quinta-feira, setembro 27, 2012

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘One’, do U2




Voltando ao U2 — mencionado recentemente aqui e aqui: muito provavelmente a melhor e mais pungente canção de toda a trajetória do quarteto irlandês não é outra senão... “One”. 

Faixa do (ótimo) Achtung Baby [1991] [no detalhe, a capa], a letra de “One” retrata, inicialmente, um casal “discutindo a relação”, expondo suas diferenças (“Somos um / mas não somos iguais”) e fragilidades (“Um amor / uma vida / é o que alguém precisa / à noite”), utilizando, eventualmente, frases... contundentes (“Veio aqui para ressuscitar os mortos? / Veio aqui dar uma de Jesus / para os ‘leprosos’ da sua mente?”). Mas sem chegar a um consenso em momento algum.

E, surpreendentemente, se transforma em um libelo pelo Amor Universal (“Uma vida / uns com os outros / irmãs / irmãos”). Resumindo: um hino. Não é fácil imaginar que tipo de inspiração possa ter acometido um ser humano — a ponto de levá-lo a compor uma canção de tamanha intensidade.

Em seu sétimo álbum, The Breakthrough [2005], Mary J. Blige regravou a faixa, na companhia do próprio U2. Se algum de vocês não ouviu a releitura da cantora americana, não é necessário perder tempo. Algumas canções deveriam ser “tombadas” em suas versões originais. É justamente o caso da (definitiva) gravação de “One” cometida pelo U2.




Veja o vídeo de “One”, na versão do cineasta e fotógrafo holandês Anton Corbijn:





E veja também a versão da (não me canso de dizer) indescritível turnê 360º, precedida por um tocante depoimento de Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz em 1984. Nas entrelinhas, o arcebispo sul-africano destaca a nobilíssima atuação da One Campaign, organização não-governamental — da qual Bono é membro e cofundador — que visa angariar fundos e medicamentos para nações em situação de pobreza extrema:  


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