Exibido pelo canal português RTP 1, o programa Último a Sair foi uma (bem bolada) sátira aos ridículos reality shows, que infestam as televisões de boa parte do planeta. Todas as ações dos participantes do suposto game eram guiadas por um script — exatamente como muitos suspeitam que os BBBs e seus correlatos, no fundo, sejam.
E foi nesta atração que o cantor Roberto Leal [foto] decidiu, por alguns momentos, se “desconstruir” por completo. Conhecido por vestir-se sempre de branco e por falar muito em Deus, o cantor de “Arrebita” e “Carimbó Português” apareceu como (certamente) Portugal e Brasil jamais viram.
Irreconhecível, o artista, de 59 anos, fingiu ter um “surto psicótico”, provocado pela ingestão de chá de cogumelo. Durante o “ataque de fúria”, mostrou um semblante amedrontador, quebrou o violão, dançou alucinadamente e, no fim... teve uma crise (fake) de choro, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima. Detalhe: tudo isso ao som de “Firestarter”, do Prodigy (!).
Roberto Leal acabou sendo o “vencedor” de Último a Sair — na verdade, a produção já sabia, antes mesmo do início do programa, quem seriam os dois finalistas. E a “desconstrução” de sua imagem deu resultado: a carreira de Leal deu um descomunal salto em Portugal, conquistando milhares de fãs, principalmente, entre os jovens (!) lusos.
Atualmente, seu mais recente CD, Raiç/Raiz, editado em 2009, ocupa a segunda colocação entre os mais vendidos daquele país.