sexta-feira, dezembro 18, 2009

Da série ‘Música clássica não é chata’: Chopin

Com o passar dos anos, meu interesse por música clássica, pouco a pouco, foi aumentando. Sem que isso significasse, necessariamente, uma diminuição do meu apreço pela canção popular – as duas vertentes não são excludentes.

(E os Beatles estão aí para não me deixar mentir...)

Desse modo, ocorreu-me a ideia de compartilhar esse prazer com todos vocês que frequentam o blog. Evidentemente, há também a intenção de desmitificar a ideia de que a música clássica é uma arte “elitista” e... ahn, chata. Pronto, falei.

Portanto, começamos com esta que é, provavelmente, a minha peça clássica predileta: a magistral “Nocturne Op. 9 No. 2”, de Chopin [no detalhe].


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Nascido em 1810, o polaco Frédéric Chopin é considerado um dos pianistas mais importantes da história – e um dos maiores compositores para o instrumento. Sua influência permanece até os dias de hoje, e é comparada à de outros gênios da música, como Mozart e Beethoven.

Sempre com a saúde frágil, morreu em Paris, em 1849, aos 39 anos, vítima de tuberculose.

Curiosidade: antes do funeral de Chopin, de acordo com a sua vontade, seu coração foi retirado. O músico temia ser enterrado vivo – leia-se: catalepsia. Sendo assim, o órgão foi posto por sua irmã em uma urna de cristal selada, com conhaque, destinada a Varsóvia, capital da Polônia.

Permanece até hoje, lacrado, dentro de um pilar da Igreja da Santa Cruz, em Krakowskie Przedmieście, debaixo de uma inscrição do Evangelho de Mateus, 6:21: “Onde seu tesouro está, estará também seu coração”.


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Outra curiosidade: em 1983, o cantor libanês naturalizado italiano Gazebo lançou uma canção em homenagem ao pianista, “I Like Chopin”, que foi sucesso no mundo inteiro.



Veja o vídeo de “Nocturne Op. 9 No. 2”, com o russo Sergei Rachmaninoff:

Os Beatles e a música clássica



E os Beatles estão aí para não me deixar mentir...”

(Da série ‘Música clássica não é chata’: Chopin)


A afirmativa de que os Beatles [no detalhe] “alçaram a música pop ao status de arte” não é mero delírio de fã. É fato.

Além das inovadoras técnicas de gravação – como o primeiro loop da história em “Tomorrow Never Knows” – e o flerte com música indiana (“Norwegian Wood”, “Love You To” e “Within You Without You”, o quarteto de Liverpool foi o primeiro a utilizar a música de câmara no pop.

Dois exemplos estão em “Eleanor Rigby” (do álbum Revolver, 1966) e “She's Leaving Home” (de Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band, 1967) – canções estruturadas em elementos de música de concerto.


Ouça “Eleanor Rigby...




...e “She's Leaving Home:

Os Rolling Stones e a música clássica

Via de regra, os Rolling Stones [foto] são mais identificados pelo escárnio, pela “trangressão”. Mas o fato é que eles possuem canções tão estupendas quanto as... dos Beatles – sim, é verdade.

É o caso da tristonha “As Tears Go By”, que, por sinal, também conta com com um quarteto de cordas em seu arranjo.


Ouça “As Tears Go By:

Susan Boyle faz com que os Stones relancem ‘Wild Horses’

Ainda sobre os Stones: da noite para o dia, Susan Boyle (Susan “Bola”?) [foto] tornou-se mundialmente conhecida, após sua participação no programa de calouros Britain's Got Talent [saiba mais aqui]. E a cantora agora edita o seu primeiro disco, cuja faixa de trabalho é a belíssima “Wild Horses”, clássico dos Rolling Stones.

E os Stones, que não são bobos nem nada, aproveitaram o ensejo e relançaram a canção para venda on line.

O single digital Wild Horses apresenta três versões: a original, do álbum Sticky Fingers, de 1971; uma de 1976, gravada ao vivo em Knebworth, Inglaterra; e a contida no CD Stripped, de 1995.


Qual a sua versão preferida de “Wild Horses”? A de Susan Boyle...




...ou a dos Rolling Stones?

terça-feira, dezembro 08, 2009

E o Rio se vestiu de vermelho e preto...


Quis o destino que justamente seus dois zagueiros, David e Ronaldo Angelim, marcassem os gols que levaram o Flamengo, após um jejum de 17 anos, ao seu sexto título brasileiro.

E, diga-se de passagem, com méritos. Apesar de não ter realizado uma exibição brilhante diante do Grêmio, o Fla conseguiu a virada em cima de um adversário que, decididamente, não parecia disposto, como se especulou, a “entregar” o jogo.

