Mostrando postagens com marcador Milton Nascimento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Milton Nascimento. Mostrar todas as postagens

sábado, novembro 11, 2017

Inaugurando a série ‘Certas Canções’: Milton Nascimento


Já dizia o mestre Nelson Motta: “Tudo muda o tempo todo no mundo”. E, assim, após 225 postagens desde 2006, a série São Bonitas as Canções – cujo nome foi extraído de um verso de “Choro Bandido”, de Edu Lobo e Chico Buarque – passa a chamar Certas Canções, título da composição de Tunai e Milton Nascimento.

Faixa de Änïmä, de 1982 [no detalhe, a capa], no qual Bituca se encontrava no auge como intérprete, “Certas Canções” fala da identificação – e do deslumbramento – de um compositor diante da canção de outro autor: “Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim / que perguntar carece: ‘Como não fui eu que fiz?’”.

Com seu refrão pungente e registro vocal estupendo, “Certas Canções” se tornou um clássico instantâneo do repertório de Milton Nascimento.




quinta-feira, março 02, 2017

Da série ‘Causos’: a introdução de ‘Samba do Avião’, por Jobim e Dorival Caymmi


Apesar de amigos e confidentes desde a década de 1960 – quando gravaram juntos o álbum Caymmi Visita Tom e Leva seus Filhos Nana, Dori e Danilo [1964] –, Antonio Carlos Jobim e Dorival Caymmi, ironicamente, nunca compuseram em parceria. A única exceção foi uma introdução do sucesso “Samba do Avião” criada por Dorival.

Certa vez, o autor de “Samba da Minha Terra” estava no apartamento de Tom e decidiu colocar letra no trecho final da melodia da canção lançada em 1962. Como mote, lembrou da saudação que a esposa, a cantora Stella Maris, escrevia em todas as cartas enviadas para o marido – que, à época, frequentava um centro espírita em Niterói: “Salve Deus e Thiago e Humaitá”.

Jobim completou mencionando o desconforto que sentia ao aterrissar no aeroporto do Galeão, que hoje leva o seu nome: “Ê, Xangô / vê se me ajuda a chegar”.

A primeira parte da introdução (em letras itálicas) foi composta por Caymmi. A segunda foi inteiramente criada por Tom:


Epa Rei 
Aroeira
Beira de Mar
Canoa
Salve Deus e Thiago e Humaitá.

Eta costão de pedra
Dos “home” brabo do mar
Ê, Xangô
Vê se me ajuda a chegar.”


Curiosamente, a versão de “Samba do Avião” com a introdução criada pela dupla só foi registrada em disco duas vezes: no CD póstumo (gravado em 1987 sob encomenda da Odebrecht, como brinde para os funcionários da empreiteira) Inédito [1995], de Tom Jobim (com vocal solo de Danilo Caymmi); e em Novas Bossas, editado por Milton Nascimento na companhia do Jobim Trio em 2008.



Veja o vídeo de “Samba do Avião” – com direito a introdução, claro:

sábado, janeiro 16, 2016

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Sue (Or In a Season of Crime)’, de David Bowie



Duas canções já haviam sido lançadas em single: ‘Sue (Or In a Season of Crime)’ (…)




Ambas regravadas em ★, “Sue (Or In a Season of Crime)” e seu lado B, “'Tis a Pity She Is a Whore”, já haviam sido editadas em single por David Bowie. Eram as duas faixas inéditas da coletânea Nothing Has Changed, de 2014. Gravada na companhia da orquestra de Maria Schneider [que aparecer no detalhe, ao lado do cantor], “Sue...” já indicava o desejo de Bowie de se aproximar do jazz — o que, de certa forma, veio a se materializar em seu último álbum.

Na ocasião, uma matéria do jornal francês Le Monde apontava a (inegável) semelhança entre a melodia de “Sue...” e a de “Cais”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos. Logo após a publicação, Maria Schneider, coautora da faixa, enviou uma elegante mensagem para Bastos, argumentando que “embora tenha enorme apreço” pela composição da dupla, não teve intenção de fazer referência a ela.

