Dentre as inúmeras brilhantes frases cunhadas pelo dramaturgo, cronista e jornalista Nelson Rodrigues [foto] (1912 – 1980), existe uma que é particularmente especial para mim: “A Seleção é a Pátria de calções e chuteiras”. Perfeito.
De fato: os onze jogadores perfilados em campo, durante a execução do Hino Nacional, transcendem a esfera meramente esportiva: são a fiel representação da Nação e suas cores. Contudo, não é nenhuma falácia dizer que os cidadãos brasileiros não se sentiram plenamente... er, representados pela Seleção que disputou a Copa do Mundo na África do Sul.
E, em especial, pelo seu comandante.
Nas ruas, o entusiasmo era visivelmente... moderado. Uma parte significativa da população torceu pelo time Canarinho apenas... por torcer. Mas houve também quem se mostrasse indiferente.
E arrisco-me a dizer que alguns até torceram... contra.
Pelo simples fato de que não desejariam vislumbrar a vitória do futebol “de resultado”. Da falta de ousadia. Da “retranca”. E, sobretudo, do destempero e da prepotência. Medíocre enquanto jogador, o técnico conseguiu montar um time exatamente à sua feição. E o futebol brasileiro sempre foi arte – não truculência.
Bem, agora é pensar em 2014. Tomara que tenhamos mais sorte na próxima...