: cruzamento ‘com a mão’

Um amigo meu — que torce para o Fluminense, é sempre bom frisar — me disse o seguinte sobre o solitário tento do Flamengo sobre o Coritiba, em partida realizada no sábado, 06, no Engenhão:

— O juiz tinha que ter marcado falta a favor do Coxa no lance do gol do Flamengo — o Ronaldinho Gaúcho cruzou com a mão!





sábado, julho 30, 2011

Ricardo Teixeira na revista ‘Piauí’

“Minha nossa... Qual de vocês está com a mão amarela?”


A edição de julho da revista Piauí* apresentou extensa matéria sobre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira [foto]. E... bem, é impossível não destacar a admirável elegância e franciscana humildade do dirigente.

Confira os melhores momentos:


Meu amor, já falaram tudo de mim: que eu trouxe contrabando em avião da Seleção, a CPI da Nike e a do Futebol, que tem sacanagem na Copa de 2014. É tudo coisa da mesma patota, UOL, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo as mesmas merdas.

(detalhe: de acordo com a matéria, ele chama a todos — homens e mulheres — de “meu amor”.)


O Lula me falava: ‘Eu não vejo essa Globo News porque só dá traço. Então, esse UOL só dá traço. Quem lê o Lance? Oitenta mil pessoas? Traço! Quem vê essa ESPN? Traço! Portanto, só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional.

(referindo-se à baixa audiência/tiragem dos referidos veículos)


Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF? Que porra elas têm a ver com a contabilidade do Bradesco ou do HSBC? Isso tudo é entidade [separando as sílabas] pri-va-da. Não tem dinheiro público, não tem isenção fiscal. Por que merda todo mundo enche o saco?



Pedir porra nenhuma — o filme é nosso. As imagens são minhas.”

(sobre as filmagens das duas últimas Copas do Mundo, realizadas pela Conspiração Filmes)



São uns filhos da puta — nem colocaram que não tinha a coisa do meu bar.”

(sobre a nota de cinco linhas, publicada no jornal Folha de São Paulo, que informava que o processo conhecido como “voo da muamba” — no qual o dirigente era réu — foi arquivado)



Falaram que eu tinha trazido material contrabandeado, o caralho. Agora, sabe por que isso tudo aconteceu? Porque não deixei que a imprensa entrasse no avião e porque o secretário da Receita, o Osíris Lopes Filho, ia ser demitido. Descemos no aeroporto, o povo da Receita falou para deixarmos as bagagens, que eles iam guardar e dali a três dias devíamos voltar para pegar. A CBF pagaria todo o imposto, como pagou depois, mas o seu Osíris armou para mostrar serviço, posou de arauto da moralidade, a imprensa comprou a história e nós nos fodemos.”

(sobre o mesmo episódio)



Eu vou infernizar a vida deles. Enquanto eu estiver na CBF, na Fifa, onde for, eles não entram.

(sobre a BBC)



Dele, eu não deixo passar nada. Outro dia, recebi um dinheiro dele. Mas eu doo para a caridade. Na próxima que ganhar, vou publicar no site da CBF um agradecimento.”

(sobre o comentarista esportivo Juca Kfouri, que já foi processado por Ricardo Teixeira mais de cinquenta vezes)



Se você está na merda, vão falar: ‘Coitado do Ricardo. Vamos dar uma mão para ele.’ Mas aí, todo mundo volta para casa, não ajuda e finge que esqueceu o assunto. Agora, pense na situação inversa: ‘Porra, o Ricardo está bem pra caralho! Que sucesso!’ Pode ter certeza que vai ser aquele que você acha que é seu melhor amigo quem vai dizer primeiro: ‘Também, roubando, quem não fica bem?

(expondo a sua peculiar visão da amizade)



Não ligo. Aliás, caguei. Caguei montão.”

(explicando o quanto se importa com as acusações de corrupção)



O neguinho do Harlem olha para o carrão do branco e fala: ‘Quero um igual’. O negro não quer que o branco se foda e perca o carro. Mas no Brasil não é assim. É essa coisa de quinta categoria.

(corroborando a tese de Tom Jobim de que o brasileiro não lida bem com o sucesso alheio)



Olha como a imprensa brasileira é escrota! A imprensa brasileira é muito vagabunda!

(sobre as três sucintas reportagens de sites brasileiros sobre o documento que absolvia o dirigente da acusação de suborno. Apenas a da BBC esclarecia o caso com detalhes)



O feio é perder, minha querida. Quando ganha, acabou.”