Bastos afirmou que ouviu a gravação de Bowie antes de ler o artigo e não percebeu semelhança com “Cais”. Voltou a ouvir depois de ler a reportagem e, dessa vez, notou sequências harmônicas e notas parecidas, mas “nada que possa ser considerado plágio”. Através de sua assessoria de imprensa, Milton também reconheceu que as duas músicas são “parecidas”. Contudo, assumiu a mesma postura de seu parceiro.

A letra de “Sue (Or In a Season of Crime)” já apresenta menções à doença (“Sue, a clínica telefonou / o raio x está bom”) e à morte (“Sue, você falou que queria escrever ‘Sue, a Virgem’ / na sua lápide / para o seu túmulo”, em uma tradução livre). E, apesar do arranjo classudo, tradicional, a narrativa tem um inesperado desfecho rodrigueano: ao descobrir um bilhete de Sue informando que iria fugir com outro, o eu-lírico, durante um passeio de trem, a atira “nas ervas daninhas”, matando-a.




Veja o vídeo oficial da primeira gravação “Sue (Or In a Season of Crime)” — amplamente superior à versão regravada em ★:

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Cais’, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos



(…) uma matéria do jornal francês Le Monde apontava a (inegável) semelhança entre a melodia de ‘Sue...’ e a de ‘Cais’...




Segunda faixa do estupendo Clube da Esquina, de 1972 [no detalhe, a capa], “Cais”, além da exuberante melodia de Milton Nascimento, apresenta inspirada letra de Ronaldo Bastos, que pode ser compreendida como o relato de um relacionamento encerrado porque uma das partes precisava de “liberdade” (“Para quem quer se soltar / invento o cais”).

Ainda assim, o narrador se mantém firme em suas convicções (“Para quer quem me seguir / eu quero mais / tenho o caminho do que sempre quis”), se mostra aberto a novas possibilidades (“E um saveiro pronto para partir”) e não abdica de seus sonhos (“Invento em mim o sonhador”).




Milton abriu o DVD ao vivo Uma Travessia — 50 Anos de Carreira [2013] com uma magnífica versão de “Cais”. E não abriu mão de sentar ao piano para executar o belo tema instrumental que encerra a gravação original — e que retorna em “Um Gosto de Sol”, também de Clube da Esquina:

quarta-feira, junho 10, 2015

Da série ‘Fotos’: Milton Nascimento



Em um tapume situado na Rua do Rosário, Centro do Rio, alguém teve a (curiosa) ideia de “carimbar” o rosto de Milton Nascimento, mencionando também o seu segundo álbum, Courage [1969] — cujo repertório é formado majoritariamente por faixas do primeiro trabalho do cantor, de 1967, com algumas de suas letras vertidas para o inglês, visando o mercado norte-americano.


terça-feira, janeiro 31, 2012

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Beatriz’, com Antonio Carlos Jobim



Originalmente lançada em 1983, a trilha sonora do musical O Grande Circo Místico — composta por Edu Lobo e Chico Buarque — foi reeditada em 2009 pela Biscoito Fino, por ocasião de seus 25 anos de lançamento. E esta reedição trouxe uma preciosa faixa-bônus: uma gravação instrumental (inédita) de “Beatriz”, gravada por ninguém menos que... Antonio Carlos Jobim, acompanhado somente pelo violino de João Daltro.

Depois de “dividir os holofotes” com a magnífica letra de Chico Buarque durante todos estes anos no registro impecável de Milton Nascimento, a melodia de Edu Lobo brilhou solitariamente na versão de Jobim — que é capaz de emocionar até mesmo... uma pedra.

Curiosidade: a viúva do Maestro Soberano chama-se Ana Beatriz Lontra Jobim. 





segunda-feira, janeiro 30, 2012

Da série ‘Discos para se Ter em Casa’: ‘Meia Noite’, de Edu Lobo



CD
Meia Noite (Velas)
1995 (reeditado pela Biscoito Fino em 2011)


Por José Luiz Coelho de Andrade*



Lançado originalmente em 1995, o CD Meia Noite, de Edu Lobo, possui inúmeras virtudes. A maior delas é nos presentear com uma verdadeira antologia da magnífica obra desse compositor. Ademais, os arranjos são primorosos: o bom gosto do maestro Cristóvão Bastos reflete-se principalmente no uso inspirado das cordas. A voz de Edu pode não ser tão redonda quanto gostaríamos, mas este detalhe é compensado pela solenidade e dignidade de seu timbre singular. É a voz inconfundível de um artista íntegro, que jamais se rendeu aos apelos comerciais e à mediocridade.

