quarta-feira, março 29, 2006

‘Budapeste’


Finalizei a leitura de Budapeste, terceiro romance (os demais são: Estorvo, 1991; e Benjamin, 1995) de Chico Buarque, lançado no ano passado. Pelo interesse que me despertou, devo confessar que li de maneira voraz.

A livro conta a estória do ghost-writer carioca José Costa que, após um congresso de ghost-writers realizado na capital húngara, encontra-se seduzido inicialmente pela língua magiar. Posteriormente, conhece uma bela mulher que começa a lhe ensinar o idioma, com a qual a passa ter um envolvimento amoroso. Esses fatos fazem com que o escritor assuma um... alter ego: Zsoze Kósta.

Chico conduz a narrativa com maestria, criando imagens brilhantes, e apresentando um senso de humor absolutamente inusitado. O livro flui perante os olhos do leitor.

Há algum tempo atrás, o autor de "Vai Passar" foi definido como "um escritor que faz música". Faz sentido. Pois, além de suas melodias elaboradas e harmonias complexas, Chico é um dos mais hábeis manipuladores de palavras não só do Brasil, mas da própria Língua Portuguesa.

Tanto nas canções, quanto, agora, também na literatura, trata-se - tenho dito reiteradas vezes - de um gênio da nossa cultura.

quinta-feira, março 16, 2006

Semelhanças...



Recentemente, notei que a capa d A Bigger Bang, dos Rolling Stones (lançado no ano passado) lembra bastante a de Back To The Egg, dos Wings (1979).

Na verdade... propriamente parecidas, as capas não são. Ao que tudo indica, as intenções foram semelhantes (a alusão à Astronomia, blá-blá-blá) - sendo que o CD dos Stones foi lançado 26 anos depois.

Observem as duas e tirem suas conclusões.

Barão Vermelho: ele continua a brilhar


(Parece até "jornal d ontem, com notícias d anteontem" - visto q o CD já saiu há quatro meses - , mas.... acho q vale como curiosidade. Segue abaixo o texto q escrevi sobre o "MTV Ao Vivo"do Barão, mas q acabou não sendo publicado no IM d dezembro... simplesmente porque eu me atrasei e perdi o prazo...)


É fato que, nos primeiros anos após a saída de Cazuza, o BARÃO VERMELHO sentiu falta de um letrista com verve à altura. No palco, entretanto - com a inegável técnica de seus integrantes - a banda sempre foi responsável por um dos melhores shows de rock do Brasil, tornando-se um referencial do estilo. A prova está no recém-lançado MTV Ao Vivo, mais um produto da emissora paulistana.

Gravado no mês de agosto no Circo Voador (onde o Barão realizou, nos anos 80, um de seus primeiros shows, quando a lona ainda estava na Praia do Arpoador), o álbum registra uma performance definitiva do grupo carioca, sendo comercializado em duas versões: CD duplo; ou dois CD's simples, vendidos separadamente.

O repertório resume os quase 25 anos de carreira da banda e equilibra clássicos consagrados ("Maior Abandonado", "Bete Balanço", "Por Que a Gente é Assim?", "Pense e Dance", "O Poeta Está Vivo", "Pedra, Flor e Espinho", "Por Você"); material recente ("Cara a Cara" e "Cuidado", do último CD, cujo título é apenas o nome do grupo); canções menos conhecidas ("Tão Longe De Tudo", "Política Voz", ambas do excelente "Na Calada Da Noite", 1990); uma inédita ("O Nosso Mundo"); músicas de outros artistas, como Raul Seixas (a bela "Tente Outra Vez"), Legião Urbana ("Quando o Sol Bater Na Janela Do Seu Quarto"), Ângela Rô-Rô ("Amor, Meu Grande Amor") e Bezerra da Silva ("Malandragem Dá Um Tempo"), além de duas faixas interativas ("Vem Quente Que Eu Estou Fervendo" e o blues "Quem Me Olha Só", ambas registradas em estúdio).

