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quarta-feira, setembro 30, 2015

Queen + Adam Lambert no Rock In Rio: grata surpresa



Antes de qualquer coisa, preciso dizer que não dei a mínima para a apresentação do Queen com Adam Lambert no Rock In Rio. Após a banda ter tentado substituir Freddie Mercury com Paul Rodgers — um baita cantor cujo estilo, porém, não se adequava ao grupo —, imaginei que o novo vocalista seria mais um "tiro na água".

Contudo, os comentários positivos de quem conferiu o show — alguns, por sinal, bastante entusiasmados — acabaram me deixando curioso...

Uma semana depois, assisti à performance da Brian May, Roger Taylor e companhia. E tenho que reconhecer que fiquei simplesmente... extasiado com o que vi e ouvi. Já não me lembrava o quanto gostava desses caras. May e Taylor continuam impecáveis em seus respectivos instrumentos, desfiando um repertório irretocável. Mas a grande surpresa da noite foi... Adam Lambert.

A responsabilidade sobre os ombros do americano de 33 anos era enorme: suceder ninguém menos do que um dos melhores vocalistas de rock de todos os tempos — à altura de outra realeza: Elvis Presley , no mesmo palco onde, há exatas três décadas, o Queen fez história.

Nada disso, entretanto, pareceu intimidar Lambert. Além de possuir um material vocal excepcional, o intérprete mostrou muita personalidade e, com inteligência, fugiu da imitação de Freddie. Com uma atuação extravagante — e assumidamente gay —, conseguiu o que provavelmente ninguém poderia prever: fazer com que a Cidade do Rock gritasse o seu nome a plenos pulmões.

Durante duas horas, a banda passeou por praticamente todo o seu catálogo, executando com maestria hits dos anos 1970 — como "Don't Stop Me Now", "We Will Rock You" e "Somebody To Love" — e dos anos 1980 — como "Radio Ga Ga", "A Kind Of Magic" (com o autor da faixa, Roger Taylor, nos vocais) e "I Want To Break Free" —, sem esquecer canções dos anos finais de Mercury, como "I Want It All" e "The Show Must Go On". Em "Love Of My Life", a imagem de Freddie apareceu no telão, relembrando o momento mágico de 1985. 

O grand finale, porém, não poderia ser outro: a arrasadora "Bohemian Rhapsody", que também contou com a imagem do vocalista no telão, emocionando a todos.

Há quem diga que "ninguém é insubstituível". Tenho minhas dúvidas. Os Beatles jamais poderiam prosseguir sem John Lennon ou Paul McCartney. Assim como seria um absurdo se a Legião Urbana entrasse em estúdio sem Renato Russo. Da mesma forma, se o Queen decidisse gravar um álbum de inéditas — o que considero improvável — iria macular a sua vitoriosa trajetória.

Por outro lado, não vejo como oportunismo o fato de Adam Lambert excursionar à frente do grupo. Pelo contrário: o jovem presta uma digna e respeitosa homenagem à memória de Freddie Mercury. Tanto os fãs de primeira hora quanto as novas gerações merecem continuar ouvindo ao vivo as imorredouras canções de uma das maiores bandas de sempre.



Veja o vídeo de "Radio Ga Ga", gravado no Rock In Rio:

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘The Miracle’, do Queen



Embora o Queen jamais tenha tocado "The Miracle" ao vivo, trata-se de uma das mais belas letras escritas por Freddie Mercury. Faixa-título do trabalho [acima, a capa] que o quarteto editou em 1989 — o penúltimo lançado em vida pelo vocalista —, enumera realizações do homem (como a fertilização artificial, os Jardim Suspensos da Babilônia e o Taj Mahal) e forças da natureza como a chuva que cai sobre o deserto do Saara e... Jimi Hendrix.

Também fala de pequenos "milagres" contidos em momentos simples da vida, como "xícaras de chá nas manhãs de domingo", além de clamar pela harmonia e pela igualdade de oportunidades ("se cada criança de rua / tivesse o que comer e vestir / seria um milagre", em uma tradução livre). E termina como um libelo pela paz, cantado de modo visceral por Mercury.

Há, no entanto, uma mensagem subliminar nessa canção. Já ciente de sua sorologia positiva, o cantor esperava por um milagre que, lamentavelmente, não ocorreu. Decididamente, não foi à toa que o álbum recebeu esse título.



Concebido sem grandes aparatos, o vídeo de "The Miracle" é um capítulo à parte. Quatro meninos foram escolhidos pela interpretar os membros da banda em várias fases de sua carreira. E conseguem reproduzir à perfeição os trejeitos de cada um deles. E por que crianças? Porque elas, mais do que ninguém, representam a esperança. Assista. E se emocione



sexta-feira, setembro 28, 2012

A influência da ópera na música do Queen




Na ocasião, a colaboração entre Freddie Mercury e a soprano catalã Montserrat Caballé — saiba mais aqui — não foi exatamente uma surpresa para os fãs do Queen. Ao longo de sua discografia, o quarteto inglês flertou várias vezes com elementos de ópera. Vejamos alguns exemplos.



