sábado, fevereiro 22, 2014

Da série ‘Discos para se Ter em Casa’: ‘MTV Unplugged’, de Eric Clapton



DVD /CD
MTV Unplugged (Warner)
1992 (versão Deluxe lançada em 2013)


A reedição revista e ampliada de um clássico

Em 1992, Eric Clapton colhia os louros de sua faixa de maior êxito, o réquiem “Tears In Heaven” — composta em memória de seu filho Conor, que caiu de um prédio em Manhattan quatro anos de idade —, faixa que integrou a trilha sonora do filme Rush — Uma Viagem ao Inferno. E foi vivenciando o paradoxo entre o sucesso e a perda pessoal, que Clapton encarou o projeto MTV Unplugged, gravado em Londres. Confirmando o bom momento profissional do guitarrista inglês, o álbum, além de arrebanhar nada menos do que seis (!) Grammys, vendeu dez milhões de cópias somente nos EUA, tornando-se o seu título mais bem-sucedido comercialmente.

Embora tenha regravado “Tears In Heaven” e incluído uma (desfigurada) versão de seu clássico “Layla”, Clapton engendrou um repertório praticamente sem “concessões”. Ficaram de fora cavalos-de-batalha como “Wonderful Tonight” e “Bell Bottom Blues”, assim como regravações de sucesso como “Cocaine” (de J. J. Cale) e “I Shot The Sheriff” (Bob Marley).

Sendo assim, o guitarrista incluiu, entre outras, duas inéditas (“Lonely Stranger” e a instrumental “Signe”, que abre os trabalhos), além de duas faixas de seu (então) último álbum de estúdio, Journeyman [1989] (“Running On Faith” e “Old Love”). E, como não poderia deixar de ser, uma boa dose de covers de blues: de Bo Didley (“Before You Accuse Me”) a Muddy Waters (a improvisada versão de “Rollin' And Tumblin'” que encerra o espetáculo com descontração), passando, claro, pelo “patrono” do gênero, Robert Johnson (“Malted Milk” e “Walkin' Blues”).

No finalzinho de 2013, 21 anos após o seu lançamento, MTV Unplugged recebeu uma caprichada versão Deluxe, englobando CD — acrescido de um CD-bônus — e DVD, devidamente remasterizados, no mesmo box. Nos extras do DVD, a “cereja o bolo”: Clapton e banda repassam o set inteiro durante um ensaio, incluindo duas canções que acabaram incluídas da seleção final, “My Father's Eyes” e “Circus”.

Mesmo para quem já possui a versão original de 1992, o investimento vale a pena. E quem aprecia o trabalho de Eric Clapton, mas ainda não conhece esse álbum... não perca tempo. 





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Excluída do repertório do MTV Unplugged, My Father's Eyes” fala sobre o pai de Clapton, falecido em 1985, que o músico jamais conheceu. Lançada somente no (ótimo) Pilgrim, de 1998, ganhou o Grammy de Melhor Performance Vocal Masculina daquele ano:





Batizada inicialmente de “The Circus Left Town”, “Circus” também acabou ficando de fora do álbum — e, a exemplo de “My Father's Eyes”, também viu a luz do dia no supracitado Pilgrim. A letra menciona o último programa que Clapton fez com o filho — uma ida ao circo. Em uma de suas canções mais tocantes, o guitarrista finaliza: “Homenzinho, com seu coração tão puro / e o seu amor tão bom / fique comigo e eu passearei com você / até o fim do caminho. / Segure a minha mão e eu caminharei com você / através da noite mais escura. / Quando eu sorrir, estarei pensando em você / e tudo vai dar certo”:

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Bad Love’, de Eric Clapton



“...seu (então) último álbum de estúdio, Journeyman [1989]...”




Journeyman, álbum de 1989 [no detalhe, a capa], marcou o retorno de Eric Clapton a uma sonoridade mais crua, distanciando-se dos sequenciadores típicos dos anos 1980 que caracterizaram seu antecessor, o bem-sucedido August [1985].

No repertório, faixas inéditas (“Old Love”, parceria de Clapton com Robert Cray, e as belíssimas “Running On Faith” e “Lead Me On”), uma regravação de um blues de Bo Diddley (“Before You Accuse Me”), um clássico de Leiber & Stoller que fez sucesso na voz de Elvis Presley (“Hound Dog”), além da participação (mais do que especial) de George Harrison (fazendo backing vocal e tocando guitarra na autoral “Run So Far”). O destaque do disco entretanto, foi o vigoroso rock “Bad Love”.

