A faixa-título do quinto e último álbum de estúdio do The Police (editado em 1983) foi batizada dessa forma em referência ao conceito desenvolvido pelo suíço Carl Jung [foto] - considerado um dos maiores psiquiatras do mundo - para definir “acontecimentos que se relacionam não por relação causal [como em uma simples coincidência], mas por relação de significado”. A sincronicidade é também chamada por Jung de “coincidência significativa”.
Muitos acreditam que a sincronicidade é “reveladora” e necessita de uma compreensão. E essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de entendimento instantâneo, Jung dava o nome de “insight”.
Blog de análises musicais, mas com eventuais abordagens mais informais –– pessoais, inclusive. Sejam bem-vindos.
sexta-feira, dezembro 07, 2007
'Ghost In The Machine'
Ghost in the Machine (1981), quarto disco do The Police, recebeu esse título numa alusão à frase contida no livro O Conceito de Mente [The Concept of Mind, 1949], do filósofo inglês Gilbert Ryle, que faz uma crítica à chamada teoria do Dualismo Cartesiano (ou Dualidade Cartesiana), desenvolvida pelo francês René Descartes.
No livro, Ryle afirma que Descartes cometeu um “engano conceitual ao enxergar um fantasma (a mente) numa máquina (o corpo)”. E a isso chamou, ironicamente, de “o dogma do fantasma na máquina”.
No livro, Ryle afirma que Descartes cometeu um “engano conceitual ao enxergar um fantasma (a mente) numa máquina (o corpo)”. E a isso chamou, ironicamente, de “o dogma do fantasma na máquina”.
'Zenyatta Mondatta'
O título do terceiro álbum do The Police significa “topo do mundo” em sânscrito - língua clássica da Índia antiga que influenciou praticamente todos os idiomas ocidentais.
Desenvolvido a partir do ano de 1500 a.C., é eventualmente descrito como um “equivalente asiático” do Latim, dada a sua importância na literatura religiosa e histórica da Índia [no detalhe, uma das maravilhas do Mundo Moderno: o Taj Mahal, situado na cidade de Agra].
Desenvolvido a partir do ano de 1500 a.C., é eventualmente descrito como um “equivalente asiático” do Latim, dada a sua importância na literatura religiosa e histórica da Índia [no detalhe, uma das maravilhas do Mundo Moderno: o Taj Mahal, situado na cidade de Agra].
Da série ‘São Bonitas as Canções’: 'Every Breath You Take', do Police
Provavelmente o maior sucesso comercial do grupo, a bela “Every Breath You Take”, faixa de Synchronicity [1983], quinto e último álbum de estúdio do Police, foi composta por Sting em cinco minutos. A inspiração foi “Stand By Me”, famosa na voz de John Lennon, e “Diana”, grande sucesso de Paul Anka.
Em entrevista recente, o baixista contou que estava na Jamaica, na casa que pertenceu a Ian Fleming [foto] — e que foi comprada em 1976 por Chris Blackwell, presidente da gravadora Island. Em 2010, Blackwell transformou o local no atual hotel GoldenEye:
— Escrevi a letra na mesma mesa em que Fleming escreveu vários romances de James Bond.
Os versos, por sinal, têm um significado ambíguo: o que parece ser uma canção romântica é, na verdade, o relato de um sujeito obsessivo (“A cada passo seu / estarei lhe observando”), que não se conforma de ter sido abandonado pelo seu objeto de desejo: “Oh, será que você não consegue ver / que pertence a mim?”.
Até os dias de hoje, muitos casais ao redor do mundo interpretam “Every Breath You Take” como uma declaração de amor. Com sua franqueza cortante, Sting certa vez comentou:
— Se o relacionamento deles é assim, azar o deles!
Veja o vídeo oficial:
Da série ‘São Bonitas as Canções’: 'Wrapped Around Your Finger', do Police
Scylla e Charybdes, citados em “Wrapped Around You Finger” são dois personagens da mitologia grega. Segundo o mito, marinheiros que precisavam passar em uma determinada área na costa da Sicília [foto] deveriam enfrentar dois monstros que moravam em cavernas, uma de frente para a outra: de um lado, Scylla, uma criatura de seis cabeças, cujos membros inferiores eram nada menos que serpentes e cães ferozes; e no outro, Charybdis, um terrível redemoinho. De modo que, quando os navegantes conseguiam escapar de um... davam de cara com o outro.
Estar “entre Scylla e Charybdes” é também um modo... hum, erudito de dizer que se está entre “a cruz e a espada” ou entre “o fogo e a frigideira”.
Já Mephistopheles, também mencionado na letra, era como o demônio era chamado, segundo a lenda alemã de Fausto.
Veja o vídeo de “Wrapped Around Your Finger”, originalmente lançada em Synchronicity [1983], quinto e último álbum do Police:
'Tea In The Sahara'
Penúltima de faixa de Synchronicity, “Tea In The Sahara” foi inspirada no romance The Sheltering Sky, de 1949 (esse termo, inclusive, é mencionado na letra da canção). De autoria do escritor e compositor americano Paul Bowles, o livro foi publicado no Brasil com o título de O Céu que nos Protege, tendo sido adaptado também para o cinema (Um Chá no Deserto, com direção de Bernardo Bertolucci, 1990).
As “sisters” a que Sting se refere na canção - “my sisters and I/ have one wish before we die” [“minhas irmãs e eu/ temos um desejo antes de morrermos”] - provavelmente são personagens do livro: Outka, Mimouna e Aïcha, as três “meninas da montanha”.
As “sisters” a que Sting se refere na canção - “my sisters and I/ have one wish before we die” [“minhas irmãs e eu/ temos um desejo antes de morrermos”] - provavelmente são personagens do livro: Outka, Mimouna e Aïcha, as três “meninas da montanha”.
'Don't Stand So Close To Me'
A faixa que abre o terceiro disco do Police, Zenyatta Mondatta, de 1980, foi inspirada no romance Lolita [foto], escrito pelo russo Vladimir Nabokov em 1955, considerado um dos mais polêmicos livros da história. Devido ao inegável teor pedófilo da narrativa (ainda que esse tipo de perversão não tivesse sido “batizado” na época), vários editores de Londres - cidade onde morava o escritor - recusaram a publicação do livro.
Lolita conta a estória de um professor que se apaixona por uma menina e que acaba se colocando em uma situação delicada ao colocar o seu desejo em prática - exatamente como na letra de “Don't Stand So Close To Me”. Desde então, qualquer menina que exerça precocemente atração sexual passou a ser chamada de “ninfeta” ou... “lolita”.
Tendo lançado recentemente o livro Lyrics, onde comenta 200 letras de suas canções, Sting (que, para quem não sabe, foi professor antes de se tornar músico) se apressou em avisar:
- Essa música não é autobiográfica!
Lolita conta a estória de um professor que se apaixona por uma menina e que acaba se colocando em uma situação delicada ao colocar o seu desejo em prática - exatamente como na letra de “Don't Stand So Close To Me”. Desde então, qualquer menina que exerça precocemente atração sexual passou a ser chamada de “ninfeta” ou... “lolita”.
