Gravado no Theatro Municipal do Rio no dia 22 de agosto, o show foi dividido em três blocos: no primeiro, os dois cantaram juntos; no segundo, Caetano sozinho; no terceiro, apenas Roberto no palco; e no último, os dois anfitriões se juntaram novamente para o encerramento do espetáculo. A dupla mostrou simpatia e entrosamento - “Tereza da Praia” é um ótimo exemplo -, apesar de indisfarcável nervosismo inicial.
Aliás, não foi surpresa para ninguém a intimidade de Caetano com as canções do Maestro Soberano (como na difícil “Por Toda a Minha Vida”, cujas notas foram todas alcançadas pelo cantor). Afinal, o baiano tem regravado o autor de “Meditação” ao longo dos anos.
Surpreendente mesmo foi ver que RC – que, embora nem todos saibam, começou a carreira sob notável influência do estilo de João Gilberto – não perdeu, com o perdão do trocadilho infame, a “bossa” para cantar bossa nova. Um CD do Rei dedicado à obra de Jobim seria muito bem-vindo.
Por sinal, com a proximidade do Natal, não custa torcer para que - embora os dois artistas sejam de gravadoras diferentes - esse momento singular da música brasileira seja eternizado em DVD.