Finalizei a leitura de Budapeste, terceiro romance (os demais são: Estorvo, 1991; e Benjamin, 1995) de Chico Buarque, lançado no ano passado. Pelo interesse que me despertou, devo confessar que li de maneira voraz.
A livro conta a estória do ghost-writer carioca José Costa que, após um congresso de ghost-writers realizado na capital húngara, encontra-se seduzido inicialmente pela língua magiar. Posteriormente, conhece uma bela mulher que começa a lhe ensinar o idioma, com a qual a passa ter um envolvimento amoroso. Esses fatos fazem com que o escritor assuma um... alter ego: Zsoze Kósta.
Chico conduz a narrativa com maestria, criando imagens brilhantes, e apresentando um senso de humor absolutamente inusitado. O livro flui perante os olhos do leitor.
Há algum tempo atrás, o autor de "Vai Passar" foi definido como "um escritor que faz música". Faz sentido. Pois, além de suas melodias elaboradas e harmonias complexas, Chico é um dos mais hábeis manipuladores de palavras não só do Brasil, mas da própria Língua Portuguesa.
Tanto nas canções, quanto, agora, também na literatura, trata-se - tenho dito reiteradas vezes - de um gênio da nossa cultura.