Mencionemos apenas algumas faixas — os pontos altos do disco —, joias inestimáveis de nossa riquíssima música popular brasileira. A primeira canção, composta por Edu com letra de Chico Buarque, é uma obra-prima: “O Circo Místico”. Trata-se de um raro exemplo de canção metafísica, que já começa de modo belíssimo e sutil: “Não sei se é um truque banal/ se um invisível cordão/ sustenta a vida real”. Numa outra passagem, Chico indaga: “Não sei se é nova ilusão/ se após o salto mortal/ existe outra encarnação”.

A quarta faixa, “Beatriz”, é um clássico absoluto, e ficou mais conhecida pela interpretação sublime de Milton Nascimento na trilha do musical O Grande Circo Místico. É evidente a correlação com a Beatriz da Divina Comédia, de Dante: o poema fala de uma mulher etérea, mistura de musa e sacerdotisa. “Me ensina a não andar com os pés no chão”, suplica o poeta Chico, como se essa mulher especial pudesse iniciá-lo num processo de elevação. E mais adiante, o verso inesquecível: “Diz se é perigoso a gente ser feliz”.

Só Me Fez Bem”, a sexta faixa, é uma canção mais antiga de Edu, parceria sua com Vinicius de Moraes. O casamento entre música e letra é perfeito. Vinicius tinha essa capacidade de encaixar as palavras magicamente. O “poeta da paixão”, docemente melancólico, podia dizer naturalmente coisas como “é melhor viver / do que ser feliz”. Essa pérola do jovem Edu Lobo pode ser comparada com “Coração Vagabundo”, de Caetano Veloso — duas canções igualmente simples e geniais.

Sobre Todas as Coisas” (faixa 7) também faz parte de O Circo Místico, e recebeu, no disco original, uma emocionada interpretação de Gilberto Gil. A letra impecável de Chico Buarque fala do movimento cósmico (“Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel”) e reflete sobre o Deus “que criou o nosso desejo”.

Quanto a “Canto Triste”, a oitava faixa, é até difícil dizer alguma coisa: estamos diante de uma das canções mais extraordinárias que já foram feitas. Só nos resta reverenciar o lirismo da música e da letra de Vinicius. O filósofo e poeta Francisco Bosco, filho de João Bosco, tem toda razão quando diz que, “no fundo, não existe canção triste”: triste mesmo é a ausência da poesia e da beleza.

Passamos então à faixa 10, “Candeias”, composta solitariamente por Edu, que ficou conhecida através de Domingo, disco histórico de Gal e Caetano. No álbum de estreia de ambos, fizeram um trabalho maravilhoso, com a pureza e a limpidez dos inícios. “Candeias” tem o sabor de um acalanto: é música que nos acaricia e possibilita o repouso verdadeiro, aquele descanso que raramente desfrutamos.

E, por fim, Dori Caymmi canta “Pra Dizer Adeus”, letra de Torquato Neto. Mais um clássico de Edu, que Dori interpreta com a sua voz grave e profunda, correspondendo plenamente à densidade emocional da canção.

O único momento do disco dedicado a um outro compositor é “Estrada Branca”, de Antonio Carlos Jobim. É uma homenagem mais do que merecida: um gigante celebra um deus, digamos assim. Afinal, Jobim é um arquétipo, um modelo, um homem que nasceu para gerar música, a tal ponto que é impossível imaginar o mundo sem o que ele produziu. A propósito, cabe lembrar que Jobim e Edu gravaram juntos, em 1981, um belo disco — sintomaticamente batizado de Edu & Tom.




