Apesar de não assistir novelas, tenho enorme respeito pelos profissionais responsáveis pela realização das mesmas: autores, atores, diretores, etc. Não há como negar que trata-se de um produto muito bem acabado – não por acaso, são “exportadas” para vários países.
E é ainda mais louvável quando a novela extrapola a mera função de entreter e começa a exercer também uma espécie de “papel social”.
Explico: no momento em que Luciana, personagem de Alinne Moraes em Viver a Vida, tentava retomar a vida após o acidente que a deixou tetraplégica, observei, gratificado, que havia, nas ruas – e mais especificamente nos shopping centers – um número muito superior de cadeirantes do que costumava ver até então.
Mera coincidência? Não creio.
Ouso dizer que a trama de Manoel Carlos [foto] “encorajou” portadores de necessidades especiais a superaram as suas limitações e – perdoem o clichê – “viverem a vida”. Sobretudo porque é perceptível que existe, atualmente, uma preocupação maior, até mesmo nos transportes públicos, com a questão da acessibilidade.
Embora ainda esteja muito longe do ideal...
A arte, enquanto entretenimento, não tem obrigação de ser “panfletária”, “engajada”. Contudo, quando passa também a prestar “utilidade pública”, ela se enobrece. E torna-se muito mais do que apenas “circo”.