(sobre a eleição da Fifa, na qual foi reeleito Joseph Blatter — que não tinha adversários)



Por que ele tem que sair? Não tem que sair nada. Palocci não vai sair.

(sobre o ex-ministro da Casa Civil)



Taí, vai ver que a minha vaidade é essa: ver que as maiores empresas do mundo, a maior de carne, a maior de seguros, a maior cervejaria, o maior banco do país, a maior editora, todo mundo investiu milhões no ladrão, no bandido aqui, numa CBF de merda, num time que só perde, né?” 

(referindo-se aos grandes patrocinadores da Copa do Mundo no Brasil: Seara, Liberty, Ambev, Itaú e Abril)



Não leio mais porra nenhuma. A vida ficou leve pra cacete. Tá muito bom.

(após ter cancelado o resumo diário dos jornais, ter parado de ver televisão e se afastado da internet)



Isso é o governo. E se o governo acha que a Copa não é prioridade, não posso fazer nada. Esse é o SEU país

(sobre o atraso nas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo)



Alguém está falando do Palocci hoje? Não, ? Se eu renunciasse hoje, viraria santo.

(sobre a renúncia do ex-ministro)



Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E aí, acabou.”




* Leia a reportagem, na íntegra, clicando aqui. 

Da série ‘Frases’: João Havelange

A senhora acha que um inglês dá beijo num preto? Um alemão dá? Pois todo africano que entrava no congresso, eu e minha mulher, Anna Maria, beijávamos todos.”

(João Havelange, presidente da Fifa entre 1974 e 1998, na revista Piauí)


sábado, junho 11, 2011

Valeu, Pet!

                      
Durante os 45 minutos em que atuou em sua partida de despedida — no dia 05 de junho, contra o Corinthians, no Engenhão —, Petkovic [foto] provou que, mesmo aos 38 anos de idade, tinha condições de jogar, pelo menos, até o final do ano. E encerrar sua carreira com a dignidade que merece.

Mas, enfim, o futebol tem dessas coisas...

Ao marcar, em 2001, contra o Vasco, aos 43 minutos do segundo tempo, o gol que deu o tricampeonato carioca ao Flamengo, o meia conseguiu o que parecia absolutamente improvável: fazer com que um sérvio entrasse em definitivo para a história do clube de maior torcida do Brasil, o chamado “País do Futebol”.

Em 2009, retornou à Gávea completamente desacreditado. E acabou sendo peça fundamental na conquista do hexacampeonato brasileiro [saiba mais aqui e aqui].

Dejan Petkovic é, sem dúvida, um dos maiores ídolos rubro-negros. Ouso dizer que, abaixo de Zico, ele é ‘o cara’.

Clichê dos clichês — porém verdadeiro: o homem passa, mas o mito permanece. Valeu, Pet!


Ronaldo. Fenômeno.

Quiseram os deuses do futebol que, na mesma semana em Petkovic encerrou sua carreira, Ronaldo Fenômeno [foto] também se despedisse dos gramados. Aos 34 anos, o atacante jogou os 15 minutos finais do primeiro tempo do amistoso do seleção brasileira contra a Romênia, no Pacaembu, na terça-feira, 07 de junho.

Visivelmente fora de forma, Ronaldo, por ironia, não conseguiu marcar seu derradeiro gol com a camisa canarinho — embora tenha tido três grandes oportunidades. Ainda assim, no intervalo de jogo, pelo “conjunto da obra”, foi ovacionado pela multidão presente ao dar a volta olímpica no estádio.

Centroavante habilidoso e de grande “explosão”, Ronaldo Fenômeno disputou quatro Copas do Mundo e ganhou duas — uma como titular (2002) e uma como reserva (1994), aos 17 anos de idade. E tornou-se o maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols.

Atuou em grandes clubes da Europa como Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan. Enfrentou lesões gravíssimas e, muitas vezes, foi considerado acabado para o futebol. Mas, desafiando os incrédulos, sempre ressurgia. Como uma fênix.

As recentes mancadas que cometeu não apagam uma trajetória esportiva irrepreensível. Portanto, temos mais é que respeitar esse cara.


Vejam alguns dos melhores momentos da carreira de Ronaldo: dribles desconcertantes e gols, muitos gols.



A despedida do Fenômeno. Em tempo: se algum de vocês — assim como eu — simplesmente não tolera o Galvão Bueno, é só dar “mute” ao executar o vídeo abaixo...

terça-feira, abril 12, 2011

Massacre de Realengo: o futebol de luto


Na partida entre Flamengo e Botafogo, realizada no domingo, 10 de abril, no Engenhão, o massacre de Realengo não deixou de ser lembrado.