* JOSÉ LUIZ COELHO DE ANDRADE é professor de filosofia e biodança. E sua colaboração enche de orgulho este blog.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Da série São Bonitas as Canções: ‘Canção do Novo Mundo’, de Beto Guedes

A faixa citada no post acima é a tocante “Canção do Novo Mundo”, letra de Ronaldo Bastos, musicada por Beto Guedes [no detalhe], e gravada por este.

Originalmente lançada no álbum Contos de Lua Vaga, de 1981 – e também registrada por Milton Nascimento em seu Ao Vivo, de 1983 –, “Canção do Novo Mundo” claramente homenageia John Lennon. E lamenta o seu falecimento: “Oh, minha estrela amiga / por que você não fez a bala parar?


***


Só para constar: Beto Guedes é um dos artistas brasileiros que mais respeito e admiro. Suas canções, na minha modéstia opinião, são a mais nítida “fotografia sonora” das Minas Gerais que tanto amo – mesmo sendo carioca de pai e mãe.


terça-feira, outubro 12, 2010

Da série São Bonitas as Canções: ‘Bola de Meia, Bola de Gude’, com 14 Bis

Ainda sobre o universo infantil: outra fantástica canção que fala sobre criança – ainda que através de metáforas – é “Bola de Meia, Bola de Gude”, primorosa letra de Fernando Brant, musicada por este gênio da raça chamado Milton Nascimento.

Sobre estes versos, não há o que mais nada o que dizer: a música simplesmente fala por si.

Ilustrando o post, a capa de O Menino Maluquinho – quem não leu este livro? – de Ziraldo.



Ouça a versão do 14 Bis para “Bola de Meia, Bola de Gude”, com participação de Samuel Rosa, do Skank. À guisa de curiosidade: o vídeo apresenta cenas do clássico
The Kid (1921), de Charles Chaplin.

terça-feira, julho 20, 2010

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘That's What Friends Are For’, de Burt Bacharach

Em referência ao Dia Internacional da Amizade – que se comemora hoje, 20 de julho –, somente “Canção da América*”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, seria tão adequada quanto esta: a belíssima “That's What Friends Are For”.

Composta por um gênio do pop, Burt Bacharach [foto], em parceria com a letrista americana Carole Bayer Sager – que, aliás, foi sua esposa durante nove anos –, a faixa foi gravada inicialmente por Rod Stewart, em 1982, para a trilha sonora da comédia Corretores do Amor (Night Shift).

A versão mais conhecida, no entanto, é que reúne Dionne Warwick – sem dúvida, a melhor intérprete de Bacharach – a Gladys Knight, Elton John e Stevie Wonder. Lançada em um single em dezembro de 1985, teve seus fundos revertidos para o American Foundation for AIDS Research. E foi um sucesso retumbante.

Além de ter levado duas estatuetas Grammy – uma delas de Canção do Ano de 1986 –, foi eleita pela Billboard uma das cem maiores músicas de todos os tempos. E arrecadou três milhões de dólares pela causa.


***


Bem, nunca fui um homem de muitos amigos. Mas os que tenho me são verdadeiramente caros e especiais. Sejam novos ou antigos; próximos ou distantes: saúdo a todos. Não preciso sequer mencioná-los – eles saberão se reconhecer.

E o mais importante: a exemplo do que diz a canção, eles sabem que podem “sempre contar comigo / com certeza”.

Amigos servem para isso.



* Por sinal, esta é uma canção que me emociona bastante...


terça-feira, janeiro 05, 2010

Temperança

Há quem diga que cada passagem de ano representa apenas uma “troca de calendário”. Particularmente, discordo dessa ideia.

Sem querer soar clichê, penso que cada ano que inicia é um novo... ciclo, no qual – como sabiamente cantou Milton Nascimento – “renovam-se as esperanças”, apesar das dificuldades de sempre.

Portanto, desejo a todos que frequentam esse blog – e que são importantíssimos para a existência do mesmo – tudo o que se deseja a quem se quer bem: saúde, que é o mais importante. Paz. Alegria. Prosperidade. E temperança, que é o que os chineses desejam uns para os outros nessa época do ano.

