quinta-feira, agosto 17, 2017

Da série ‘Causos’: ‘That's The Way It Is’, de Elvis Presley


Sempre que penso em Elvis Presley — cujo falecimento completou ontem exatos 40 anos —, inevitavelmente lembro do ótimo That's The Way It Is [1970], trilha sonora do documentário homônimo, batizado no Brasil de Elvis É Assim. Explico.

Quando o Rei do Rock morreu, eu sequer havia chegado na idade escolar. Mesmo assim, não fiquei imune à comoção que tomou conta dos meios de comunicação naquele momento. Ao lado de Roberto Carlos, Elvis instantaneamente se tornou o meu primeiro ídolo. E minha mãe, embevecida com o fascínio do filho tão pequeno pelo cantor, me deu de presente o álbum supracitado. Muito provavelmente aquele foi o meu primeiro disco.

A despeito da pouca idade, logo percebi que tinha um biscoito fino nas mãos. E rapidamente escolhi as minhas preferidas: a arrasadora versão de “You've Lost That Lovin' Feeling”, do produtor Phil Spector (uma das faixas mais tocadas durante a cobertura do funeral do artista), “You Don't Have To Say You Love Me”, além de “Bridge Over Troubled Waters”, pérola de Paul Simon. Sem esquecer, claro, “I Just Can't Help Believin'”, que abre maravilhosamente os trabalhos.

Mas, infelizmente, tudo passa. Em uma ensolarada tarde de sábado, recebemos a visita de uma tia, irmã de minha mãe. Inadvertidamente, eu havia deixado o disco em uma cadeira. Distraída, ela sentou em cima dele, estilhaçando-o. Embora não tenha chorado, não consegui disfarçar minha desolação. Ela percebeu e tentou me consolar: “Oh, não fique triste… A tia vai anotar o nome e comprar um novo para você, está bem?”

Estou esperando até hoje. Felizmente, com o advento do CD, foi lançada uma edição Deluxe. De qualquer forma, ainda guardo a capa vazia do vinil como recordação.


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Por sorte, meu padrinho, também irmão de minha mãe, sempre foi fá ardoroso do Elvis. E, pouco tempo depois, provavelmente sensibilizado pelo pequeno incidente, tirou de sua coleção a coletânea Disco de Ouro [à esquerda, a capa] e me presenteou. Imediatamente, a bolacha começar a tocar até furar na minha estimada vitrolinha. 

Mas isso é assunto para outra postagem.



Veja o vídeo da infalível “I Just Can't Help Believin'”. Como diria uma obscura canção de Luiz Melodia: “Porque quando um rei diz que é rei / é rei:

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