Os atletas do time da casa, em sinal de luto, entraram em campo de camisas pretas. E, pouco antes do apito inicial, as duas equipes [acima, em foto de Alexandre Cassiano, da Agência O Globo] fizeram, em homenagem às vítimas da tragédia, um minuto de silêncio — que, surpreendentemente, foi respeitado pelo público presente ao estádio. Uma cena impressionante.

Até mesmo experientes profissionais da narração esportiva confessaram a sua comoção diante daquela... consternação coletiva.

Igualmente louvável foi a atitude do Corinthians [abaixo, em foto de Marcos Ribolli, do GloboEsporte.com]. Contra o São Caetano, no Pacaembu, todos os titulares do clube paulista atuaram com os nomes das crianças assassinadas impressos na parte de trás de suas camisas.

Com gestos assim, o futebol mostra que pode, sim, ser um instrumento de paz e solidariedade. Nem tudo está perdido.


sábado, março 26, 2011

O Adriano do videogame e o da vida real

Adriano, que teve rescindido o seu vínculo de quatro anos com a Roma, da Itália, já decidiu o seu futuro: jogará no Corinthians. O blog deseja, de maneira sincera, boa sorte ao atacante. E também que o clube paulista faça... er, bom proveito do atleta.

O desinteresse do Flamengo em recontratar o Imperador — apesar do clamor da parte da torcida — não pode ser interpretado como um gesto de “ingratidão” ou algo desta natureza. Não.

Ninguém esquece que, ao lado do sérvio Petkovic, Adriano foi peça-chave na conquista do hexacampeonato brasileiro, em 2009. Contudo, permanece igualmente nítida na memória a lembrança dos atos de indisciplina e ocorrências policiais do centroavante em 2010 — ano em que, em situação caótica, o rubro-negro quase caiu para a segunda divisão.

Sendo assim, a Diretoria do clube manteve o bom-senso e optou por, como se diz em Portugal, não “perdoar o mal que faz, pelo bem que sabe”.

Sei que é pedir demais. Mas seria ótimo se o Adriano da vida real fosse igual o do videogame [no detalhe]: que marcasse os gols — porque é, indiscutivelmente, craque —, mas não criasse nenhum problema extracampo...


sábado, fevereiro 26, 2011

A estreia de Ronaldinho Gaúcho


Apenas à guisa de registro: é óbvio que nem o mais otimista dos torcedores rubro-negros apostava que Ronaldinho Gaúcho [foto] “fizesse chover” logo em sua estreia pelo Flamengo — ocorrida no último dia 02, contra o Nova Iguaçu, no Engenhão.


Por três motivos: a) longo período sem atuar no futebol brasileiro; b) desentrosamento com seus novos companheiros; c) falta de ritmo de jogo — visto que não vinha sendo titular na equipe do Milan.

No entanto, R10 deu motivos de esperança para a Nação. Além de ter permanecido em campo durante toda a partida, teve alguns lampejos de craque em bons lançamentos, jogadas de efeito e, especialmente, uma cobrança de falta que tinha “endereço certo”.


Ronaldinho Gaúcho: ‘Jogadores que vocês nem imaginam sonham em jogar aqui...’


Logo após a sua apresentação — diante de 20 mil pessoas, na Gávea, no dia 12 de janeiro —, consta que Ronaldinho Gaúcho [foto] teria se reunido com três chefes de torcidas organizadas em uma sala reservada da presidência do clube. E, com todas as letras, disse a eles:

— Vários jogadores que vocês nem imaginam sonham em jogar aqui.

Tal afirmativa faz com que os torcedores do Fla, inevitavelmente, comecem a delirar — e a tentar adivinhar a quais de seus (inúmeros) ex-companheiros R10 se referiu. Samuel Eto'o? Alexandre Pato? Zlatan Ibrahimovic?

Lionel Messi?!?

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Ronaldinho Gaúcho no Flamengo


Sempre reagi com ceticismo à contratação de “figurões” pelo Flamengo. Foi assim com Adriano, Vágner Love e até Petkovic — que, em priscas eras, prestou ótimos serviços ao clube rubro-negro.

Contudo, em se tratando de Ronaldinho Gaúcho [no detalhe], “o buraco é mais embaixo”. Digo mais: a chegada do craque dentuço é uma notícia que faz com que o ano de 2011 inicie com o pé direito lá pelas bandas da Gávea.