Tendo lançado recentemente o livro Lyrics, onde comenta 200 letras de suas canções, Sting (que, para quem não sabe, foi professor antes de se tornar músico) se apressou em avisar:
- Essa música não é autobiográfica!
'Walking On The Moon'
A gênese dessa canção (também do Reggatta de Blanc) é bastante simples. Sting amava loucamente a sua primeira namorada - Deborah Anderson, falecida no final da década de 1970 - e, a cada vez que a levava embora (“walking back from your house/ walking on the moon”[“voltando da sua casa/ andando na lua”]), sentia saudades dela por antecipação.
- Estar apaixonado é perder a gravidade - explicou o cantor em sua autobiografia, Fora do Tom [Broken Music].
- Estar apaixonado é perder a gravidade - explicou o cantor em sua autobiografia, Fora do Tom [Broken Music].
'Message In a Bottle'
Um dos maiores clássicos do Police, “Message in a Bottle” (do segundo álbum da banda, o ótimo Reggatta de Blanc, de 1979) fala de solidão, usando como metáfora a estória de um náufrago perdido em uma ilha deserta, lançando ao mar uma garrafa com uma mensagem de “S.O.S. para o mundo”. Muito provavelmente teve como inspiração A Vida e as Estranhas Aventuras de Robinson Crusoé, de Daniel Dafoe, um dos mais antigos romances ingleses [no detalhe, a foto da capa da primeira publicação, que data de 1719].
O final da canção é simplesmente genial. Um ano após ter enviado a tal mensagem na garrafa, o personagem leva uma baita susto ao perceber que a solidão, em maior ou menor grau, era comum a muito mais gente do que ele supunha:
“Saí para caminhar essa manhã
Não acreditei no que vi:
Cem bilhões de garrafas boiando na orla.
Parece que não estou sozinho em me sentir solitário -
Cem bilhões de náufragos
Procurando um lar.”
O final da canção é simplesmente genial. Um ano após ter enviado a tal mensagem na garrafa, o personagem leva uma baita susto ao perceber que a solidão, em maior ou menor grau, era comum a muito mais gente do que ele supunha:
“Saí para caminhar essa manhã
Não acreditei no que vi:
Cem bilhões de garrafas boiando na orla.
Parece que não estou sozinho em me sentir solitário -
Cem bilhões de náufragos
Procurando um lar.”
'Roxanne'
Primeiro sucesso do Police, “Roxanne” (faixa de Oulandos d'Amour, 1978, álbum de estréia do grupo) foi composta por Sting em um hotel fuleiro de Paris, onde a banda fez algumas apresentações logo no início da carreira. Em uma antiga entrevista, o autor explicou:
- Sempre adorei a peça Cyrano de Bergerac [foto] e sempre amei o nome Roxanne. Na primeira vez em que estive em Paris, não faltavam prostitutas nas imediações do hotel. Eu nunca tinha visto isso antes, porque na Inglaterra não temos prostituição nas ruas. E isso me inspirou a escrever uma canção sobre uma prostituta, perguntando como eu me sentiria se uma dessas garotas fosse a minha namorada.
Na peça de Edmond Rostand, Cyrano é um talentoso poeta e exímio espadachim. Contudo, é um indivíduo de nariz enorme, o que causa um grande contraste com suas habilidades intelectuais e físicas. Já Roxanne é sua prima - e por quem ele é apaixonado. Roxanne, no entanto, se encanta pelo cavaleiro Christian de Neuvillete e, ironicamente, Cyrano (a pedido da própria prima) passa a ser uma espécie de protetor dele.
Pelo fato de Christian ser... ahn... digamos, pouco familiarizado com as palavras, as cartas de amor para Roxanne são escritas, em segredo... por Cyrano. Com isso, a dama fica fascinada pelo homem que escreve aqueles maravilhosos textos, sem suspeitar que o autor é ninguém menos que... o seu primo.
- Sempre adorei a peça Cyrano de Bergerac [foto] e sempre amei o nome Roxanne. Na primeira vez em que estive em Paris, não faltavam prostitutas nas imediações do hotel. Eu nunca tinha visto isso antes, porque na Inglaterra não temos prostituição nas ruas. E isso me inspirou a escrever uma canção sobre uma prostituta, perguntando como eu me sentiria se uma dessas garotas fosse a minha namorada.
Na peça de Edmond Rostand, Cyrano é um talentoso poeta e exímio espadachim. Contudo, é um indivíduo de nariz enorme, o que causa um grande contraste com suas habilidades intelectuais e físicas. Já Roxanne é sua prima - e por quem ele é apaixonado. Roxanne, no entanto, se encanta pelo cavaleiro Christian de Neuvillete e, ironicamente, Cyrano (a pedido da própria prima) passa a ser uma espécie de protetor dele.
Pelo fato de Christian ser... ahn... digamos, pouco familiarizado com as palavras, as cartas de amor para Roxanne são escritas, em segredo... por Cyrano. Com isso, a dama fica fascinada pelo homem que escreve aqueles maravilhosos textos, sem suspeitar que o autor é ninguém menos que... o seu primo.
Os 'Polícia' vêm aí
Às vésperas da apresentação única - e que tem tudo para se tornar histórica - do The Police [foto] no Brasil, pensei em contar, em uma série de posts, as origens de algumas das canções do trio. Nem todos prestam atenção nesses detalhes, mas as músicas do grupo - compostas em sua maioria por Sting, um indivíduo reconhecidamente culto - têm como inspiração várias formas de arte (como a literatura, o teatro e o cinema), provando que, sim, existe vida inteligente no rock'n'roll.
Se bem que, volta e meia, aparece algum Chorão para demolir essa tese. Mas deixemos isso para lá...
Paulinho da Viola: Encontros O Globo
O última edição do Encontros O Globo - Especial Música do ano de 2007 contou com a presença de Paulinho da Viola. Durante duas horas, o mestre do samba respondeu às perguntas dos mediadores (os jornalistas João Máximo, Antônio Carlos Miguel e Zuenir Ventura) e do público que lotou o auditório do jornal, assim como dos internautas que enviaram suas dúvidas através do O Globo On Line.
A tão comentada elegância de Paulinho é absolutamente verdadeira. Figura extremamente simpática, contou longas histórias e, acompanhado de seu violão, cantou alguns de seus sucessos, como “Cenário” e “Eu Canto Samba”. Obviamente, a Portela era um assunto que não poderia faltar. E o compositor relembrou o momento exato em que, menino, se apaixonou pela escola:
- Foi no Carnaval na Avenida Rio Branco - ainda não havia, naquela época, desfile na Marquês de Sapucaí, muito menos Sambódromo. Eu gostava muito de andar sozinho.
O autor de “Sinal Fechado” falou sobre a gênese dessa canção:
- Aquele momento [durante a ditadura militar] era de silêncio. As pessoas viviam desconfiadas, com medo até de conversar. E eu fiz essa música por causa de um conhecido meu. Um dia, eu o encontrei na rua e ele disse que precisava muito falar comigo. Outras vezes, nos encontramos e nada de ele falar. E até hoje, tantos anos depois, ele ainda não conseguiu me dizer o que queria - disse, Paulinho, para risos da platéia.
