Não deixa de ser uma bizarra coincidência o fato de Ezequiel Neves [foto], produtor e um dos melhores amigos de Cazuza, ter falecido precisamente hoje, quando o poeta completa 20 anos de desaparecimento.
Mineiro de Belo Horizonte, Ezequiel esteve envolvido na produção de todos os discos do Barão Vermelho – com e sem Cazuza –, além de ser coautor de sucessos como “Exagerado”, “Por que a Gente É Assim?” e “Codinome Beija-flor”, entre outros.
Sem papas na língua, acabou desenvolvendo um estilo inconfundível de escrever, que influenciou dezenas de jornalistas. Foi o mais influente crítico musical brasileiro na década de 1970, tendo colaborado na Playboy, no Jornal da Tarde e na extinta revista Somtrês, entre outros.
Assinou seus textos como Zeca Jagger, Zeca Zimmerman – em homenagem a Bob Dylan –, e criou também um heterônimo: Ângela Dust.
Nos últimos cinco anos, Ezequiel Neves apresentava um quadro de enfisema pulmonar, tumor cerebral e cirrose. Estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, desde janeiro. Tinha 74 anos.