Além de ser a 14ª carta do Tarot, temperança – que significa “moderação”, “equilíbrio”, em todos os aspectos – é considerada uma das “virtudes universais” propostas pelo Cristianismo.

É também uma das quatro virtudes cardinais (ou cardeais) propagadas pela Igreja Católica – as demais são: prudência, justiça e fortaleza.


***


Na foto, Temperança, obra do escultor português Salvador Barata Feyo (1899 – 1990). Observem que a figura segura com a mão direita um pequeno jarro de onde verte um líquido para a taça apoiada sobre o joelho com a mão esquerda, como que “temperando” o que esta pudesse conter.

A estátua se encontra na Assembleia da República de Portugal, o Palácio de São Bento, situado em Lisboa.


***


Espero que, em 2010, vocês se manifestem mais por aqui, sem acanhamentos. Sugestões e críticas – desde que mantida a educação – serão acolhidas com carinho e respeito.

Fico no aguardo.



Ouça a canção citada neste post, a atemporal “Coração de Estudante”, de Milton e Wagner Tiso:

terça-feira, abril 28, 2009

‘Belmondo et Milton Nascimento’: edição nacional


Boa notícia: a gravadora Biscoito Fino anunciou o lançamento da edição nacional do (bom) álbum que Milton Nascimento gravou na companhia do duo francês Belmondo.

Belmondo et Milton Nascimento [no detalhe] havia sido editado apenas na França, no primeiro semestre de 2008. No repertório, clássicos de Bituca como “Nada Será como Antes”, “Morro Velho” e “Canção do Sal”, todos vertidos, com competância, para a linguagem do jazz.

Confira a resenha clicando aqui.

quarta-feira, outubro 22, 2008

‘Novas Bossas’

No ano do cinqüentenário da bossa nova*, é natural que surjam vários tributos ao gênero. Um deles é Novas Bossas [no detalhe], álbum gravado por Milton Nascimento na companhia do Jobim Trio.

Escrevi, inclusive, a resenha desse CD. E você pode lê-la em:
http://arquivodotomneto.blogspot.com/


Em tempo: não custa nada explicar. O Jobim Trio é formado bons músicos: Paulo e Daniel Jobim – filho e neto de Tom, respectivamente – e Paulo Braga. Contudo, quando coloquei na resenha o título de “Pororoca de Gênios”, referi-me ao encontro de Milton Nascimento e... Antônio Carlos Jobim – que, através de sua obra, estava ali presente em... ahn, espírito. Capicce?


* Para quem não sabe: a bossa nova completa 50 anos em 2008 pelo fato de que Canção do Amor Demais, de Elizeth Cardoso – álbum considerado o marco zero do gênero -, foi editado em 1958. Além de apresentar em seu repertório composições de Antônio Carlos Jobim, Canção... trazia, no violão, João Gilberto e sua “batida diferente”. O resto é história.

quarta-feira, março 19, 2008

“Queridos Amigos”


Queridos Amigos chega ao fim essa semana honrando a tradição global de boas mini-séries - outro exemplo recente é JK. Baseada no livro Aos Meus Amigos, de Maria Adelaide Amaral, a narrativa abordou, de maneira crua, temas como casamento, prostituição, homossexualismo, os resquícios dos chamados “anos de chumbo” no Brasil e até aids.

Impossível não destacar as atuações irrepreensíveis de Bruno Garcia e, especialmente, Denise Fraga (mais conhecidos por personagens cômicos, ambos surpreenderam em papéis dramáticos), além de Dan Stulbach, Guilherme Weber, Matheus Nachtergaele e Maria Luisa Mendonça. Fernanda Montenegro e Juca de Oliveira dispensam comentários.

A trilha sonora é algo à parte. Vai de Milton Nascimento (“Nada Será como Antes”) a Jimi Hendrix (“Little Wing”), passando por Elis Regina (“Aos Nossos Filhos” e “Tatuagem”), Janis Joplin (“Cry Baby”), Stevie Wonder (“For Once In My Life”) e Steppenwolf (“Born To Be Wild”) - e acertando sempre. Se eles tiverem juízo, lançam o CD.