E, embora de modo lacônico, o cantor não fugiu quando questionado se considerava superado o lamentável episódio de 1995 (quando Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia receberam da Prefeitura do Rio um cachê maior do que o dele para cantar no reveillon na praia de Copacabana):
- Sim, considero - disse, sorrindo.
Perguntado sobre a passagem do tempo, Paulinho respondeu com profundidade:
- Aquele meu verso 'quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado' é verdadeiro. Às vezes, começo a lembrar dos fatos de toda a minha vida. E sempre tenho a impressão de tudo passou depressa demais, mesmo sabendo que, na verdade, não foi assim. De modo que só posso concluir que não vivo no passado. Mas o passado vive em mim - afirmou, arrancando aplausos entusiasmados do público.
Veja algumas fotos que tirei do Encontro:
Os mediadores [da esq. para a dir.]: os jornalistas João Máximo, Antônio Carlos Miguel e Zuenir Ventura
domingo, dezembro 02, 2007
Frank Miller
A primeira vez em que ouvi falar de Frank Miller [ver dois posts abaixo] foi quando a fantástica Saga de Elektra, do Demolidor - criada pelo estilo único do argumentista e desenhista americano - chegou às bancas brasileiras, através da Editora Abril. O ano era 1986.
A partir de então, acompanhei vários trabalhos - sempre excepcionais - de Miller: o clássico Cavaleiro das Trevas (que retrata Batman, aos 50 anos de idade, revogando a sua “aposentadoria” e retomando o combate ao crime); Batman: Ano Um (que reconta a origem do Homem-Morcego, com desenhos de David Mazzuchelli) e muitas outras. Daí o meu espanto em ver que, atualmente, o principal referencial de Frank Miller é a graphic novel Sin City [foto].
Pois é. Isso até que eu assistisse a adaptação para o cinema (de 2005), co-dirigida pelo próprio Miller, em parceria com Robert Rodriguez e tendo como diretor convidado ninguém menos que Quentin Tarantino. Com grande elenco (Bruce Willis, Jessica Alba, Rutger Hauer e um atuação irrepreensível de - quem diria - Mickey “9 e 1/2 Semanas de Amor” Rourke), Sin City tem uma bela fotografia noir e consegue equilibrar doses generosas de violência com pitadas do mais puro humor (negro).
Após ver Sin City é que entendi por que Miller, hoje em dia, é tão reconhecido por esse trabalho. Gostei tanto da película que, aí sim, fui procurar a revista. Portanto, recomendo o filme (sei que nem todos se interessarão pela versão em quadrinhos) - mas não para pessoas fenfíveis.
Depois não vá dizer que não avisei, OK?
A partir de então, acompanhei vários trabalhos - sempre excepcionais - de Miller: o clássico Cavaleiro das Trevas (que retrata Batman, aos 50 anos de idade, revogando a sua “aposentadoria” e retomando o combate ao crime); Batman: Ano Um (que reconta a origem do Homem-Morcego, com desenhos de David Mazzuchelli) e muitas outras. Daí o meu espanto em ver que, atualmente, o principal referencial de Frank Miller é a graphic novel Sin City [foto].
Pois é. Isso até que eu assistisse a adaptação para o cinema (de 2005), co-dirigida pelo próprio Miller, em parceria com Robert Rodriguez e tendo como diretor convidado ninguém menos que Quentin Tarantino. Com grande elenco (Bruce Willis, Jessica Alba, Rutger Hauer e um atuação irrepreensível de - quem diria - Mickey “9 e 1/2 Semanas de Amor” Rourke), Sin City tem uma bela fotografia noir e consegue equilibrar doses generosas de violência com pitadas do mais puro humor (negro).
Após ver Sin City é que entendi por que Miller, hoje em dia, é tão reconhecido por esse trabalho. Gostei tanto da película que, aí sim, fui procurar a revista. Portanto, recomendo o filme (sei que nem todos se interessarão pela versão em quadrinhos) - mas não para pessoas fenfíveis.
Depois não vá dizer que não avisei, OK?
sexta-feira, novembro 30, 2007
'Ilusão à toa'
Curiosidade: além da já mencionada “Amor Mais que Discreto”, de Caetano, existe uma outra canção que também foi inspirada em “Ilusão à Toa” (1959), de Johnny Alf [foto]: “Um Certo Alguém”, composta por Lulu Santos e Ronaldo Bastos em 1983, que se tornou um dos maiores sucessos da carreira de Lulu.
Mas chega desses assuntos - senão o povo pode começar a pensar mal de mim, caramba.
Mas chega desses assuntos - senão o povo pode começar a pensar mal de mim, caramba.
'300'
Em um grande acerto histórico, o (ótimo) filme 300 [foto], dirigido por Zack Snyder - e inspirado na homônima graphic novel do gênio americano dos quadrinhos Frank Miller (Sin City) - também menciona o tal “modelo grego”. Logo após sofrer a ameaça do Império Persa, o rei Leônidas, de Esparta, decidiu reunir o seu exército para a guerra.
Enquanto o rei decide a forma mais eficaz de atacar o inimigo (bastante superior, do ponto de vista numérico), um membro da corte sugere que Esparta peça ajuda à vizinha Atenas. E o monarca retruca, furioso: “O quê? Aqueles filósofos e pederastas?”
Enquanto o rei decide a forma mais eficaz de atacar o inimigo (bastante superior, do ponto de vista numérico), um membro da corte sugere que Esparta peça ajuda à vizinha Atenas. E o monarca retruca, furioso: “O quê? Aqueles filósofos e pederastas?”
O 'modelo grego'
Permanecendo, de certa forma, no mesmo assunto: recebi três e-mails perguntando o que vem a ser o tal “modelo grego”, que mencionei ao falar de “Amor Mais que Discreto”, canção inédita que integra o álbum Cê ao Vivo, de Caetano. Uma dessas três mensagens - de uma leitora - classifica a atitude como “incompreensível, ainda que estejamos em pleno século XXI”. A dúvida é pertinente, ainda que esse blog não carregue, em absoluto, nenhum tipo de preconceito por opção sexual - enfim, cada que faça o que lhe apetecer.
A Grécia Antiga, a princípio, não possuía um governo central - o país era formado por vários reinos independentes - como o de Atenas [foto] e o de Esparta. E essas duas cidades vizinhas viviam às turras, em face de incontornáveis diferenças... hum... comportamentais.
Os espatanos eram guerreiros natos, dotados de enorme coragem. Já os atenienses... bem, esses eram mais interessados em artes, em filosofia - grandes pensadores, aliás, surgiram em Atenas. E, além disso, eles tinham essa... digamos... complacência em relação ao amor - o relacionamento entre iguais era algo natural para eles.
Aí entra o tal “modelo grego” (que, na verdade, deveria ser chamado de “modelo ateniense” - porque em Esparta não tinha essas coisas, não): com base nessa permissividade, os pais (pasmem) entregavam seus filhos recém saídos da adolescência à “tutela” de homens mais velhos, para que eles adquirissem experiência sexual... ahn... na prática. Sei, parece absurdo. Mas era assim que o negócio funcionava em Atenas naquele tempo.
E a canção de Caetano cita essa possibilidade - visto que fala da relação entre um ancião e um rapaz (“eu sou um velho/ mas somos dois meninos”).
