Autor de um sem-número de gemas pop, Guilherme Arantes compôs aquela que, na minha modesta opinião, é a mais... lúcida de todas as canções de “coração partido” que conheço (e não me restrinjo à Língua Portuguesa): “Pedacinhos (Bye Bye, So Long)”, faixa do álbum Ligação* [no detalhe], de 1983.
A despeito de toda a simplicidade da letra (ou, talvez, por causa dela), Guilherme acertou na mosca: “Para que ficar juntando os pedacinhos de um amor que se acabou? Nada vai colar. Nada vai trazer de volta a beleza cristalina do começo. E os remendos pegam mal - logo vão quebrar.” Perfeito.
É triste quando as pessoas se exasperam no afã de reviver algo de impossível restauração - como quem tenta consertar um copo que se espatifou no chão. O encanto inicial dificilmente se recupera. Então, partindo desse pressuposto... para que insistir?
Seria uma estupidez, no entanto, não reconhecer que, na prática, a coisa pode não ser assim tão... fácil. Mas, de qualquer forma, confira a íntegra dessa letra clicando aqui.
* Curiosidade: nesse álbum, Lobão toca bateria na faixa “Rolo Compressor”.