sexta-feira, novembro 30, 2007

O 'modelo grego'

No detalhe: o Parthenon, situado na parte da cidade de Atenas conhecida como Acrópole


Permanecendo, de certa forma, no mesmo assunto: recebi três e-mails perguntando o que vem a ser o tal “modelo grego”, que mencionei ao falar de “Amor Mais que Discreto”, canção inédita que integra o álbum Cê ao Vivo, de Caetano. Uma dessas três mensagens - de uma leitora - classifica a atitude como “incompreensível, ainda que estejamos em pleno século XXI”. A dúvida é pertinente, ainda que esse blog não carregue, em absoluto, nenhum tipo de preconceito por opção sexual - enfim, cada que faça o que lhe apetecer.

A Grécia Antiga, a princípio, não possuía um governo central - o país era formado por vários reinos independentes - como o de Atenas [foto] e o de Esparta. E essas duas cidades vizinhas viviam às turras, em face de incontornáveis diferenças... hum... comportamentais.

Os espatanos eram guerreiros natos, dotados de enorme coragem. Já os atenienses... bem, esses eram mais interessados em artes, em filosofia - grandes pensadores, aliás, surgiram em Atenas. E, além disso, eles tinham essa... digamos... complacência em relação ao amor - o relacionamento entre iguais era algo natural para eles.

Aí entra o tal “modelo grego” (que, na verdade, deveria ser chamado de “modelo ateniense” - porque em Esparta não tinha essas coisas, não): com base nessa permissividade, os pais (pasmem) entregavam seus filhos recém saídos da adolescência à “tutela” de homens mais velhos, para que eles adquirissem experiência sexual... ahn... na prática. Sei, parece absurdo. Mas era assim que o negócio funcionava em Atenas naquele tempo.

E a canção de Caetano cita essa possibilidade - visto que fala da relação entre um ancião e um rapaz (“eu sou um velho/ mas somos dois meninos”).

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