Além do requinte musical, o disco aborda temas nada “juvenis”, como adultério (“Toledo”), divórcio (“Tears At The Birthday Party”) e afins. Pelo fato de eu ter me casado poucos meses antes, a bolacha acabou se tornando uma trilha sonora adequada para o meu ingresso na chamada “vida adulta”.
Além disso, Painted From Memory promoveu uma “reconciliação” insólita para mim. Foi através desse CD que me reaproximei da obra de... Roberto Carlos.
Minha admiração pelas canções do Rei é algo que vem de família. Contudo, em determinado momento da minha vida, acabei me distanciando um pouco do trabalho dele. E, através de Painted From Memory, concluí que o único artista no Brasil que trafegava na estética proposta por aquele disco – um crooner, na acepção da palavra, cantando love songs acompanhado por uma grande orquestra, coisa e tal – era RC.
É claro que, no quesito letra, Roberto não apresenta a mesma ironia, a mesma acidez de Elvis Costello. A narrativa do Rei é... digamos, mais doce - e mais direta. Mas, de qualquer forma, se vocês observarem bem, essa conexão não é assim tão improvável...