Caetano: nem tanto, nem tão pouco
Certa vez, li uma declaração de um jornalista já veterano que dizia mais ou menos assim: “Em tantos anos de carreira, só me arrependi UMA ÚNICA VEZ de uma resenha que eu tenha escrito. O profissional, antes mesmo de começar a escrever, sabe exatamente o que vai passar para o papel.” Ou seja, esse cidadão (cujo nome não convém citar) é simplesmente um imbecil - como todo indivíduo arrogante, inequivocamente, o é.
Porque, de fato, o crítico precisa - por uma questão de responsabilidade - formar a sua opinião, com solidez, antes de começar a redigir um artigo. Mas, por outro lado... se, ao longo de meses ou anos, podemos muito bem mudar de idéia quanto a pessoas, roupas, comidas, lugares, etc... por que não em relação a discos?
O que quero dizer com essas divagações mirabolantes é que, hoje, reconheço que a resenha que escrevi sobre o álbum CD Cê, de Caetano Veloso, é imprecisa em alguns aspectos - embora, mesmo assim, eu não alterasse nela uma única vírgula. Lembro que, na edição do IM em que foi publicada, a minha matéria dividiu espaço com outras duas - bastante favoráveis ao disco, por sinal. Fiquei ali “desafinando o coro dos contentes”. Contudo, passados mais de doze meses, é óbvio que Caetano não se encontra em sua “derrocada criativa” (oh...), como eu disse. Mas continuo não considerando Cê a “obra-prima” que meus coleguinhas disseram.
Confesso não destaquei de maneira justa a coragem da empreitada, por si só - um artista consagrado que, surpreendentemente, decide fazer um álbum de rock na companhia de três garotos. Acabei, sim, “aceitando a provocação” de faixas como “Homem” e “Porquê?”. E reagi à altura.
Contudo, está absolutamente claro que essa resenha foi escrita por alguém que conhece bem o trabalho de Caetano. E que, naquele momento, teve apenas um gesto de ira típico do sujeito que recebe um tio para almoçar em casa - e esse acaba tomando um pileque e enchendo a paciência. Mas que jamais deixará de ter afeto por esse tio.
No final das contas, podemos concluir que as relações de amor e ódio são sempre as mais intensas. E isso, devo confessar, é a minha cara.
Porque, de fato, o crítico precisa - por uma questão de responsabilidade - formar a sua opinião, com solidez, antes de começar a redigir um artigo. Mas, por outro lado... se, ao longo de meses ou anos, podemos muito bem mudar de idéia quanto a pessoas, roupas, comidas, lugares, etc... por que não em relação a discos?
O que quero dizer com essas divagações mirabolantes é que, hoje, reconheço que a resenha que escrevi sobre o álbum CD Cê, de Caetano Veloso, é imprecisa em alguns aspectos - embora, mesmo assim, eu não alterasse nela uma única vírgula. Lembro que, na edição do IM em que foi publicada, a minha matéria dividiu espaço com outras duas - bastante favoráveis ao disco, por sinal. Fiquei ali “desafinando o coro dos contentes”. Contudo, passados mais de doze meses, é óbvio que Caetano não se encontra em sua “derrocada criativa” (oh...), como eu disse. Mas continuo não considerando Cê a “obra-prima” que meus coleguinhas disseram.
Confesso não destaquei de maneira justa a coragem da empreitada, por si só - um artista consagrado que, surpreendentemente, decide fazer um álbum de rock na companhia de três garotos. Acabei, sim, “aceitando a provocação” de faixas como “Homem” e “Porquê?”. E reagi à altura.
Contudo, está absolutamente claro que essa resenha foi escrita por alguém que conhece bem o trabalho de Caetano. E que, naquele momento, teve apenas um gesto de ira típico do sujeito que recebe um tio para almoçar em casa - e esse acaba tomando um pileque e enchendo a paciência. Mas que jamais deixará de ter afeto por esse tio.
No final das contas, podemos concluir que as relações de amor e ódio são sempre as mais intensas. E isso, devo confessar, é a minha cara.
'Eu digo sim'
Dias após a entrega da resenha que escrevi sobre o CD Multishow: Cê ao Vivo, de Caetano Veloso (que foi publicada na edição do IM que se encontra nas bancas - ver post abaixo), o título do artigo começou a me causar um certo... incômodo. Comecei a imaginar que “Eu Digo Sim”, em uma leitura apressada, poderia soar um tanto presunçoso - como se eu fosse jurado de um hipotético programa de calouros, respondendo a uma pergunta do tipo: “quanto vale o show de Caetano?”
E a verdade é uma só: do alto de sua obra monumental - mesmo com eventuais deslizes -, Caetano prescinde totalmente do meu “sim” ou do aval de quem quer que seja na imprensa musical brasileira. Fato.
Sendo assim, ficam aqui duas explicações (óbvias) acerca dessa matéria: a) o título “Eu Digo Sim” alude imediatamente à canção “É Proibido Proibir” (“Eu digo sim / Eu digo não ao não/ Eu digo: é proibido proibir”); b) o desfecho do artigo - que, de certa forma, acaba se relacionando com o título - cita os (belíssimos) versos finais de “London, London” (“I came around to say yes/ and I say” [“Vim para dizer sim/ E digo”]).
O ser humano, no decorrer da vida, diz “não” muito mais vezes do que diz “sim”. E esses versos, a despeito de sua simplicidade, são perfeitos em retratar a singeleza da aceitação, da afirmação. E eu não poderia deixar de mencioná-los naquele momento.
E a verdade é uma só: do alto de sua obra monumental - mesmo com eventuais deslizes -, Caetano prescinde totalmente do meu “sim” ou do aval de quem quer que seja na imprensa musical brasileira. Fato.
Sendo assim, ficam aqui duas explicações (óbvias) acerca dessa matéria: a) o título “Eu Digo Sim” alude imediatamente à canção “É Proibido Proibir” (“Eu digo sim / Eu digo não ao não/ Eu digo: é proibido proibir”); b) o desfecho do artigo - que, de certa forma, acaba se relacionando com o título - cita os (belíssimos) versos finais de “London, London” (“I came around to say yes/ and I say” [“Vim para dizer sim/ E digo”]).
O ser humano, no decorrer da vida, diz “não” muito mais vezes do que diz “sim”. E esses versos, a despeito de sua simplicidade, são perfeitos em retratar a singeleza da aceitação, da afirmação. E eu não poderia deixar de mencioná-los naquele momento.
quinta-feira, novembro 22, 2007
International Magazine: edição de outubro/2007
Esses são os destaques da edição de outubro do jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, cuja chegada às bancas - que sempre ocorre ao final de cada mês - teve um pequeno atraso dessa vez:
- entrevista com Pitty, falando sobre o seu novo DVD, (Des)Concerto. Por Elias Nogueira e Rodrigo Sabatinelli;
- tudo sobre Echoes, Silence, Patience & Grace, o recém-lançado álbum do Foo Fighters. Por Marcelo Fróes;
- All The Lost Souls, o aguardado segundo disco de James Blunt. Por J.M. Santiago;
- entrevista exclusiva com Luiz Paulo Simas, ex-integrante do lendário grupo Vímana. Por Elias Nogueira e Marcelo Fróes.
