Apesar da idade provecta (ele estava com 90 anos), foi com grande pesar que recebi a notícia do desaparecimento de Henri Salvador. Nascido na Guiana Francesa, o cantor era um dos maiores ícones da música francesa ever, não deixando, contudo, de ter uma grande aproximação com o Brasil. Chegou, inclusive, a morar no país por quatro anos, na década de 1940, após uma turnê pela América do Sul com a orquestra de Ray Ventura.
Consta que a sua “Dans mon île”, lançada em 1957 - e regravada por Caetano Veloso no álbum Outras Palavras, de 1981 -, teria sido uma das fontes de inspiração para que Antônio Carlos Jobim criasse a bossa nova. Caetano, aliás, homenageou Salvador nos versos da canção “Reconvexo”, gravada por Maria Bethânia no CD Memória da Pele (1989): “Quem não sentiu o swing de Henri Salvador?”
O último álbum de Henri Salvador, o bom Révérence, de 2006, foi gravado em parte aqui no Rio de Janeiro, com convidados do naipe do supracitado Caetano Veloso, além de Gilberto Gil (com quem dividiu “Tu Sais Je Vais T'aimer”, versão em francês do clássico “Eu Sei que Vou te Amar”), João Donato, Jacques Morelenbaum, entre outros.
Na ocasião, tive o privelégio de fazer essa resenha. E você pode lê-la clicando aqui.