A torcida do Fla não pode ser ingênua a ponto de pensar que, aos 31 anos de idade, Ronaldinho voltará a ser o “alienígena” que simplesmente barbarizou em sua passagem pelo Barcelona. Sobretudo, por causa do notório apreço do craque por praia, pagodes, etc. No entanto, há que se considerar que, jogando apenas a terça parte do que sabe, o Gaúcho é um jogador de técnica (muito) superior a 90% dos futebolistas em atividade no Brasil. Ponto.

E não podemos esquecer, sobretudo, a questão comercial: a imagem de Ronaldinho Gaúcho ainda possui fortíssimo apelo de marketing. E não resta dúvida de que irá aumentar substancialmente a venda de camisas do clube mais popular do Brasil. Isso, sem contar bilheterias, contratos de publicidade, etc. Exatamente como ocorreu com Ronaldo Fenômeno no Corinthians.

Resumo: depois de tantas “bolas na trave”, finalmente a Diretoria do Flamengo “deu uma dentro”. Já não era sem tempo...

Seja bem-vindo, Ronaldinho Gaúcho.


***


Fã do futebol de Ronaldinho Gaúcho que sempre fui — no auge de sua carreira, o ex-gremista foi, na minha modesta opinião, inegavelmente superior a Messi, Cristiano Ronaldo e Kaká, entre outros —, escrevi sobre o craque em agosto de 2010, por ocasião de um amistoso entre Barcelona e Milan, no qual o clube catalão prestou uma belíssima homenagem ao seu ex-atleta. Para conferir, clique aqui.

Da série ‘Frases’: Thiago Neves e o... ‘choque cultural’

A reza no intervalo foi a coisa que mais me chocou. Todos vão para o vestiário e ficam lá, de bunda para o alto, rezando. Eu só olhava...

Em entrevista ao jornal carioca Extra, Thiago Neves [no detalhe], novo reforço do Flamengo, revela o seu espanto diante dos hábitos muçulmanos. Jogador do Al-Hilal, da Arábia Saudita, o apoiador assinou com o clube rubro-negro por um ano e foi apresentado hoje na Gávea.


Da série ‘Só Para Constar’: Zico

Só para constar: além de ser o maior ídolo da história do Flamengo — e de ter sido tão maltratado enquanto ocupou o cargo de Diretor de Futebol do clube —, foi Zico que iniciou as negociações para trazer Ronaldinho Gaúcho para a Gávea.

Contudo, naquele momento, o Galinho esbarrou na negativa do Milan, clube no qual Ronaldinho atuava. Mas a semente estava plantada...


Da série ‘Contos’: ‘Classes diferentes. A mesma paixão’


Vinham os dois na mesma calçada, porém em sentido contrário: o rapaz escuro, suado, trajando roupas humildes, que trazia nas mãos uma caixa de drops, que certamente vende nos ônibus; e um moço branco, de óculos, pasta de executivo na mão, e impecavelmente vestido.

Como se combinassem, ambos entraram, no exato ponto em que cruzaram, em uma loja de artigos esportivos. E procuram, por coincidência, o mesmo objeto de desejo: a camisa do Flamengo.

Parados em frente à vitrine, fitam o uniforme rubro-negro – o atual, que traz no peito o escudo da CBF e, logo abaixo, a enorme logomarca da indústria de laticínios.

O silêncio é quebrado pelo rapaz arrumadinho, que dirige-se ao outro, dizendo:

— Pode falar, me'rmão: muito foda essa camisa, não?

Embora estupefato pelo inesperado vocabulário saído da boca da figura a seu lado, o vendedor de balas ainda consegue balbuciar:

— Já é. Já é...

Moral da história: na paixão por um clube de futebol, os torcedores – independentemente de raça, credo ou classe social – tornam-se o que, de fato, são: iguais.

sábado, agosto 28, 2010

Ronaldinho Gaúcho: justa homenagem

Na primeira vez em que voltou a pisar, como jogador, no gramado de seu ex-clube, o Barcelona, Ronaldinho Gaúcho – atualmente no Milan, da Itália – foi recebido como um rei. Antes da partida entre o dono da casa e o time rossonero, o telão do estádio Camp Nou mostrou imagens de momentos gloriosos do craque dentuço com a camisa azul-grená – o ápice de sua carreira.

E, ao entrar em campo, Ronaldinho foi aplaudido efusivamente por todos os presentes. Barcelona e Milan disputaram o troféu que leva o nome do fundador do clube catalão, o suiço Joan Gamper. Após o empate de 1 a 1 no tempo normal, o Barça venceu, nos pênaltis, por 3 a 1. Mas o melhor ainda estava por vir.