E artigos meus sobre:
- o CD Multishow: Cê ao Vivo, de Caetano Veloso:
“A despeito de Cê ter seus (poucos) bons momentos, como “Minhas Lágrimas”, as composições - o calcanhar-de-Aquiles do trabalho - alternaram, de um modo geral, auto-indulgência (“Musa Híbrida”) e tola provocação (“Homem” e “Porque?”).
“Entretanto, iniciou-se a temporada de shows, e a apresentação realizada precisamente no dia nos Namorados desse ano na Fundição Progresso foi a escolhida para ser registrada em CD (17 faixas) e DVD (a ser editado agora em outubro, trazendo a íntegra do espetáculo), sob o título Multishow: Cê Ao Vivo. E a verdade é uma só: a exemplo de Estrangeiro e Circuladô, Caetano prossegue a sua tradição de shows memoráveis. (...)”
- o CD Matizes, de Djavan:
“Depois de brincar de beeps e tóins em seu último CD, o supracitado projeto especial Na Pista, Etc. - no qual alguns de seus sucessos foram regravados com um pulso dançante - o músico, dessa vez, optou por compor (solitariamente) e gravar uma dúzia de canções - não muito inspiradas - que soam exatamente como... Djavan. O que acaba deixando o álbum com um inegável sabor de déjà vu. (...) ”
Leia a íntegra dessas matérias - e muito mais - no IM - INTERNATIONAL MAGAZINE desse mês. Já nas bancas.
quarta-feira, novembro 21, 2007
O 'universo particular' das letras de samba
O samba - a exemplo do blues e do reggae -, além de ter as suas particularidades melódicas e harmônicas, tem também as suas peculiaridades líricas. E, considerando que o gênero surgiu nas camadas menos favorecidas da população, é natural que as letras contem estórias do cotidiano de pessoas, digamos, “simples”.
E foi justamente isso que eu quis destacar quando mencionei, na resenha abaixo, a semelhança entre os versos de “Tá Perdoado”, de Arlindo Cruz e Franco, e “Tô Voltando”, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós. Ambas têm o mesmo... hum, espírito.
E isso não tem nada a ver com plágio, certo?
Confira as duas letras e tire as suas conclusões:
Tá Perdoado
Arlindo Cruz - Franco
Perfumei o corredor,
Perfumei o elevador
Pra tirar de vez o mal olhado.
A saudade me esquentou,
Consertei o ventilador
Pro teu corpo não ficar suado.
Nessa onda de calor, eu até peguei uma cor,
Tô com o corpo todo bronzeado.
Seja do jeito que for, eu te juro meu amor,
Se quiser voltar, tá perdoado.
Fui a pé a Salvador,
De joelho ao Redentor
Pra ver nosso amor abençoado.
Nosso lar se enfeitou,
A esperança germinou,
Ah, tem muita flor pra todo lado.
Pra curar a minha dor,
Procurei um bom doutor -
Me mandou beijar teu beijo mais molhado.
Seja do jeito que for, eu te juro meu amor,
Se quiser voltar, tá perdoado.
E, se voltar, te dou café,
Preliminar com cafuné,
Pra deixar teu dia mais gostoso.
Pode abusar do que quiser e repetir
Te dou colher -
Faz daquele jeito carinhoso.
Deixa pintar o entardecer,
O sol brincar de se esconder,
Tarde, chuva eu fico mais fogosa.
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa.
Tô Voltando
Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto -
Eu tô voltando.
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar,
Muda a roupa de cama -
Eu tô voltando.
Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar.
Quero te abraçar -
Pode se perfumar
Porque eu tô voltando.
Dá uma geral, faz um bom defumador,
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando.
Pega uma praia, aproveita, tá calor,
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando.
Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear.
Quero te agarrar
Pode se preparar
Porque eu tô voltando.
Põe pra tocar na vitrola aquele som,
Estréia uma camisola -
Eu tô voltando.
Dá folga pra empregada,
Manda a criançada pra casa da avó
Que eu tô voltando.
Diz que eu só volto amanhã, se alguém chamar.
Telefone, não deixa nem tocar.
Quero lá.. lá.. lá.. ia.....
Porque eu tô voltando.
E foi justamente isso que eu quis destacar quando mencionei, na resenha abaixo, a semelhança entre os versos de “Tá Perdoado”, de Arlindo Cruz e Franco, e “Tô Voltando”, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós. Ambas têm o mesmo... hum, espírito.
E isso não tem nada a ver com plágio, certo?
Confira as duas letras e tire as suas conclusões:
Tá Perdoado
Arlindo Cruz - Franco
Perfumei o corredor,
Perfumei o elevador
Pra tirar de vez o mal olhado.
A saudade me esquentou,
Consertei o ventilador
Pro teu corpo não ficar suado.
Nessa onda de calor, eu até peguei uma cor,
Tô com o corpo todo bronzeado.
Seja do jeito que for, eu te juro meu amor,
Se quiser voltar, tá perdoado.
Fui a pé a Salvador,
De joelho ao Redentor
Pra ver nosso amor abençoado.
Nosso lar se enfeitou,
A esperança germinou,
Ah, tem muita flor pra todo lado.
Pra curar a minha dor,
Procurei um bom doutor -
Me mandou beijar teu beijo mais molhado.
Seja do jeito que for, eu te juro meu amor,
Se quiser voltar, tá perdoado.
E, se voltar, te dou café,
Preliminar com cafuné,
Pra deixar teu dia mais gostoso.
Pode abusar do que quiser e repetir
Te dou colher -
Faz daquele jeito carinhoso.
Deixa pintar o entardecer,
O sol brincar de se esconder,
Tarde, chuva eu fico mais fogosa.
E vai ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa.
Tô Voltando
Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto -
Eu tô voltando.
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar,
Muda a roupa de cama -
Eu tô voltando.
Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar.
Quero te abraçar -
Pode se perfumar
Porque eu tô voltando.
Dá uma geral, faz um bom defumador,
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando.
Pega uma praia, aproveita, tá calor,
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando.
Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear.
Quero te agarrar
Pode se preparar
Porque eu tô voltando.
Põe pra tocar na vitrola aquele som,
Estréia uma camisola -
Eu tô voltando.
Dá folga pra empregada,
Manda a criançada pra casa da avó
Que eu tô voltando.
Diz que eu só volto amanhã, se alguém chamar.
Telefone, não deixa nem tocar.
Quero lá.. lá.. lá.. ia.....
Porque eu tô voltando.
Maria Rita: na cadência bonita do samba
Em seu terceiro álbum, a filha de Elis Regina dedica-se inteiramente ao ziriguidum
A bem da verdade, o samba não é uma novidade na carreira de Maria Rita. A cantora já havia feito incursões no gênero tanto no seu primeiro álbum (com “Cara Valente”, do (ex?) Hermano Marcelo Camelo) quanto em Segundo (na boa “Recado”, de Rodrigo Maranhão). Novidade foi o fato de a filha de Elis ter dedicado um álbum inteiro ao gênero: esse é caso de seu terceiro disco, sintomaticamente batizado de Samba Meu, que chega ao mercado via Warner.