Além disso, o time da Gávea obteve, ao longo da competição, vitórias importantes contra adversários diretos na briga pelo título: Palmeiras, no Palestra Itália; Atlético-MG, no Mineirão; e São Paulo, no Maracanã.

Espera-se que, com esse título, o Flamengo tenha encerrado um longo período de apatia, com direito até a ameaças de rebaixamento. E que o clube continue proporcionando alegrias à Nação – inclusive os novos torcedores, que provavelmente estão vendo o rubro-negro sendo campeão brasileiro pela primeira vez...


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E o Rio se vestiu de vermelho e preto. Literalmente.

Andrade: serenidade tipicamente mineira

O mais importante para a conquista do título foi a permanência do Andrade.”

(Zico, maior ídolo da história rubro-negra, atual técnico do Olympiakos, da Grécia)


O Galinho tem toda a razão: grande parte do mérito do hexacampeonato tem que ser dada a Andrade [foto].

Quando Cuca – que tinha problemas de relacionamento com vários jogadores – foi demitido, o ex-volante assumiu interinamente o time, embora sob desconfiança da diretoria do clube.

Efetivado no comando técnico, Andrade cativou os atletas com sua serenidade tipicamente mineira – ele nasceu em Juiz de Fora. E o elenco passou a “correr por ele”, nas palavras do lateral Léo Moura.


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Curiosidade: o Flamengo conquistou anteontem o hexacampeonato brasileiro. E a camisa que Andrade usava nos tempos de jogador era justamente a de número seis...

Petkovic: volta por cima


É curioso que o destaque do campeonato do chamado “país do futebol”, tenha sido justamente um jogador... sérvio.

Aos 37 anos, Petkovic [em foto de Alexandre Cassiano, d'O Globo] retornou esse ano ao Flamengo. Completamente desacreditado. Contudo, suas boas atuações foram, pouco a pouco, conquistando a torcida. E calando os céticos.


Vitorioso, Petkovic tinha direito a uma alfinetada em seus detratores. E anteontem, em pleno gramado do Maracanã, não perdeu a chance:


– Sou velho na idade, mas o meu espírito é jovem.


E completou:

– Sou campeão invicto. Em todas as vezes em que fui titular nesse campeonato, não perdi.


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Uma perguntinha: enquanto técnico do Flamengo, Cuca chegou a declarar que Petkovic não poderia ser titular da equipe.


– Ele poderá entrar por alguns minutos no segundo tempo. Mas, na frente dele, existem outros jogadores que podem ser titulares.

O que será que ele deve estar pensando agora?

Adriano: volta por cima (2)


Em abril desse ano, Adriano [foto], em depressão, rescindiu com a Internazionale de Milão, e voltou ao Brasil disposto a “repensar” a carreira. Contratado pelo Flamengo, faltou a vários treinos e parecia confirmar os prognósticos mais pessimistas [saiba mais aqui].

Entretanto, o Imperador recuperou aos poucos a forma física e, consequentemente, seu bom futebol – retornando, inclusive, à Seleção Brasileira. Termina o ano com a faixa de campeão brasileiro no peito e dividindo a artilharia, com 19 gols, com Diego Tardelli, do Atlético Mineiro.

Isso é que é volta por cima...

Só existe um Ronaldo, sim. O nosso

Meses depois de o Manchester United, ironizando Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho, enaltecer Cristiano Ronaldo – na época, jogador dos Red Devils –, chegou a vez do Flamengo homenagear o seu Ronaldo, o Angelim, autor do gol do hexacampeonato.



Fluminense e Botafogo: na elite

O Botafogo, ao vencer ao Palmeiras por 2 a 1, ontem, no Engenhão, assegurou a sua permanência na Série A. Com essa derrota, o time do Palestra Itália – comandado pelo tricampeão brasileiro Muricy Ramalho –, acabou ficando de fora, inclusive, da Libertadores da América de 2010...

Mas a maior façanha foi realmente do Fluminense, do artilheiro Fred [foto]. Considerado praticamente rebaixado, o tricolor das Laranjeiras conseguiu uma reação histórica nos últimos 11 jogos e, ao empatar, anteontem, em 1 a 1 com o Coritiba, acabou derrubando o Coxa para a segunda divisão.

Com o retorno do Vasco à elite, os quatro grandes clubes do Rio disputarão a Série A no ano que vem.

O futebol carioca agradece.

Coritiba: espetáculo deprimente

Ao empatar com o Fluminense em pleno estádio Couto Pereira, o Coritiba acabou rebaixado para a Série B.

Com isso, integrantes da principal torcida organizada do time da casa protagonizaram um espetáculo deprimente: invadiram o campo e desencadearam um conflito generalizado, que deixou vários feridos.




E ainda há quem se irrite quando eu digo que, na Inglaterra, os torcedores assistem o jogo praticamente dentro do gramado [abaixo]. E ninguém invade.

Temos muito o que aprender...