Passado o Carnaval - que eu detesto; é sempre bom frisar -, o blog volta à sua programação normal. Contudo, a despeito de minha ojeriza por essa festa, li, na semana passada, uma crônica interessantíssima sobre o assunto, assinada pelo experiente jornalista e pesquisador musical Sérgio Cabral, pai do atual governador do RJ.
Cabral nos conta que, em 1932, Mário Filho, considerado o papa da crônica esportiva (cujo nome, aliás, batiza o Estádio do Maracanã [no detalhe]), era o editor-chefe do jornal Mundo Sportivo. E, no período pré-carnavalesco daquele ano, o diário estava com uma enorme dificuldade em encontrar eventos esportivos que merecessem cobertura jornalística.
Mário, então, decidiu colocar o seu principal repórter, Carlos Pimentel, para cobrir os preparativos das escolas de samba para seus respectivos desfiles - e essas, então, seriam as notícias do Mundo Sportivo durante aqueles dias.
Até que o jornalista teve outra idéia, e exclamou:
- Pimentel, em vez de apenas entrevistar os dirigentes, por que não organizar uma disputa?
E foi assim, da grande criatividade de Mário Filho, que surgiu o tradicional concurso das escolas de samba.