terça-feira, agosto 02, 2011

Ney Matogrosso completa 70 anos



Desde o início de sua (respeitável) trajetória, ainda como vocalista dos Secos e Molhados, Ney Matogrosso [foto] tem caracterizado a sua carreira pela constante fuga do óbvio.

Durante os chamados “anos de chumbo”, ainda que as letras de seu repertório não trouxessem necessariamente críticas sociais — como as de Chico Buarque e Gonzaguinha, por exemplo —, foi contestador à sua maneira. Certa vez, declarou que “rebolava para chocar os censores”.

De lá para cá, foi o responsável pelo sucesso do Barão Vermelho — ao regravar “Pro Dia Nascer Feliz”, do segundo disco do grupo carioca; gravou um estupendo recital ao lado do genial violonista Raphael Rabello; e debruçou-se sobre as canções de Heitor Villa-Lobos, de Ângela Maria, do já mencionado Chico Buarque e de Cartola. Enfim, sempre surpreendeu.

Dono de um estilo ímpar de cantar e se apresentar, Ney Matogrosso chega aos 70 anos de idade — completados ontem, 01 de agosto — em plena forma vocal e física. E em franca atividade artística. Longa vida a ele.


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Ouça “Promessas Demais”, de Zeca Barreto e Moraes Moreira sobre poema de Paulo Leminsky. Lançada no álbum Mato Grosso, de 1982, trata-se de um primor de melodia, letra e arranjo — que vai do plácido ao vibrante com igual desenvoltura. Foi tema de abertura da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, exibida naquele mesmo ano. E, muito provavelmente, é a minha faixa predileta do artista.

 

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