sexta-feira, setembro 10, 2010

Da série ‘Crônicas’: ‘Pesquisa Eleitoral’

Direto ao ponto: sou contra a divulgação de pesquisas eleitorais. Terminantemente contra. Pelo simples fato de que as mesmas prestam, na verdade, um desserviço à democracia, “conduzindo” uma parte significativa da população a praticar a anomalia conhecida como “voto útil”:

— Ah, eu gostaria mesmo é de votar no Fulano de Tal. Só que as pesquisam apontam que ele não tem chance...

O mais desanimador é que esta praga, ao que tudo indica, jamais se extinguirá. Há alguns anos, quando cogitou-se a proibição de divulgação de pesquisas, o presidente de um instituto declarou: “Para mim, não faz diferença – posso divulgar da Argentina, através da internet.” Deplorável.

Sendo assim, diante da proximidade das eleições, fica a dica: esqueçam as pesquisas e votem – para todos os cargos eletivos – de acordo com suas consciências. Mesmo porque, muitas vezes, as pesquisas não retratam a realidade.

Exemplo: nas eleições para a Prefeitura do Rio, em 2008, o candidato do PV, Fernando Gabeira aparecia na terceira colocação das intenções de voto. Contudo, terminada a apuração, Gabeira havia ultrapassado o então segundo colocado – o senador Marcello Crivella – e foi para o segundo turno.

Detalhe: nenhuma pesquisa apontou esta possibilidade.

(Gabeira acabou perdendo a eleição por míseros 50 mil votos. Talvez pelo fato de que o Governador do Estado ter trocado a data de um ponto facultativo de seus funcionários, deixando-os livres para, digamos, viajar – e, consequentemente... não votar. Mas isso é outra história...)

E mais: não esqueçam que um instituto de pesquisa não deixa de ser uma empresa – que, como tal, precisa sobreviver. E será que somente as encomendas dos meios de comunicação – e apenas em períodos eleitorais – são o suficiente para tanto?

Pensem nisso.


***


Em tempo: algum de vocês já foi abordado para responder a algum tipo de pesquisa? Eu, pelo menos, em trinta e tantos anos de vida, jamais fui...

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