Dias após a entrega da resenha que escrevi sobre o CD Multishow: Cê ao Vivo, de Caetano Veloso (que foi publicada na edição do IM que se encontra nas bancas - ver post abaixo), o título do artigo começou a me causar um certo... incômodo. Comecei a imaginar que “Eu Digo Sim”, em uma leitura apressada, poderia soar um tanto presunçoso - como se eu fosse jurado de um hipotético programa de calouros, respondendo a uma pergunta do tipo: “quanto vale o show de Caetano?”
E a verdade é uma só: do alto de sua obra monumental - mesmo com eventuais deslizes -, Caetano prescinde totalmente do meu “sim” ou do aval de quem quer que seja na imprensa musical brasileira. Fato.
Sendo assim, ficam aqui duas explicações (óbvias) acerca dessa matéria: a) o título “Eu Digo Sim” alude imediatamente à canção “É Proibido Proibir” (“Eu digo sim / Eu digo não ao não/ Eu digo: é proibido proibir”); b) o desfecho do artigo - que, de certa forma, acaba se relacionando com o título - cita os (belíssimos) versos finais de “London, London” (“I came around to say yes/ and I say” [“Vim para dizer sim/ E digo”]).
O ser humano, no decorrer da vida, diz “não” muito mais vezes do que diz “sim”. E esses versos, a despeito de sua simplicidade, são perfeitos em retratar a singeleza da aceitação, da afirmação. E eu não poderia deixar de mencioná-los naquele momento.