Em seus quase sete minutos (!) de duração, a épica “Innuendo”, faixa-título do último álbum do Queen lançado em vida por Freddie Mercury, em 1991, é pura ambição. Além da letra de rara sensibilidade, o (inusitado) arranjo, tal qual uma peça sinfônica, apresenta vários “movimentos”: rock, música flamenca e um trecho com intrincados vocais com clara influência operística. Devido ao estado de saúde do vocalista, a banda aparece no vídeo através de imagens de outros clipes — em especial, da excelente “Breakthru” —, submetidas a efeitos de computação gráfica





A introdução de “It's a Hard Life”, de The Works [1984], cita a ópera Pagliacci* — mais precisamente, a ária “Vesti La Giubba” —, do italiano Ruggero Leoncavallo. Embora não tenha obtido o mesmo destaque de outras faixas do mesmo álbum, como “Radio Ga Ga” e “I Want To Break Free”, trata-se, sem dúvida, de uma das mais belas canções do Queen — a letra é simplesmente magnífica —, a despeito de toda a afetação de Freddie Mercury no vídeo. Por sinal, a julgar pela indumentária dos integrantes da banda, a ação do clipe se passa no tempo de Luís XV:


* Curiosamente, os Titãs citaram a mesma ópera na faixa “Ridi Pagliaccio”, do CD Domingo, de 1995 (“Ridi Pagliaccio / ridi di che? / Ridi Pagliaccio / Ridi di me”).






Naturalmente, não poderíamos esquecer da clássica “Bohemian Rhapsody” — faixa do álbum sintomaticamente intitulado... A Night At The Opera [1975] —, que permanece impactante até os dias atuais. E que dispensa comentários:


sábado, setembro 08, 2012

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘How Can I Go On?’, com Freddie Mercury e Montserrat Caballé




Impossível falarmos sobre crossovers do pop com a música erudita e esquecermos “How Can I Go On?”, magnífico dueto de Freddie Mercury com Montserrat Caballé [no detalhe].

Em 1987, quando Barcelona foi eleita a sede dos Jogos Olímpicos de 1992, Mercury foi convidado a compor a canção-tema do evento, que seria gravada com a participação de Caballé — que é natural daquela cidade. Admirador confesso de Caballé, o líder do Queen sugeriu que ambos gravassem não apenas uma faixa, mas um disco inteiro.

Assim surgiu o álbum em questão, sintomaticamente batizado de Barcelona, lançado em 1988.

Tão logo recebeu o convite da Organização dos Jogos, Freddie compôs várias canções, gravou as respectivas demo tapes e as enviou para a cantora — com o cuidado de cantar em falsete os trechos que seriam destinados a ela. Oito faixas foram escolhidas para integrar o trabalho. E, pela dificuldade em conciliar as agendas dos dois artistas, suas partes foram gravadas em locais e datas diferentes.

Já infectado pelo vírus HIV, Mercury despejou na letra de “How Can I Go On?” toda a sua melancolia e desamparo diante do futuro. E, além da melodia de rara beleza, a canção tem um trunfo: um dos mais fantásticos vocalistas do pop em todos os tempos, Freddie colocou toda a sua alma em “How Can I Go On?”, em uma interpretação simplesmente arrasadora.

E, com todo o respeito, colocou a soprano catalã no bolso...

Freddie Mercury, que faleceu em dezembro de 1991, aos 45 anos, não realizou o tão sonhado dueto com Montserrat Caballé na abertura das Olímpiadas de Barcelona, sendo representado, na cerimônia, pela sua imagem no telão — no que poderíamos chamar de “dueto virtual”. 



sexta-feira, junho 06, 2008

Queen na Praia de Copacabana

Por sinal, o Queen - ou o que restou dele [no detalhe] - se apresentará na Praia de Copacabana no dia 30 de novembro desse ano.

Em 2005, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor convidaram o vocalista Paul Rodgers (ex-Free e Bad Company) para substituir Freddie Mercury - embora o estilo de um NADA tenha a ver com o do outro.

Naquele mesmo ano, editaram a dobradinha CD/DVD Return Of The Champions, que obteve algumas críticas favoráveis. Um álbum de canções inéditas, ainda sem título definido, está programado para setembro.

O baixista John Deacon não quis participar da empreitada...

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘A Kind of Magic’, do Queen


Um dia desses, vi na TV um anúncio de uma operadora de telefonia móvel que tinha como música-tema a bela “A Kind of Magic”, do Queen [no detalhe]. E isso me fez lembrar o quanto o grupo era legal. E a falta que faz a presença histriônica de Freddie Mercury.

Acabei lembrando também de uma história que me foi contada há muito, muito tempo pela minha primeira professora de violão, a querida D. Néa.

Na década de 1970, ela, mãe de duas adolescentes, observou que a filha mais velha, após voltar de escola, passava praticamente a tarde inteira ouvindo música. E sempre da mesma banda:

- Ela chegava do colégio, acabava de almoçar e ligava a vitrola, que ficava no quarto dela. E escutava os mesmos discos, de “um tal” de Queen. Até que, um dia, eu quis saber o que era aquilo de que ela tanto gostava.

E completou:

- Não é que a garota estava certa?


***


Veja aqui o video de “A Kind of Magic