Com sua bela capa - aliás, a cantora está cada vez mais bonita e sensual -, Samba Meu (produzido por Leandro Sapucahy) sofre da mesma linearidade de trabalhos focalizados em um único gênero (em se tratando de um disco inteiro de reggae ou blues, a impressão seria igual). Além disso, ao contrário de Marisa Monte - que em seu Universo ao Meu Redor, produzido por Mário Caldato Jr., inseriu timbres e efeitos incomuns em discos de samba - Maria Rita optou por um enfoque inegavelmente tradicional. Mas, como diziam os antigos, ela tem bossa. E até que consegue se sair bem.
Não leve em conta a melancolia da faixa-título, que abre o álbum. O disco começa realmente na segunda música, “O Homem Falou”, de Gonzaguinha, com participação da Velha Guarda da Mangueira. Outro destaque é “Num Corpo Só”, de Arlindo Cruz (que, aliás, contribui com seis das quatorze canções do álbum), em registro que nada deve a sambas gravados por sua famosa mãe. E por falar em maternidade: “Cria”, de autoria de Serginho Meriti e César Belieny, é uma faixa simpática que fala sobre uma criança - mas sob a ótica da mãe.
O maior acerto, no entanto, foi a escolha do primeiro single de trabalho: “Tá Perdoado”, também de Arlindo Cruz, é simplesmente um golaço. A letra remete imediatamente a “Tô Voltando”, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, bastante conhecida na voz de Simone: “(...) A saudade me esquentou/ Consertei o ventilador/ pro teu corpo não ficar suado./ Nessa onda de calor, eu até peguei uma cor/ tô com o corpo todo bronzeado./ Seja do jeito que for, eu te juro meu amor/ Se quiser voltar, tá perdoado”.
Apesar do purismo - e da conseqüente reafirmação do apreço de Maria Rita pela tradição da música brasileira -, Samba Meu não deixa de ser um movimento inesperado na carreira da cantora.
E, assim, ela segue em frente.
Veja o video de “Tá Perdoado”:
A bem da verdade, o samba não é uma novidade na carreira de Maria Rita. A cantora já havia feito incursões no gênero tanto no seu primeiro álbum (com “Cara Valente”, do (ex?) Hermano Marcelo Camelo) quanto em Segundo (na boa “Recado”, de Rodrigo Maranhão). Novidade foi o fato de a filha de Elis ter dedicado um álbum inteiro ao gênero: esse é caso de seu terceiro disco, sintomaticamente batizado de Samba Meu, que chega ao mercado via Warner.
Com sua bela capa - aliás, a cantora está cada vez mais bonita e sensual -, Samba Meu (produzido por Leandro Sapucahy) sofre da mesma linearidade de trabalhos focalizados em um único gênero (em se tratando de um disco inteiro de reggae ou blues, a impressão seria igual). Além disso, ao contrário de Marisa Monte - que em seu Universo ao Meu Redor, produzido por Mário Caldato Jr., inseriu timbres e efeitos incomuns em discos de samba - Maria Rita optou por um enfoque inegavelmente tradicional. Mas, como diziam os antigos, ela tem bossa. E até que consegue se sair bem.
Não leve em conta a melancolia da faixa-título, que abre o álbum. O disco começa realmente na segunda música, “O Homem Falou”, de Gonzaguinha, com participação da Velha Guarda da Mangueira. Outro destaque é “Num Corpo Só”, de Arlindo Cruz (que, aliás, contribui com seis das quatorze canções do álbum), em registro que nada deve a sambas gravados por sua famosa mãe. E por falar em maternidade: “Cria”, de autoria de Serginho Meriti e César Belieny, é uma faixa simpática que fala sobre uma criança - mas sob a ótica da mãe.
O maior acerto, no entanto, foi a escolha do primeiro single de trabalho: “Tá Perdoado”, também de Arlindo Cruz, é simplesmente um golaço. A letra remete imediatamente a “Tô Voltando”, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, bastante conhecida na voz de Simone: “(...) A saudade me esquentou/ Consertei o ventilador/ pro teu corpo não ficar suado./ Nessa onda de calor, eu até peguei uma cor/ tô com o corpo todo bronzeado./ Seja do jeito que for, eu te juro meu amor/ Se quiser voltar, tá perdoado”.
Apesar do purismo - e da conseqüente reafirmação do apreço de Maria Rita pela tradição da música brasileira -, Samba Meu não deixa de ser um movimento inesperado na carreira da cantora.
E, assim, ela segue em frente.
Veja o video de “Tá Perdoado”:
quinta-feira, novembro 15, 2007
Lulu Santos: Encontros O Globo
Estive presente a mais uma edição do Encontros O Globo - Especial Música, realizado no auditório do jornal, cujo convidado dessa vez foi ninguém menos que Lulu Santos. Diante de uma platéia, do ponto de vista etário, heterogênea - o que confirma que sua música atinge a pessoas de todas as idades -, o mestre do pop brasileiro, durante duas horas, falou sobre sua carreira, suas influências (como o twist, o pop anglo-americano e o samba de raiz) e cantou sucessos como “Tempos Modernos” (“foi com essa música que passei a ter confiança na minha capacidade como compositor”, disse ele), “Tão Bem”, “Assim Caminha a Humanidade” e “A Cura”. Lulu também cantou uma inédita em sua voz, o samba “Quisera Eu”, parceria sua com Zélia Duncan.
Absolutamente à vontade - e brincalhão como nunca - Lulu respondeu às perguntas dos mediadores (os jornalistas Bernardo Araújo, Antônio Carlos Miguel e Ronald Villardo; e a cantora Preta Gil), do público presente e dos internautas que enviaram mensagens através d'O Globo On Line. Questionado sobre a inspiração para “Como uma Onda”, seu maior clássico, o artista foi sincero:
- O que essa música tem é um bocado de harmonia. Um dia desses, estive observando a obra dos Beatles e percebi que, via de regra, tudo funciona em três acordes. O cancioneiro brasileiro tradicional, no entanto, é repleto de harmonias complexas. E 'Como uma Onda' foi inspirada, na verdade, em 'Acontece', de Cartola - disse o cantor para, logo em seguida cantar a sua famosa canção, para delírio dos presentes.
Perguntei sobre o possível relançamento de Mondo Cane - o seu excelente álbum de 1992, e ele respondeu:
- Tenho vontade de relançar não somente esse, como também os demais discos meus que não se encontram mais em catálogo. Como o Long Play, meu disco mais recente, foi editado pelo meu selo, apenas com a distribuição a cargo da Som Livre, pode ser que agora seja mais fácil negociar essas reedições.
Mas confirmou que Long Play pode realmente ser o seu último trabalho:
- Pode ser o último, sim, nesse formato: de coleção de canções, de CD propriamente dito. Hoje existem tantas formas de se comercializar música: pelo celular, através de download... E não é só isso: tenho muitas canções e sinto vontade de reler meus 'lados b'. Tanto que, atualmente, quando alguém me pede uma canção inédita, eu respondo: 'puxa, procure dar uma olhadinha nos meus 22 discos. Pode ser que você encontre lá alguma coisa que te agrade...'
