Ontem, 04 de fevereiro, completaram 10 anos desde o desaparecimento do jornalista e escritor PAULO FRANCIS [em foto de Bob Wolfenson]. E certamente a data suscita uma reflexão.
Sempre acreditei que o detestasse: tratava-se de um indivíduo frívolo, grosseiro, exibindo um ar de superioridade por viver em Nova York, a "capital do mundo" ("Waaall.... "). Entretanto - por mais que isso soe tão contraditório quanto o próprio Francis -, é impossível não reconhecê-lo como um homem extremamente culto, e que não tinha nenhum medo de defender suas convicções.
E a verdade é que jamais deixei de ler sua coluna Diário da Corte, n'O Globo.
Hoje, passada uma decáda, chego à conclusão de que desenvolvi o velho clichê da relação de "amor e ódio" para com Paulo Francis.
Devo reconhecer (historicamente - por razões etárias, não presenciei tais acontecimentos) o seu papel importante como colaborador d'O Pasquim durante a ditadura militar, assim como a sua (elogadíssima) atividade como crítico literário. E é curioso ler/ouvir relatos de pessoas próximas a Francis o definindo como "uma homem afável e carinhoso" - o que nos faz concluir que a sua pessoa pública "demolidora" era apenas... um avatar.
E com tudo isso... fica fácil dimensionar a falta que ele faz.
Relembre a locução muito peculiar de Paulo Francis nesse hilário video com alguns de seus erros de gravação.