Mas, independentemente disso, Dunga provavelmente não é o profissional talhado para essa função.
Por que digo isso? Simples. Primeiro, por uma questão de filosofia de jogo – o Brasil, por tradição, NÃO PODE jogar com três volantes. Isso não tem o menor cabimento.
Segundo, porque Dunga está lidando pessimamente com a “autoridade” que lhe foi concedida pelo cargo, batendo de frente com jogadores, clubes, etc.
Terceiro, porque, de um modo geral, ele não demonstra o equilíbrio necessário a um técnico de Seleção Brasileira para lidar com a enorme pressão exercida pela torcida e pela imprensa por bons resultados. Diante de um panorama adverso, Dunga logo se exaspera. E reage. Não há quem não tenha notado isso.
E, por último, o treinador jamais havia tido até então nenhuma experiência como técnico e... começa logo pela Seleção? Só no Brasil mesmo.
Em suma, Dunga caberia como uma luva no papel anteriormente desempenhado por Zagalo: de coordenador técnico da equipe. Tendo sido um líder enquanto jogador - isso ninguém pode negar -, ele seria perfeito para disciplinar (consta que, na Copa de 1994, ele foi escolhido para ficar justamente no quarto do Romário) e dar moral aos atletas.
Mas colocá-lo como técnico não foi uma boa idéia.