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sexta-feira, julho 10, 2009
Paul McCartney e Michael Jackson: relações cortadas
O Rei do Pop e o ex-Beatle não se falavam há quase vinte e cinco anos. Saiba por quê
Paul McCartney não deixou de se manifestar publicamente por ocasião da morte de Michael Jackson:
– Minhas memórias são de seu grande senso de humor e como nós brincávamos e dávamos risadas juntos. Minha família manda as mais sinceras condolências e, assim como eles, sabemos que o talento de Michael nunca será esquecido.
O que nem todos sabem é que o Macca e MJ não se falavam há vinte e quatro anos.
Após algumas colaborações, os dois artistas ficaram amigos – a despeito da diferença etária entre ambos. E, em um determinado momento, McCartney aconselhou Michael a investir nos direitos autorais de canções famosas [nota do blog: falei sobre isso aqui]. Jackson saiu-se com essa:
– Vou comprar as suas músicas.
A princípio, Paul pensou que se tratava de uma brincadeira de Michael, como relatou em entrevista concedida ao jornalista e apresentador britânico David Frost em 1997.
– Não levei a sério o que ele havia dito. Tempos depois, quando soube que ele realmente havia feito isso, fiquei perplexo. Tentei falar com ele – até mesmo para fazer uma contra-proposta. Mas ele havia trocado todos os telefones...
McCartney franziu a testa. E completou:
– Posso dizer que passei a não gostar muito dele depois disso.
‘Sempre que quero tocar ‘Hey Jude’, preciso pagar’
Em 1985, Michael Jackson adquiriu a Northern Songs – editora que detém todo o catálogo dos Beatles – por US$ 47,5 milhões. Paul ficou furioso. E jamais escondeu isso:
– A coisa mais chata é ter de pagar para tocar algumas de minhas próprias músicas. Cada vez que quero tocar ‘Hey Jude’, preciso pagar.
Em janeiro desse ano, o tabloide inglês The Mirror noticiou que MJ gostaria de se reaproximar de McCartney. Para isso, pretendia deixar para Paul, em testamento, os direitos autorais sobre o catálogo dos Fab Four. De acordo com o jornal, pessoas próximas a Jackson afirmaram que ele sempre lamentou sua briga com o ex-Beatle.
Entretanto, o testamento de Jackson – redigido em 2002 – foi divulgado uma semana após a sua morte. Paul não foi citado no documento. E, em nota publicada em seu site oficial, parecia conformado com isso:
– Meses atrás, a mídia veio com a ideia de que Michael Jackson iria deixar, em testamento, a sua parte das canções dos Beatles para mim – o que foi uma invenção completa, na qual não acreditei nem por um segundo.
Em 1995, Jackson vendeu de 50% do catálogo para a Sony. Há cerca de dois anos, a imprensa afirmou que o cantor – que lucrava, por ano, cerca de 40 milhões de euros (cerca de R$ 129,5 milhões) com os direitos pelas músicas – provavelmente venderia a metade restante à gravadora, por conta de suas dívidas milionárias com fundos de empréstimos.
Há três anos, a parte de Jackson estava avaliada em torno de US$ 1 bilhão (R$ 6,3 bilhões). Mesmo encalacrado em dívidas, o cantor conseguiu manter o catálogo – assim como o rancho Neverland, que quase foi a leilão no início deste ano.
4 comentários:
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Muito bom o artigo, nunca tinha entendido direito essa história. :)
Mas eu fico me perguntando: o Paul sempre foi tão rico quanto o MJ, ou até mais. Por que quando as músicas foram para leilão ele mesmo não as comprou? Você sabe, Tom? - terça-feira, fevereiro 02, 2010 7:21:00 PM
- Tom Neto disse...
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Na verdade, não houve propriamente um "leilão", Duda. Quando Jackson decidiu comprar o catálogo dos Beatles, provavelmente fez uma proposta para lá de vantajosa à editora que detinha os direitos sobre as canções. Ou seja, foi mais "rápido no gatilho" do que o Paul. :)
Muito obrigado pelo elogio. Apareça sempre. - terça-feira, fevereiro 02, 2010 7:30:00 PM
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Hmm entendi. Brigada pela resposta!
Aliás, seu blog é muito bom. Parabéns! - terça-feira, fevereiro 02, 2010 10:12:00 PM
- Tom Neto disse...
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Agradeço mais uma vez, Duda. Volte sempre.
- terça-feira, fevereiro 02, 2010 11:36:00 PM