Lulu confessou que adora jogar Guitar Hero (“vocês tinham que me ver tocando Nirvana naquilo”, disse, arrancando risos da platéia) e aproveitou para elogiar Alexandre Pires e Xororó (“ambos são muito bons, muito sérios naquilo que fazem”). E ainda falou com um apreço todo especial sobre Guilherme Arantes:
- Ele tem uma obra fantástica. Existem pelo menos dez canções dele que eu gostaria de ter feito.
Um internauta enviou uma mensagem classificando o funk carioca como uma “deturpação musical”, por causa das “letras agressivas”, e perguntando se o cantor era “a favor” do gênero. Lulu não respondeu. Em silêncio, pegou o violão e cantou a letra singela de “Se Não Fosse o Funk”, de MC Marcinho, gravada por Lulu em Long Play. Momentos depois, filosofou:
- Atualmente, não existe nada que me irrite mais do que... a própria irritação. Porque você tem dois trabalhos: o de se irritar; e, depois, o de se acalmar. Então, é melhor evitar logo o primeiro trabalho.
Veja algumas fotos que tirei do Encontro:
Os mediadores [da esquerda para a direita]: os jornalistas Bernardo Araújo e Antônio Carlos Miguel, a cantora Preta Gil e o também jornalista Ronald Villardo
sexta-feira, novembro 09, 2007
Barão Vermelho: antológico
Finalmente é lançada em DVD a memorável apresentação do grupo carioca no Rock in Rio I
Demorou “apenas” 22 anos, mas finalmente foi lançado em DVD Rock in Rio 1985, que traz o histórico show do Barão Vermelho naquele festival. Vale lembrar que esse é o primeiro registro visual dessa apresentação, que não havia sido lançada sequer no pré-histórico formato VHS - apenas em CD, em 1995. O álbum, aliás, acaba de ser relançado - com a capa modificada.
O primeiro disco do Barão, epônimo, foi lançado em 1982 e - mesmo contendo grandes canções e elogiado por pessoas do calibre de Caetano Veloso, que passou a tocar uma versão voz-e-violão de “Todo Amor que Houver Nessa Vida” em seus shows - não tinha padrão técnico para tocar nas rádios, em face da inexperiência do grupo em estúdio. No segundo álbum, a banda apenas trocou de problema: se, por um lado, o americano Andy Mills - que dividiu a produção com Ezequiel Neves - trouxe para o quarteto carioca uma sonoridade bem-acabada, por outro lhe tirou a espontaneidade. De qualquer forma, foi justamente desse trabalho que saiu o primeiro hit do Barão: o clássico “Pro Dia Nascer Feliz”, que, meses depois, foi registrada também por Ney Matogrosso e impulsionou a execução da gravação original.
Em sua terceira bolacha, Maior Abandonado (1984), o Barão parecia ter encontrado sua própria feição no estúdio: além da faixa-título, chegaram com sucesso às rádios “Bete Balanço” (trilha do filme homônimo de Lael Rodrigues) e “Por que a Gente é Assim?”. E, vislumbrando no Rock In Rio um momento crucial para as pretensões artísticas da banda, o Barão não teve dúvida: mandou rock n'roll na cara da platéia. Com instrumentistas de primeira e um frontman que chamou para si a responsabilidade de preencher um palco gigantesco, o grupo conquistou o público e alcançou a consagração que, meses depois, faria com que o vocalista saísse em carreira solo. Mas isso já é uma outra estória....
DVD é o registro definitivo da formação original da banda
No repertório, petardos como as supracitadas “Maior Abandonado”, “Bete Balanço” e “Pro Dia Nascer Feliz” (com Cazuza fechando o show evocando a euforia da chamada “Nova República”), além de “Menina Mimada”, “Milagres”, “Down em Mim” e uma versão matadora da também já mencionada “Todo Amor que Houver Nessa Vida”. “Mal Nenhum”, parceria até então inédita de Lobão e Cazuza, é precedida por discurso do Exagerado criticando o fato de o líder dos Ronaldos não figurar entre as atrações do festival.
Nos extras, a canção “Um Dia na Vida”, extraída da segunda apresentação da banda no mesmo festival e o ótimo documentário Aconteceu em 85, com depoimentos dos membros originais do Barão e do já citado Lobão, além de Ezequiel Neves, Lucinha Araújo, Sandra de Sá, do jornalista Pedro Bial e imagens de arquivo do próprio Cazuza.
Rock In Rio 1985, além de um documento importantíssimo do rock nacional, é o registro audiovisual definitivo da formação original do Barão Vermelho. Resta agora torcer para que também sejam editados em DVD excelentes apresentações da carreira solo de Cazuza como a do Teatro Ipanema, turnê de Só Se For a Dois, 1987 (que saiu em CD em 2005), além do emocioante especial global Uma Prova de Amor, de 1988.
quinta-feira, novembro 08, 2007
Mais uma do Skank
Comenta-se que o próximo álbum de inéditas do grupo mineiro será produzido por ninguém menos que... Dudu Marote. Sim, o produtor que pilotou os dois discos que consolidaram (comercialmente) o Skank - Calango, de 1995; e O Samba Poconé, de 1996 - pode voltar a colaborar com a banda depois de um hiato de quase doze anos. E isso talvez signifique um retorno de Samuel Rosa e companhia ao dancehall, ao reggae, etc e tal.
Bem, acho que ninguém esperava por isso a essa altura do campeonato. Mas se realmente é verdadeira a informação de que Carrossel não teve a visibilidade habitual de um CD do Skank....
Bem, acho que ninguém esperava por isso a essa altura do campeonato. Mas se realmente é verdadeira a informação de que Carrossel não teve a visibilidade habitual de um CD do Skank....
Skank: novo clipe
O Skank continua promovendo o seu mais recente álbum, Carrossel - que, segundo dizem as más línguas, não atingiu o patamar de vendas habitual do grupo. Se essa informação, for, de fato, procedente, é uma pena. Porque - ao contrário do disse boa parte da crítica musical do país - trata-se de um bom disco pop [leia a resenha clicando aqui].
O novo single em questão chama-se “Seus Passos” e a influência do Oasis nessa faixa é inegável. Um dia desses, ouvi um sacana chamando a música de “Melô da Moeda” (por causa do verso inicial: “E quando caio do seu bolso...”), mas isso é bobagem. O que realmente importa é que trata-se de uma bela canção.
O clipe foi filmado na Belo Horizonte natal da banda e mostra o vocalista Samuel Rosa caminhando pela cidade, passando por muros que trazem a letra da música impressa em seus grafites. Idéia interessante.
Veja o clipe aqui:
O novo single em questão chama-se “Seus Passos” e a influência do Oasis nessa faixa é inegável. Um dia desses, ouvi um sacana chamando a música de “Melô da Moeda” (por causa do verso inicial: “E quando caio do seu bolso...”), mas isso é bobagem. O que realmente importa é que trata-se de uma bela canção.
O clipe foi filmado na Belo Horizonte natal da banda e mostra o vocalista Samuel Rosa caminhando pela cidade, passando por muros que trazem a letra da música impressa em seus grafites. Idéia interessante.
