Blog de análises musicais, mas com eventuais abordagens mais informais –– pessoais, inclusive. Sejam bem-vindos.
sexta-feira, novembro 09, 2007
Barão Vermelho: antológico
Finalmente é lançada em DVD a memorável apresentação do grupo carioca no Rock in Rio I
Demorou “apenas” 22 anos, mas finalmente foi lançado em DVD Rock in Rio 1985, que traz o histórico show do Barão Vermelho naquele festival. Vale lembrar que esse é o primeiro registro visual dessa apresentação, que não havia sido lançada sequer no pré-histórico formato VHS - apenas em CD, em 1995. O álbum, aliás, acaba de ser relançado - com a capa modificada.
O primeiro disco do Barão, epônimo, foi lançado em 1982 e - mesmo contendo grandes canções e elogiado por pessoas do calibre de Caetano Veloso, que passou a tocar uma versão voz-e-violão de “Todo Amor que Houver Nessa Vida” em seus shows - não tinha padrão técnico para tocar nas rádios, em face da inexperiência do grupo em estúdio. No segundo álbum, a banda apenas trocou de problema: se, por um lado, o americano Andy Mills - que dividiu a produção com Ezequiel Neves - trouxe para o quarteto carioca uma sonoridade bem-acabada, por outro lhe tirou a espontaneidade. De qualquer forma, foi justamente desse trabalho que saiu o primeiro hit do Barão: o clássico “Pro Dia Nascer Feliz”, que, meses depois, foi registrada também por Ney Matogrosso e impulsionou a execução da gravação original.
Em sua terceira bolacha, Maior Abandonado (1984), o Barão parecia ter encontrado sua própria feição no estúdio: além da faixa-título, chegaram com sucesso às rádios “Bete Balanço” (trilha do filme homônimo de Lael Rodrigues) e “Por que a Gente é Assim?”. E, vislumbrando no Rock In Rio um momento crucial para as pretensões artísticas da banda, o Barão não teve dúvida: mandou rock n'roll na cara da platéia. Com instrumentistas de primeira e um frontman que chamou para si a responsabilidade de preencher um palco gigantesco, o grupo conquistou o público e alcançou a consagração que, meses depois, faria com que o vocalista saísse em carreira solo. Mas isso já é uma outra estória....
DVD é o registro definitivo da formação original da banda
No repertório, petardos como as supracitadas “Maior Abandonado”, “Bete Balanço” e “Pro Dia Nascer Feliz” (com Cazuza fechando o show evocando a euforia da chamada “Nova República”), além de “Menina Mimada”, “Milagres”, “Down em Mim” e uma versão matadora da também já mencionada “Todo Amor que Houver Nessa Vida”. “Mal Nenhum”, parceria até então inédita de Lobão e Cazuza, é precedida por discurso do Exagerado criticando o fato de o líder dos Ronaldos não figurar entre as atrações do festival.
Nos extras, a canção “Um Dia na Vida”, extraída da segunda apresentação da banda no mesmo festival e o ótimo documentário Aconteceu em 85, com depoimentos dos membros originais do Barão e do já citado Lobão, além de Ezequiel Neves, Lucinha Araújo, Sandra de Sá, do jornalista Pedro Bial e imagens de arquivo do próprio Cazuza.
Rock In Rio 1985, além de um documento importantíssimo do rock nacional, é o registro audiovisual definitivo da formação original do Barão Vermelho. Resta agora torcer para que também sejam editados em DVD excelentes apresentações da carreira solo de Cazuza como a do Teatro Ipanema, turnê de Só Se For a Dois, 1987 (que saiu em CD em 2005), além do emocioante especial global Uma Prova de Amor, de 1988.
Assinar:
Postar comentários (Atom)