segunda-feira, maio 17, 2010

Da série ‘Polaroides do Rio’: Arcos da Lapa


Os primeiros estudos para a construção do Aqueduto da Carioca, mais conhecido como Arcos da Lapa [no detalhe] – cuja função era abastecer o Rio de Janeiro com as águas do rio Carioca –, datam de 1602, ainda no tempo das Capitanias Hereditárias. Entretanto, as obras só foram iniciadas em 1706.

Com um design claramente inspirado no Aqueduto das Águas Livres [à direita], de Lisboa, Portugal, os Arcos da Lapa – apelidados desta forma em referência ao bairro boêmio no qual estão situados – foram inaugurados somente em 1750. Foi, do ponto de vista arquitetônico, a obra de maior porte do período Brasil-colônia.

Na segunda metade do século XIX, surgiram outras alternativas para o abastecimento de água da cidade. Sendo assim, a partir de 1896, os arcos passaram a ser utilizados como viaduto dos tradicionais bondinhos do bairro de Santa Teresa – que, aliás, existem até hoje.

Conservados pelo poder público até os dias atuais, os Arcos da Lapa também servem de palco para vários eventos, além de serem um dos mais emblemáticos cartões postais da cidade.


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No domingo, 09, Caetano Veloso fez a sua estreia como colunista do jornal O Globo. Em seu (interessante) artigo, o artista baiano falou sobre a restauração do Largo da Ordem*, em Curitiba, durante a gestão do então prefeito Jaime Lerner, no início dos anos 70.

E, como não poderia deixar de ser, mencionou as obras realizadas no Pelourinho, Salvador, na década de 1990. E traçou um paralelo entre o bairro soteropolitano e a Lapa, que foi revitalizada recentemente.

O que, imediatamente, remeteu à faixa que Caetano lançou em seu trabalho mais recente, Zii e Zie, intitulada... “Lapa”, que, em determinado trecho, diz: “Pelourinho vezes Rio / é Lapa”. Na coluna, o músico, inclusive, voltou a citar os presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, a exemplo do que fizera na canção (“Lapa / Lula e FH / Lapa / amo o nosso tempo / em ti”).

Na ocasião do lançamento do CD, Caê, em entrevista, sustentou sua teoria:

— Ter tido Fernando Henrique, e depois Lula, foi um luxo. Ambos saíram “melhores do que a encomenda”...

* Detalhe: o Largo da Ordem também é citado na letra da música.



Ouça “Lapa
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