Confirmado: Eric Clapton [foto] virá ao Brasil este ano, mais precisamente em outubro. E se apresentará em três capitais: Porto Alegre, no dia 6; Rio de Janeiro, no dia 9; e São Paulo no dia 12.
Do alto de quase meio século de carreira, o maior guitarrista vivo do planeta — e, muito provavelmente, o segundo maior de todos os tempos, perdendo apenas para Jimi Hendrix — merece como poucos o epíteto de “lenda viva”. Nos anos 1960, aliás, jovens londrinos foram ainda mais longe, pichando os muros da cidade com a frase “Clapton Is God” (Clapton é Deus)[à direita].
Além de ter sido integrante dos John Mayall And The Bluesbreakers, dos Yardbirds, do Cream e do Blind Faith, EC construiu uma sólida trajetória solo, que não sucumbiu nem aos percalços pelos quais passou na década de 1970 — o vício em heroína e, posteriormente, o alcoolismo — e de 1990 — a morte do filho Conor, ao cair de um prédio em Manhattan.
E, não bastasse a destreza no instrumento, Clapton tornou-se, com o passar dos anos, um grande arranjador e intérprete, conseguindo emplacar sucessos — suas ou de outros autores — como “Wonderful Tonight”, “Cocaine”, a tristonha “Tears In Heaven” e “Change The World”, entre outros.
Na bagagem, ‘Clapton’, o novo CD
Eric Clapton vem ao Brasil para divulgar o seu vigésimo trabalho, intitulado tão somente Clapton [à esquerda, a capa], lançado em outubro do ano passado. Nele, o músico incluiu apenas uma canção autoral — a irresistível “Run Back To Your Side”, que conta com a participação do jovem guitarrista americano Derek Trucks.
Mas quem se importa? O artista escolheu a dedo covers da sua “praia” — o blues, claro — e de jazz. E brilha nas versões serenas de “Autumn Leaves” e “Rockin' Chair” — nas quais, aos 66 anos de idade, reflete sobre a passagem do tempo.
Clapton também se permitiu soar leve e bem-humorado tanto no fox “My Very Good Friend The Milkman” quanto em “When Somebody Thinks You're Wonderful”, que fala da adulação aos artistas. Em ambos os momentos, chega a lembrar — pasmem — Sinatra (!).
Contudo, os destaques do álbum são: o clássico “How Deep Is The Ocean”, escrito por Irving Berlin em 1932 (!); e, em especial, a pungente balada “Diamonds Made From Rain”, que traz Sheryl Crow nos vocais — e que, em um mundo ideal, estaria em alta rotação nas FMs.
A julgar por Clapton, o CD, o Brasil verá — e, principalmente, ouvirá— God ainda em alto nível. É só aguardar.
Ouça “Diamonds Made From Rain”: