Certa vez, li em um jornal um texto de Paulo Coelho (de quem, aliás, confesso nunca ter lido UM livro sequer na vida - para quem se interessar, estão todos aqui) que dizia algo a respeito dos "sinais" que às vezes "nos são dados por Deus em determinadas situações".
E isso jamais me saiu da memória.
Porque, mesmo respeitando o agnosticismo de quem quer que seja, o fato é que tenho fé. E isso, por si só - sem querer paulocoelhar demais -, me faz concordar com o mago no que diz respeito a esses "sinais".
Dias atrás, eu me dirigia, apreensivo, a uma situação de grande seriedade em minha vida. E, no rádio do carro, começa a tocar "One of Us", hit solitário da bela cantora americana Joan Osborne. Essa canção também já foi gravada por Prince em seu (um tanto megalômano) álbum triplo Emancipation, de 1996. Mas a melhor versão é a de Osborne mesmo.
[Nota: essa música, na época, foi banida de algumas rádios nos EUA - provavelmente administradas por carolas ridículos -, que discordaram da letra (um questionamento pertinente acerca da possibilidade de Deus estar "entre nós" e/ou ser "um de nós"). Enfim, não perceberam o óbvio: os versos referem-se ao modo como o ser humano lida com o "próximo". Ou seja: se fomos criados à imagem e semelhança d'Ele, por que Ele não poderia estar ao nosso lado na fila do mercado? E, nesse caso... de que forma O trataríamos?]
E, no exato instante que a música começou a tocar, comecei a mirabolar: "Peraí. Tantas estações de rádio no Rio de Janeiro - e cismo de ouvir justamente essa. Tantas canções no mundo - e por que está tocando precisamente essa? E justo... agora?!? Não pode ser apenas coincidência." Naquele momento, ouvir aqueles versos - "God is great, God is good" ["Deus é grande, Deus é bom"] - foi algo, por assim dizer... reconfortante. Como se alguém me dissesse "fique tranqüilo, cara; vai dar tudo certo".
E, felizmente, não deu outra.
De modo que não seria justo deixar de compartilhar essas impressões com vocês aqui no blog.