Veja o clipe aqui:
quinta-feira, outubro 18, 2007
Ainda o melhor remédio...
Certa vez, no intuito de investigar a inclinação profissional de seus sete filhos, a sra. Maria Amélia perguntou às crianças o que elas “gostavam de fazer”. Muitos anos se passaram e, mesmo assim, ela jamais esqueceu a inesperada resposta do ainda menino Chico Buarque (no detalhe, em foto “furtada” - leia-se: emprestada sem consulta - do bom blog Sala de Estar Chico Buarque):
- Eu gosto de rir.
(Fonte: Chico Buarque - Paratodos, série Perfis do Rio, Regina Zappa. Editora Relume Dumará, 2000)
- Eu gosto de rir.
(Fonte: Chico Buarque - Paratodos, série Perfis do Rio, Regina Zappa. Editora Relume Dumará, 2000)
O Led, o cação e a fã
Recebi e-mails de alguns leitores, perguntando “que diabo de estória foi essa do cação com a fã”, que mencionei na resenha do tributo celta ao Led Zeppelin (vide post abaixo). Devo confessar que me surpreendi com a curiosidade, pelo fato de esse causo ser tão manjado...
Bem, foi o seguinte: em uma babilônica orgia promovida pela banda após um show em Seattle, consta que Jimmy Page teria... hã.... introduzido... pedaços de cação em uma fã. Segundo reza a lenda, a groupie chamava-se Jackie, era ruiva e tinha, na época, apenas 17 anos de idade.
Questionado sobre o episódio, Richard Cole - ex-assessor de Peter Grant, empresário do grupo -, autor do livro Stairway to Heaven, que conta a trajetória do Led Zeppelin, respondeu com cinismo:
- Exagero. Foi apenas um red snapper.
O tributo celta ao Led Zeppelin
Confirmando o que eu havia dito na resenha publicada na edição do IM que está nas bancas, o interessante álbum Long Ago and Far Away, tributo celta à música do Led Zeppelin - gravado pelos tais Boys from the County Nashville -, está disponível apenas em edição americana (via gravadora CHTG), até o momento sem previsão de lançamento no Brasil.
De qualquer forma, caso você deseje mais informações sobre esse CD, basta clicar aqui.
De qualquer forma, caso você deseje mais informações sobre esse CD, basta clicar aqui.
sábado, outubro 13, 2007
International Magazine: edição de setembro/2007
Esses são os destaques da edição de setembro do jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, que chega às bancas sempre no finalzinho do mês:
- entrevista exclusiva com os Autoramas. Por Marcelo Fróes e Elias Nogueira;
- tudo sobre a espetacular apresentação do The Police no Madison Square Garden. Por Luiz Felipe Carneiro;
- em primeiríssima mão, a análise da tão aguardada antologia (em três DVDs) de clipes de Paul McCartney. Por Cláudio Dirani;
- a crítica de Icky Thump, novo álbum do The White Stripes. Por J.M. Santiago.
E artigos meus sobre:
- o CD Once Again, de John Legend:
- o CD Carioca ao Vivo, de Chico Buarque:
- o CD Long Ago and Far Away, tributo celta ao Led Zeppelin:
- o CD Acústico MTV, da dupla Sandy & Junior:
Leia a íntegra dessas matérias - e muito mais - no IM - INTERNATIONAL MAGAZINE desse mês. Já nas bancas.
terça-feira, outubro 09, 2007
TV On The Radio no Amoeba Music
Também na edição de agosto, falei sobre o EP Live at Amoeba Music, do TV On The Radio, gravado durante um pocket show da banda americana na loja da Amoeba em Hollywood - além dessa filial, a rede de lojas de CDs e DVDs (que, aliás, funciona também como um selo independente) possui outras em San Francisco e Berkeley. De quando em quando, algum dos três estabelecimentos apresenta o show de alguém, como foi o caso do TVOTR. Paul McCartney, por exemplo, tocou na filial de Hollywood no dia 27 de junho desse ano.
Para ver fotos e videos de algumas apresentações (não somente do TV On The Radio, como também de outros artistas), além de saber mais sobre a Amoeba, basta clicar aqui.
'Skyline Pigeon'
Muitas vezes, acontece de as pessoas não conseguirem associar uma música ao seu título. Quando se trata de uma canção em língua estrangeira, isso torna-se ainda mais comum. Digo isso porque, na resenha da coletânea Rocket Man, do agora sexagenário Elton John (publicada no IM de agosto), mencionei o fato de a edição nacional incluir, com exclusividade, a versão alternativa de “Skyline Pigeon”, que saiu como lado B de “Daniel” em 1973 (a gravação original faz parte de Empty Sky, 1969, o primeiro álbum do Sir Reginald Dwight). E esse compacto fez mais sucesso aqui no Brasil do que em qualquer outro lugar do mundo.
Tenho certeza absoluta de que muitos não reconhecem a faixa - muito bonita, por sinal - pelo seu título. Então, em um momento flash-back desse blog, fiquem com o video (ao vivo) da antiqüíssima - e ainda bela - “Skyline Pigeon”.
Tenho certeza absoluta de que muitos não reconhecem a faixa - muito bonita, por sinal - pelo seu título. Então, em um momento flash-back desse blog, fiquem com o video (ao vivo) da antiqüíssima - e ainda bela - “Skyline Pigeon”.
quinta-feira, setembro 20, 2007
Entrevista (em video) com Erasmo
A entrevista de Erasmo Carlos transcrita na última edição do IM, aliás, também está disponível, na íntegra, em video. Cortesia do site oficial da Jovem Guarda.
O link que conduz à entrevista pode ser acessado clicando aqui.
International Magazine: edição de agosto/2007
Atrasado (como sempre), venho trazer os destaques da edição de agosto do jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, que chegou às bancas no finalzinho do mês:
- tudo sobre Black Rain, o novo álbum do Madman Ozzy Osbourne. Por J.M. Santiago e Daniel Dutra;
- entrevista exclusiva com o Tremendão Erasmo Carlos. Por Marcelo Fróes e Ana Carolina Landi;
- outra entrevista exclusiva: dessa vez com Magrão, integrante do 14 Bis - que fala sobre a dobradinha CD/DVD ao vivo, recém-lançada pela banda. Por Elias Nogueira;
- a hilária “entrevista” com Elvis Presley. O Rei do Rock conta tudo sobre o seu auto-exílio e a sua forjada “morte” - naquilo que a imprensa mundial tem chamado de “a maior armação de todos os tempos”. Por Rodrigo Fernandes.
E artigos meus sobre:
- a compilação epônima (e dupla) do The Police:
- a coletânea Rocket Man, que comemora o aniversário de 60 anos de Elton John:
"Aí é que entram os greatest hits - para que o artista permaneça em evidência - obviamente, capitalize em cima disso - e ninguém esqueça, no caso, o grande artífice que Elton sempre foi. Afinal, não é todo dia que alguém compõe uma 'I Guess That's Why They Call it The Blues'. (...) "
- o EP Live at Amoeba Music, do TV on the Radio:
Leia a íntegra dessas matérias - e muito mais - no IM - INTERNATIONAL MAGAZINE desse mês. Já nas bancas.
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