Parceria de Clapton com Mick Jones, guitarrista do Foreigner — quem lembra? —, “Bad Love” há tempos está ausente do set list dos shows do artista. O que é incompreensível, em se tratando de um dos riffs mais poderosos de Mr. Slowhand.




Veja o vídeo oficial de “Bad Love” — que conta com a colaboração, na bateria, de um certo... Phil Collins:

Roberto Carlos na trilha sonora de ‘Em Família’

Single digital
Cartas de Amor (Sony Music / Amigo Records)
2014



Cantor regrava ‘Cartas de Amor’, versão de standard americano


Roberto Carlos entrou em estúdio para regravar, com exclusividade para a trilha da novela Em Família, “Cartas de Amor”, versão de Lourival Faissal para a americana “Love Letters”. Lançado originalmente em 1945, o standard já recebeu mais de duas dezenas de releituras — de Nat King Cole a Elvis Presley, passando por Etta James, Elton John e Diana Krall. Contudo, o primeiro a registrar a versão de Faissal foi Agnaldo Timóteo, em 1967.

Roberto já havia gravado “Cartas...” em seu álbum de 1984, epônimo. Fiel ao (sofisticado) arranjo original, o artista fez mais uma incursão no fox, gênero ao qual eventualmente tem recorrido nos últimos anos.

Apesar de a canção ter sido executada no mais recente especial global de Roberto Carlos, não há confirmação de que “Cartas de Amor” será incluída em seu aguardado novo trabalho de inéditas — o primeiro em mais de dez anos —, que o artista afirmou, em entrevista recente, “ter vontade” de editar ainda em 2014. A faixa está disponível somente em formato digital no iTunes.




Veja o vídeo de “Cartas de Amor”, extraído do mais recente especial de fim de ano de Roberto Carlos, no qual o cantor (re)cita (o sempre oportuno) poema, sem título, escrito pelo genial poeta português Fernando Pessoa, sob o pseudônimo Álvaro de Campos:

sábado, fevereiro 15, 2014

‘Let Her Down Easy’: o novo single de George Michael


Single digital
Let Her Down Easy (Virgin / EMI)
2014



George Michael divulgou uma prévia de seu CD novo, Symphonica, o primeiro trabalho desde o DVD Live In London, de 2009 — sem considerar três singles, You And I, True Faith e White Light, editados durante esse período.

A versão digital de “Let Her Down Easy”, cover de Terence Trent D'Arby, já se encontra disponível desde ontem no iTunes. Ao lado de alguns de seus sucessos, GM incluirá no álbum regravações de Nina Simone (“Feeling Good”), Rufus Wainwright (“Going To A Town”) e The Police (“Roxanne”), entre outros.

O site oficial de George Michael oferece, para download gratuito, a versão de “Praying For Time”, lançada originalmente em Listen Without Prejudice [1991] — e considerada pelo próprio cantor “a melhor letra que já escreveu”.

Gravado durante a sua turnê 2011/2012, Symphonica será lançado mundialmente no dia 17 de março. 




Veja o (poético) vídeo oficial de “Let Her Down Easy:

O jornalista Elias Nogueira lança o livro ‘Conversando com Elias’



O experiente jornalista e crítico musical Elias Nogueira já atuou em veículos importantes como Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, International Magazine — do qual foi um dos fundadores — e Jornal do Commercio, entre outros. E decidiu compilar algumas das (inúmeras) entrevistas que realizou ao longo de quase três décadas de carreira. Assim nasceu o livro Conversando com Elias.

Em 190 páginas, estão reunidos agradáveis — e reveladores — diálogos com artistas do quilate de Erasmo Carlos, Ney Matogrosso e Zé Ramalho, entre outros, além de bandas consagradas como Barão Vermelho, Titãs e Autoramas. Com sua informalidade tipicamente carioca, Elias consegue obter de seus entrevistados respostas surpreendentes, oferecendo preciosas informações àqueles que apreciam ler sobre boa música. 

Conversando com Elias chega às livrarias através da Editora AMC Guedes.

sexta-feira, fevereiro 07, 2014

‘On Stage Together’: a turnê de Sting e Paul Simon



Não faz muito tempo, Sting e Paul Simon [no detalhe], amigos de longa data — e moradores do mesmo prédio em Nova York nos anos 1980 — tentaram compor uma canção juntos. Entretanto, sem chegar a um acordo em relação ao tema, acabaram colocando a ideia de lado. 