O primeiro single de trabalho é "Codinome Beija-Flor", que conta com a participação especial de Cazuza - no melhor estilo Unforgettable: a imagem e a voz do poeta foram projetadas no telão do show, num dueto emocionante dos dois vocalistas da história da banda. Essa é a segunda vez que o Barão grava uma música da carreira solo do Exagerado. A primeira foi "O Tempo Não Pára", no "Balada MTV" (1999) - presente mais uma vez, aliás, nesse "Ao Vivo".

O DVD, a ser lançado agora no início de dezembro, será o primeiro registro do Barão nesse formato. O "ao vivo" anterior (o já mencionado "Balada MTV") - no qual metais, cordas, teclados e violões se sobrepuseram às guitarras - teve o lançamento temporariamente vetado pelo próprio grupo, por não representar a sonoridade característica da banda.
Comenta-se que este seria o último CD do Barão Vermelho, pelo fato de o guitarrista e cantor Roberto Frejat ter decidido priorizar a sua carreira solo - realizando apenas discos esporádicos com a banda. Espera-se que tal informação não venha a se confirmar. Ainda é cedo para virar essa que é uma das mais importantes páginas do rock nacional.

quarta-feira, março 08, 2006

Roberto Carlos: site oficial da Jovem Guarda


O artigo q escrevi sobre o + recente CD d ROBERTO CARLOS (publicado na edição d fevereiro do IM) agora está disponível também no site oficial da JOVEM GUARDA - também d propriedade d Marcelo Fróes, editor do tablóide. O q, pra mim, foi muito gratificante, claro.

Quem quiser conferir, o endereço é: www.jovemguarda.com.br

terça-feira, março 07, 2006

Rolling Stones: o show


Bem, acho q agora já posso falar sobre o show dos ROLLING STONES na Praia d Copacabana d maneira, digamos... + ponderada. E por conhecer, de cabo a rabo, a obra da banda (do 1º CD, q data d 1964, até A Bigger Bang, lançado no ano passado), eu não poderia ficar d fora desse acontecimento. Sim - a despeito das dúvidas q, a princípio, eu tive quanto a ir ou não ao espetáculo (ver tópico anterior) - , decidi comparecer ao show. Conforme previsto, as condições (para quem estava fora da famigerada área vip) não eram lá das melhores, mas... também não posso reclamar. Essa é a verdade.

Para um evento nessas proporções, até q tudo transcorreu sem maiores contratempos. Estiveram presentes um milhão e duzentas mil pessoas - e isso não é brincadeira (curiosamente, na semana seguinte, o negócio ficou feio no show q os Stones fizeram na Argentina. Tsc, tsc, tsc...).

E a banda não desapontou a quem se dispôs a enfrentar o calor, a multidão, etc. Foi uma apresentação irretocável.

Nem vou falar do vigor dos sexagenários (especialmente o endiabrado Mick Jagger, que parece tornar-se um mestre-de-cerimônias cada vez melhor, com o passar dos anos) - porque isso já é clichê. A infra-estrutura d som e luz também dispensa comentários - é d altíssimo nível. Prefiro, portanto, me referir ao repertório: entre cavalos-de-batalha ("Jumping Jack Flash", "Tumblin' Dice", "Brown Sugar", "Honky Tonk Women", "Start Me Up", "Miss You", "Satisfaction" e as belíssimas "Wild Horses" e "You Can't Always Get What You Want", entre outras), (dignas) músicas do último CD ("Rain Fall Down", "Oh No Not You Again", "This House Is Empty" e "Rough Justice"), e surpresas (como o longo e antiqüíssimo blues "Midnight Rambler" e "The Right Time", cover d Ray Charles), os Stones fizeram tudo valer a pena.

Dois dias depois, o U2 fez um show fantástico no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Mas q outro grupo pode se dar ao luxo d deixar d fora petardos como "Let's Spend The Night Together", "Angie", "Gimme Shelter", "Paint It Black", "Street Fighting Man" e "Ruby Tuesday" e, ainda assim, proporcionar ao público um espetáculo único, histórico, memorável?

Aguardo (ansiosamente) o DVD. Até porque, futuramente, poderei chegar pro Vinícius e dizer: "filhão, seu pai esteve aqui...".