Back to Black (Universal)
2007
Entre porres e vexames, Amy Winehouse convence como a nova diva da velha soul music
Ela é uma morena inglesa de apenas 23 aninhos, bonita (embora tenha perdido muito peso recentemente) e canta como a Sarah Vaughan. Ela é Amy Winehouse [que aparece na foto acima; aliás, uma bela foto] que, quatro anos após a sua estréia com Frank (um disco com acento mais jazzístico), acaba de colocar na praça seu segundo álbum, Back to Black, lançado mundialmente pela Universal.
Ao mesmo tempo classudo e visceral, Back to Black é um trabalho encharcado - e isso não é uma licença poética - de soul music. Sob uma formatação totalmente vintage, Winehouse narra, de modo dilacerado, todas as suas desventuras amorosas.
E etílicas.
A eficaz "Rehab" (single de sucesso no Velho Mundo) convence logo de cara. "Tears Dry On Their Own", a linda "Love Is a Losing Game" e "You Know I'm No Good" fariam o exigente Berry Gordy sorrir de orelha a orelha. É aquela história: a Motown, assim como a música dos Beatles, é como se, mal comparando, fosse um templo em que, volta e meia, alguém entra para acender uma vela...
Mas Amy Winehouse tem sido menos comentada pelo talento do que pelos... vexames. Se tudo isso é uma estratégia de marketing ou não, só ela sabe. Mas o fato é que a moça já coleciona uma série de... hum, incidentes públicos (shows cancelados, vômito no palco, etc), por conta de seu apreço pela manguaça.
O ápice do constrangimento foi Amy ter comparecido supostamente mamada ao programa de Charlotte Church, na TV britânica. A anfitriã ainda fez (ou tentou fazer) um dueto com sua convidada em "Beat It", de Michael Jackson. Entretanto, os erros cometidos por Winehouse durante a performance - e seu desempenho vocal abaixo da crítica - transformaram o duo em um espetáculo decididamente embaraçoso.
De qualquer forma, esqueça os pileques e ouça o disco. Vale a pena.
Confira o vídeo de "Beat It":