“...mas nem tudo está perdido: há também Djavan, na versão definitiva de ‘Correnteza’...”
Tenho que confessar: quando ouvi, na década de 1990, a versão que Djavan gravou para “Correnteza”, pensei que o autor fosse o próprio músico alagoano.
Escrita a quatro mãos por Antônio Carlos Jobim e Luiz Bonfá, foi lançada originalmente no álbum Urubu, de 1976. Sem querer “rasgar seda”: a versão de Jobim é ótima.
Mas a de Djavan é realmente a definitiva.
Além da boa melodia, a letra, cinematográfica, traz versos interioranos, à la Guimarães Rosa, de rara beleza. Fechando os olhos, é possível “visualizar” todas aquelas imagens. As flores sendo levadas pelo rio. A fruta madura que cai da ingazeira. A chuva torrencial que veio das montanhas. O gado caminhando no barro. O sol brilhando por entre as serras. E a moça vindo na beira da estrada.
Dado o meu apreço por mato e estrada – mesmo sendo um homem “de cidade grande” –, “Correnteza” é uma das cinco canções que mais gosto na vida. Simples assim.