Em seus quatro minutos e meio de duração, “Englishman In New York” consegue sintetizar toda a musicalidade de Sting [acima] – desde o Police até a sua carreira-solo. Regravada em Symphonicities, a faixa foi lançada originalmente em seu segundo álbum solo de estúdio, ...Nothing Like The Sun, de 1987.
Trata-se de um reggae – uma das “marcas registradas” do Police –, porém, executado com elementos de jazz, gênero do qual o artista inglês aproximou após a dissolução do trio.
No meio da canção, após um trecho de improvisos jazzísticos, surge uma bateria... de rock (!) – ritmo que sempre esteve presente na sonoridade de sua antiga banda e em alguns momentos de sua carreira solo. Pronto: o “resumo da ópera” está aí.
Filmado em um elegante P&B, o vídeo – a exemplo da gravação – conta com a participação do saxofonista Brandford Marsalis.
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“Englishman In New York” é dedicada ao escritor britânico Quentin Crisp (1908 – 1999) [à esquerda], que, inclusive, aparece no clipe – sim, eu sei que ele se parecia com uma velhinha...
Crisp tornou-se um ícone do homossexualismo, após o lançamento de sua autobiografia, The Naked Civil Servant (1968), na qual se recusou a manter na obscuridade a sua orientação sexual.
Em 1986, Sting jantou no apartamento do escritor, no bairro novaiorquino do Bovary. E foi justamente após esse encontro que teve a ideia da canção.
“Be yourself. No matter what they say”
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Curiosidade: em sua (ótima) autobiografia, Fora do Tom (2003), Sting não escondeu o seu encanto com a cidade que, como Sinatra cantou um dia, “nunca dorme”.
— Minha primeira viagem a Nova York foi o início de um caso de amor permanente com uma cidade que me inebria como nenhuma outra.
Apesar de residir atualmente em uma villa na Toscana, Itália, o músico possui, entre as suas (inúmeras) propriedades, um apartamento em Manhattan.