Após receber a taça, o capitão do time, Carles Puyol, emocionando a todos, deu-a de presente ao brasileiro [no detalhe, em foto da agência Reuters], em reconhecimento a todos os serviços prestados ao clube – dois Campeonatos Espanhóis (2004/05 e 2005/06); uma Liga dos Campeões (2005/06); duas Supercopas da Espanha (2005/06 e 2006/07); e três Copas da Catalunha (2003/04, 2004/05 e 2006/07).

Aliás, foi com a camisa do Barcelona que o jogador foi eleito, por duas vezes, o melhor do mundo, pela Fifa: 2004 e 2005.

Ainda que, atualmente, aos 30 anos de idade, Ronaldinho Gaúcho já não seja o mesmo futebolista que encantou o planeta, sua passagem pelo clube foi, indiscutivelmente, memorável. Ele foi um gênio, um esteta da bola.

Portanto, a homenagem é mais do que merecida.


Bilhete azul (2): Rogério Lourenço

Rogério Lourenço [no detalhe] não suportou a pressão das arquibancadas e foi demitido ontem do comando técnico do Flamengo. Toninho Barroso – que trabalha nas divisões de base do clube – assume interinamente o cargo.

Quando uma equipe não apresenta um bom desempenho, nem sempre a culpa é do treinador. Contudo, o retrospecto recente de Rogério à frente no Fla não era nada, nada animador.

O rubro-negro tem, atualmente, o segundo pior ataque da competição – superando apenas o Ceará – com 12 gols em 16 jogos. E ocupa o 10º lugar da tabela, 15 pontos (!) atrás do líder Fluminense.

É bem verdade que o time não tinha ataque. Val Baiano ainda não marcou um gol sequer e Leandro Amaral vem de um longo período de inatividade. Somente agora chegaram os dois reforços para o setor ofensivo: Deivid, ex-Fenerbahçe, e Diogo, ex-Olympiakos. Mas, independentemente disso, o Fla vinha jogando de maneira... er, “acanhada”, como se fosse time pequeno.

E convenhamos: isso não é Flamengo.

Enquanto isso, a diretoria do clube se movimenta para encontrar o sucessor de Rogério. Vários nomes já foram citados: Carlos Alberto Parreira, Andrade, Leonardo, Vanderlei Luxemburgo... Espero que o escolhido não seja um dos que foram recentemente defenestrados de outros clubes, como Emerson Leão, Geninho e Antônio Carlos, por exemplo.

E, principalmente, Dunga ou o seu auxiliar, o ex-lateral Jorginho...

Bilhete azul: Robinho

A despeito de ter sido a mais contratação da história do futebol, inglês, Robinho [no detalhe] está de saída do Manchester City. Entretanto, do alto de sua “humildade” habitual, o atacante tratou de rechaçar a única proposta oficial que surgiu pelo seu passe: a do Fenerbahçe, da Turquia.

— Com todo o respeito ao futebol turco, mas eu não vou jogar lá neste momento. A equipe [Fenerbahçe] foi a única que me mandou uma proposta oficial, mas já está decidido que eu não vou (...). A única coisa que eu digo é que continuarei na Europa. Itália ou Espanha.

Robinho deveria se dar por satisfeito em receber uma proposta da Turquia. Com o futebol que vem apresentando há tempos, não seria nenhum espanto se ele fosse parar na Áustria.

Com todo o respeito à Áustria, é claro.

terça-feira, julho 20, 2010

A hora e a vez da ‘Fúria’


Não foi exatamente uma surpresa para ninguém que a Espanha [foto], pela primeira vez em sua História, tenha vencido a Copa do Mundo. Afinal, graças à sua melhor geração de jogadores de todos os tempos, a “Fúria” já havia conquistado a Eurocopa de Seleções, há dois anos.

Para o bem do futebol, a vitória espanhola é uma ótima notícia. Em uma Copa de sofrível nível técnico, com muitas “retrancas” – e some-se a isso uma bola que gerou inúmeras reclamações, a famigerada Jabulani –, a Espanha, a despeito de ter perdido a primeira partida, para a fraca Suíça, jogou um futebol ofensivo, vistoso. Cortesia de jogadores talentosos como Iniesta, Xavi, Xabi Alonso e David Villa.

Resumo: a taça está em boas mãos.


***


Apesar do desempenho pífio na África do Sul – apenas um jogador brasileiro, o lateral direito Maicon, foi um dos eleitos no Time do Sonhos da FIFA –, o Brasil, pasmem, ainda tem o que comemorar: a Seleção Canarinho, pentacampeã, só poderá ser alcançada em número de títulos mundiais em 2014.

Isso, é claro, se a Itália – que é tetra – vencer a Copa do Mundo que será realizada no Brasil, daqui a quatro anos.