Contudo, após a apresentação beneficente para a Robin Hood Foundation, em maio de 2013 — na qual tocaram “The Boxer” e “Fields Of Gold” —, decidiram iniciar uma (inusitada) colaboração. A dupla sairá em turnê, intitulada On Stage Together, com datas agendadas nos EUA e Canadá até o dia 16 de março. O primeiro espetáculo, aliás, acontece precisamente amanhã, em Houston, no Texas.

Além dos sets individuais, Simon e Sting pretendem “fundir” canções suas que possuam temática semelhante — como “Brand New Day” e “50 Ways to Leave Your Lover”, por exemplo (“Uma fala sobre o início de um relacionamento e a outra, sobre o fim”, explica o ex-Police). E também desejam “trocar figurinhas”: o americano já declarou que gostaria de cantar “Fragile” e o inglês, “The Boy In The Bubble”. Outro provável destaque do roteiro é “Bridge Over Troubled Water”, pérola regravada por Elvis Presley, que será interpretada em dueto.

Apesar de elogiar o antigo parceiro de Simon, Art Garfunkel (“Uma das mais belas vozes da história do pop”, classificou), Sting se apressou em dizer que não tem a intenção de “imitá-lo”.

Embora animados com a empreitada, Sting e Paul Simon, envolvidos em seus próprios projetos, não cogitam prolongar a turnê para além do mês de março — e tampouco registrá-la em CD/DVD. O baixista estreará em junho, na Broadway, o seu musical The Last Ship, cuja trilha foi lançada em setembro do ano passado. E Simon, por sua vez, está trabalhando em um álbum de inéditas.




Veja o vídeo de “The Boxer”, gravado por alguém da plateia durante o show de estreia da turnê da dupla, realizado ontem em Houston, no Texas:

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

‘Invisible’: o novo single do U2


Single digital
Invisible (Universal)
2014



Quem também acaba de lançar música nova é o U2. Um vídeo de “Invisible” — a inédita em questão — com um minuto de duração foi apresentado no último domingo, 02, no intervalo da decisão do Superbowl. No dia seguinte, a banda disponibilizou a faixa para download gratuito no iTunes por 24 horas. 

Como era de se esperar, a vocação humanitária do quarteto se fez presente: a cada cópia baixada, o Bank of America, patrocinador da empreitada, destinava um dólar para a ONG Red, que angaria recursos para combater a aids, a tuberculose e a malária.

Produzida por Danger Mouse — metade da dupla Gnarls “Crazy” Barkley —, “Invisible” apresenta o som “clássico” do U2, com discretos sequenciadores que remetem o ouvinte a Achtung Baby e a Pop, álbuns de 1991 e 1997, respectivamente. A letra, clara e objetiva, fala sobre profundas mudanças internas (“Não vou ser o filho do meu pai”). Sobre... superação. E “renascimento”. 

Contudo, não há informação de que a faixa é uma prévia do novo disco dos irlandeses, ainda sem título, cujo lançamento está agendado para o verão europeu. Em recente entrevista a uma emissora de rádio, o vocalista Bono não escondeu a sua insegurança em relação à “relevância” do grupo nos dias atuais.

O mais recente trabalho de inéditas do U2, o razoável No Line On The Horizon, foi lançado em 2009.



Veja o vídeo oficial de “Invisible:


‘Sócio do Amor’: a música nova de Lulu Santos


Single digital
Sócio do Amor (Sony Music)
2014



Ensolarada (e libertária) canção pop com a inconfundível assinatura melódica de Lulu Santos — e com um leve acento eletrônico —, a inédita “Sócio do Amor” foi disponibilizada em versão digital no iTunes pelo músico carioca no finalzinho de 2013. A faixa já havia sido executada por Lulu na última edição do programa The Voice Brasil, do qual era um dos jurados.

Não há, entretanto, nenhuma confirmação de que a faixa integrará o novo trabalho de estúdio do cantor — pronto há quase dois anos (!) —, ou quando o mesmo verá a luz do dia.

Tendo completado 60 anos de idade em 2013, o autor de “Como Uma Onda” adiou o lançamento de seu supracitado álbum de inéditas em função do box comemorativo de seus 30 anos de carreira discográfica, Toca Lulu [2012] — que, por sinal, dá nome à turnê com a qual o músico tem percorrido o país —, e do projeto Lulu Canta e Toca Roberto e Erasmo, editado em maio do ano passado.



Ouça “Sócio do Amor:


Da série ‘Frases’: Gurdjieff

Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os. Afinal, são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso — que deveria ser utilizado para coisas mais importantes.”


Do mestre espiritual armênio George Ivanovich Gurdjieff (1866 — 1949).