segunda-feira, maio 17, 2010

Inaugurando a série ‘Contos’: ‘Tudo posso. Tudo mesmo’


Domingo de sol. Por volta das 16h. Depois de quilômetros de trânsito fluido na Via Dutra – apesar do tráfego intenso –, chego em um ponto de retenção. Acidente ou obra na pista – ainda não é possível saber.

Minutos passam e os carros permanecem praticamente parados. Até onde consigo enxergar, trata-se de um engarrafamento de... quilômetros.

Nisso, alguns motoristas menos pacientes começam a trafegar pelo acostamento. Entre eles, uma pick-up preta, que passa por mim em uma velocidade considerável. Mesmo assim, consigo ver as letras brancas, garrafais, impressas no vidro traseiro do veículo: “Tudo posso em Jesus”.

Silenciosamente, concluí:

— É, “tudo pode” mesmo. Até trafegar pelo acostamento...

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