segunda-feira, maio 18, 2009

Gabeira: até tu, Brutus?

O deputado federal Fernando Gabeira (PV – RJ) [foto] estruturou sua campanha para prefeito do Rio, no ano passado, no discurso “ético”.

Com isso, chegou ao segundo turno e quase venceu as eleições. Perdeu por “míseros” 50 mil votos – diferença irrisória, se consideramos a densidade demográfica da cidade.

E eis que somos supreendidos pela notícia de que o outrora candidato da “transparência” foi mais um a emitir, de forma irregular*, passagens aéreas de sua cota para terceiros.

Tudo bem, o deputado reconheceu o erro – embora tenha afirmado que a legislação não é suficientemente clara acerca desse tema – e prometeu “ressarcir” a Camâra dessa despesa. Mas, de qualquer forma, o episódio foi péssimo para a sua imagem.

E ainda mais desagradável foi Gabeira ter declarado, em entrevista à revista Época:

– O figurino de reserva moral é muito pesado, muito desconfortável. Prefiro ocupar o espaço de uma pessoa que quer acertar e que, nos momentos de erro, reconhece o erro. Abro mão, com tranquilidade, do figurino de reserva moral. Até porque, para você fazer política, é mais fácil ser visto como ser humano falível do que como reserva moral inabalável.

Uma pena.



* Ou seja, o parlamentar emitiu passagens para pessoas não relacionadas com o exercício de seu mandato.

4 comentários:

Tom Neto disse...

O deputado federal Fernando Gabeira (PV – RJ) [foto] estruturou sua campanha para prefeito do Rio, no ano passado, no discurso “ético”.

Com isso, chegou ao segundo turno e quase venceu as eleições. Perdeu por “míseros” 50 mil votos – diferença irrisória, se consideramos a densidade demográfica da cidade.

E eis que somos supreendidos pela notícia de que o outrora candidato da “transparência” foi mais um a emitir, de forma irregular*, passagens aéreas de sua cota para terceiros.

Tudo bem, o deputado reconheceu o erro – embora tenha afirmado que a legislação não é suficientemente clara acerca desse tema – e prometeu “ressarcir” a Camâra dessa despesa. Mas, de qualquer forma, o episódio foi péssimo para a sua imagem.

E ainda mais desagradável foi Gabeira ter declarado, em entrevista à revista Época:

– O figurino de reserva moral é muito pesado, muito desconfortável. Prefiro ocupar o espaço de uma pessoa que quer acertar e que, nos momentos de erro, reconhece o erro. Abro mão, com tranquilidade, do figurino de reserva moral. Até porque, para você fazer política, é mais fácil ser visto como ser humano falível do que como reserva moral inabalável.

Uma pena.


* Ou seja, o parlamentar emitiu passagens para pessoas não relacionadas com o exercício de seu mandato.

Unknown disse...

Todo mundo sabia que Gabeira não representava algo novo e diferente.
Ele já foi candidato varias vezes e agora fez um marketing diferente, que quase colou. Até agora apareceram as passagens
mas, outras virão.

Tom Neto disse...

Observe a incoerência: no ano passado, durante a campanha para a Prefeitura do Rio, Gabeira se autodenominou o candidato da "transparência". E, agora, compara a condição de "reserva moral" a um figurino desconfortável. E o rejeita.

Tom Neto disse...

Pior: em entrevista à revista Época, Gabeira afirmou que caiu "na ilusão patrimonialista brasileira" no sentido de "achar que tudo o que é público é privado".

Triste.


http://www.eagora.org.br/arquivo/abro-mao-de-ser-a-reserva-moral/

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI69921-15223-6,00-O+CONGRESSO+TEM+SALVACAO.html